Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/2722 |
Resumo: | O Pretérito Perfeito Composto do Indicativo é um tempo gramatical que apresenta, em português europeu, tipicamente uma leitura iterativa, o que o distingue das restantes línguas em que existem construções semelhantes. Neste trabalho, pretende-se, por um lado, identificar as condições em que surge esta leitura e, por outro lado, apresentar uma proposta de descrição formal baseada em algumas das suas características temporais, aspetuais e quantificacionais. De facto, a leitura iterativa está dependente do ponto de perspetiva temporal e do tipo aspetual básico da predicação. Para além disso, há restrições evidentes relativas ao tipo de quantificação que pode operar sobre o argumento direto interno ou sobre expressões temporais que ocorrem no escopo da predicação relevante. Assim, e no seguimento dos trabalhos de Van Geenhoven (2004) e Laca (2006), propomos que o Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu tem subjacente um operador que toma uma eventualidade básica e a projeta numa eventualidade da mesma natureza, mas de tipo grupal, constituída pela iteração da eventualidade básica. Esta proposta afasta-se de outras propostas de explicação do Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu, na medida em que a eventualidade grupal criada por este tempo gramatical não é uma mera pluralização de situações, mas uma entidade ontologicamente superior, tal como, no domínio nominal, um nome coletivo denota uma entidade de estatuto ontologicamente superior ao das entidades atómicas que o constituem. Na parte final deste trabalho, abordaremos alguns tópicos relacionados com os contextos em que surge a leitura não iterativa deste tempo gramatical, procurando apontar percursos de investigação futura. |
id |
RCAP_dc832ba587e3717571d22eb463e5883c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/2722 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português EuropeuArtigosO Pretérito Perfeito Composto do Indicativo é um tempo gramatical que apresenta, em português europeu, tipicamente uma leitura iterativa, o que o distingue das restantes línguas em que existem construções semelhantes. Neste trabalho, pretende-se, por um lado, identificar as condições em que surge esta leitura e, por outro lado, apresentar uma proposta de descrição formal baseada em algumas das suas características temporais, aspetuais e quantificacionais. De facto, a leitura iterativa está dependente do ponto de perspetiva temporal e do tipo aspetual básico da predicação. Para além disso, há restrições evidentes relativas ao tipo de quantificação que pode operar sobre o argumento direto interno ou sobre expressões temporais que ocorrem no escopo da predicação relevante. Assim, e no seguimento dos trabalhos de Van Geenhoven (2004) e Laca (2006), propomos que o Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu tem subjacente um operador que toma uma eventualidade básica e a projeta numa eventualidade da mesma natureza, mas de tipo grupal, constituída pela iteração da eventualidade básica. Esta proposta afasta-se de outras propostas de explicação do Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu, na medida em que a eventualidade grupal criada por este tempo gramatical não é uma mera pluralização de situações, mas uma entidade ontologicamente superior, tal como, no domínio nominal, um nome coletivo denota uma entidade de estatuto ontologicamente superior ao das entidades atómicas que o constituem. Na parte final deste trabalho, abordaremos alguns tópicos relacionados com os contextos em que surge a leitura não iterativa deste tempo gramatical, procurando apontar percursos de investigação futura.Faculdade de Letras da UP2017-07-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/2722por2182-97131646-6195Oliveira, FátimaLeal, Antónioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-11T04:46:25Zoai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/2722Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:29:49.353863Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
title |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
spellingShingle |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu Oliveira, Fátima Artigos |
title_short |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
title_full |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
title_fullStr |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
title_full_unstemmed |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
title_sort |
Sobre a iteração do Pretérito Perfeito Composto em Português Europeu |
author |
Oliveira, Fátima |
author_facet |
Oliveira, Fátima Leal, António |
author_role |
author |
author2 |
Leal, António |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, Fátima Leal, António |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Artigos |
topic |
Artigos |
description |
O Pretérito Perfeito Composto do Indicativo é um tempo gramatical que apresenta, em português europeu, tipicamente uma leitura iterativa, o que o distingue das restantes línguas em que existem construções semelhantes. Neste trabalho, pretende-se, por um lado, identificar as condições em que surge esta leitura e, por outro lado, apresentar uma proposta de descrição formal baseada em algumas das suas características temporais, aspetuais e quantificacionais. De facto, a leitura iterativa está dependente do ponto de perspetiva temporal e do tipo aspetual básico da predicação. Para além disso, há restrições evidentes relativas ao tipo de quantificação que pode operar sobre o argumento direto interno ou sobre expressões temporais que ocorrem no escopo da predicação relevante. Assim, e no seguimento dos trabalhos de Van Geenhoven (2004) e Laca (2006), propomos que o Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu tem subjacente um operador que toma uma eventualidade básica e a projeta numa eventualidade da mesma natureza, mas de tipo grupal, constituída pela iteração da eventualidade básica. Esta proposta afasta-se de outras propostas de explicação do Pretérito Perfeito Composto do Indicativo em português europeu, na medida em que a eventualidade grupal criada por este tempo gramatical não é uma mera pluralização de situações, mas uma entidade ontologicamente superior, tal como, no domínio nominal, um nome coletivo denota uma entidade de estatuto ontologicamente superior ao das entidades atómicas que o constituem. Na parte final deste trabalho, abordaremos alguns tópicos relacionados com os contextos em que surge a leitura não iterativa deste tempo gramatical, procurando apontar percursos de investigação futura. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-07-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/2722 |
url |
https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/2722 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2182-9713 1646-6195 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Letras da UP |
publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Letras da UP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130755538878464 |