Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8858 |
Resumo: | A Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar é uma doença rara, com uma prevalência de 1:100000, de caracter genético autossómico dominante, com início na idade pediátrica. Esta patologia manifesta-se por episódios de paralisia muscular dos membros, mais frequentemente tetraplegia, com duração de minutos a dias, associados a hipocaliémia, podendo haver também envolvimento dos músculos respiratórios e arritmias cardíacas. As estratégias de tratamento consistem no tratamento dos episódios agudos com suplementos orais ou intravenosos de potássio, e no tratamento preventivo com inibidores da anidrase carbónica e suplementos de potássio. Neste trabalho, é relatado o caso de uma adolescente de 12 anos, que recorreu ao serviço de urgência por episódio súbito de tetraplegia, associada a hipocaliémia, com 6 horas de evolução. A paciente apresentava ainda alterações cardiovasculares, nomeadamente, aumento do intervalo PQ, ligeiro infradesnivelamento do segmento ST e ondas U proeminentes. Vários membros da família materna encontravam-se diagnosticados com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente, perante o quadro clínico, análises laboratoriais e exclusão de outras causas de hipocaliémia, foi diagnosticada com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente foi internada e medicada com cloreto de potássio 7,5% para tratamento do episódio agudo, tendo apresentado posteriormente, remissão completa dos sintomas. Aquando da alta, foi prescrito tratamento de prevenção com acetazolamida 250 mg e cloreto de potássio a 7,5% 10 mEq em SOS, e a paciente foi encaminhada para a consulta de neuropediatria, na qual é, atualmente, seguida. A paciente não apresentou, desde então, novos episódios de paralisia. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sobre as manifestações clínicas e tratamentos eficazes na paralisia periódica hipocaliémica familiar, através da análise de artigos publicados em bases de dados e revistas científicas. É pretendido também comparar as metodologias descritas na bibliografia com as aplicadas no caso em estudo. Perante o presente trabalho, é possível então concluir que a Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes jovens com episódios súbitos de fraqueza muscular ou paralisia. Apesar de nos últimos anos, o conhecimento sobre este tipo de patologia ter aumentado exponencialmente, é ainda necessária uma melhor compreensão de vários fatores, assim como o desenvolvimento de estudos prospetivos para desenvolvimento de terapias mais eficazes. É também possível concluir que as medidas e decisões tomadas neste caso foram realizadas em concordância com as orientações e bibliografia existente. |
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Paralisia Periódica Hipocaliémica FamiliarCaracterização clínica e atuação prática no tratamentoHipocaliémica e TratamentoParalisiaPeriódica FamiliarDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaA Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar é uma doença rara, com uma prevalência de 1:100000, de caracter genético autossómico dominante, com início na idade pediátrica. Esta patologia manifesta-se por episódios de paralisia muscular dos membros, mais frequentemente tetraplegia, com duração de minutos a dias, associados a hipocaliémia, podendo haver também envolvimento dos músculos respiratórios e arritmias cardíacas. As estratégias de tratamento consistem no tratamento dos episódios agudos com suplementos orais ou intravenosos de potássio, e no tratamento preventivo com inibidores da anidrase carbónica e suplementos de potássio. Neste trabalho, é relatado o caso de uma adolescente de 12 anos, que recorreu ao serviço de urgência por episódio súbito de tetraplegia, associada a hipocaliémia, com 6 horas de evolução. A paciente apresentava ainda alterações cardiovasculares, nomeadamente, aumento do intervalo PQ, ligeiro infradesnivelamento do segmento ST e ondas U proeminentes. Vários membros da família materna encontravam-se diagnosticados com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente, perante o quadro clínico, análises laboratoriais e exclusão de outras causas de hipocaliémia, foi diagnosticada com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente foi internada e medicada com cloreto de potássio 7,5% para tratamento do episódio agudo, tendo apresentado posteriormente, remissão completa dos sintomas. Aquando da alta, foi prescrito tratamento de prevenção com acetazolamida 250 mg e cloreto de potássio a 7,5% 10 mEq em SOS, e a paciente foi encaminhada para a consulta de neuropediatria, na qual é, atualmente, seguida. A paciente não apresentou, desde então, novos episódios de paralisia. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sobre as manifestações clínicas e tratamentos eficazes na paralisia periódica hipocaliémica familiar, através da análise de artigos publicados em bases de dados e revistas científicas. É pretendido também comparar as metodologias descritas na bibliografia com as aplicadas no caso em estudo. Perante o presente trabalho, é possível então concluir que a Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes jovens com episódios súbitos de fraqueza muscular ou paralisia. Apesar de nos últimos anos, o conhecimento sobre este tipo de patologia ter aumentado exponencialmente, é ainda necessária uma melhor compreensão de vários fatores, assim como o desenvolvimento de estudos prospetivos para desenvolvimento de terapias mais eficazes. É também possível concluir que as medidas e decisões tomadas neste caso foram realizadas em concordância com as orientações e bibliografia existente.Hypokalemic Periodic Paralysis (HypoPP) is a rare autosomal dominant disease, with a prevalence of 1 case per 100 000 population and beginning at the pediatric age. This disease is characterized by episodes of muscular paralysis of the limbs, most often quadriplegia, associated with hypokalemia. The involvement of the respiratory muscles and cardiac arrhythmias may occur in some patients with this disease. The duration of the symptoms can vary from minutes to days. Treatment strategies consist in the treatment of acute episodes with oral or intravenous potassium supplements, and preventive treatment with carbonic anhydrase inhibitors, and potassium supplements. In this work, we report the case of a 12-year-old teenager, presented to the emergency department with sudden onset of quadriplegia, associated with hypokalemia, with 6 hours of evolution. The patient also had cardiovascular alterations, such as increased PQ interval, slight depression of the ST segment and prominent U waves. Several members of the maternal family were diagnosed with Familial Hypokalemic Periodic Paralysis. Given the clinical picture, laboratory tests and exclusion of other causes of hypokalemia, the patient was diagnosed with Hypokalemic Periodic Paralysis. She was hospitalized and medicated with 7,5% potassium chloride to treat the acute episode. The patient presented complete remission of symptoms after a few hours of administration of potassium chloride. The patient was discharged medicated with acetazolamide 250 mg as preventive treatment and potassium chloride 7,5% 10 mEq in SOS. She was also referred to the neuropediatric consultation, where she is currently being followed. The patient hasn’t presented with new episodes of paralysis. The present study has the objective to conduct a review about clinical manifestations and effective treatments for Hypokalemic Periodic Paralysis through the analysis of articles published in databases and scientific journals. It is also intend to compare the methodologies described in the bibliography with those applied in the present case. Given the present work, it is possible to conclude that Hypokalemic Periodic Paralysis should be considered as a differential diagnosis in young patients with sudden episodes of muscular weakness or paralysis. Despite in the recent years, our knowledge of this type of pathology have increased exponentially, a better understanding of several factors is still needed, as well as the development of prospective studies to develop more effective therapies. It is also possible to conclude that the measures and decisions taken in this case were performed in accordance with the guidelines and existing literature.Sousa, Paulo Miguel RegoGuerra, Pedro Miguel PatriciouBibliorumGouveia, Joana Marina Teixeira2020-01-28T17:01:54Z2019-07-032019-05-312019-07-03T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8858TID:202374084porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:49:13Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8858Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:49:06.271764Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar é uma doença rara, com uma prevalência de 1:100000, de caracter genético autossómico dominante, com início na idade pediátrica. Esta patologia manifesta-se por episódios de paralisia muscular dos membros, mais frequentemente tetraplegia, com duração de minutos a dias, associados a hipocaliémia, podendo haver também envolvimento dos músculos respiratórios e arritmias cardíacas. As estratégias de tratamento consistem no tratamento dos episódios agudos com suplementos orais ou intravenosos de potássio, e no tratamento preventivo com inibidores da anidrase carbónica e suplementos de potássio. Neste trabalho, é relatado o caso de uma adolescente de 12 anos, que recorreu ao serviço de urgência por episódio súbito de tetraplegia, associada a hipocaliémia, com 6 horas de evolução. A paciente apresentava ainda alterações cardiovasculares, nomeadamente, aumento do intervalo PQ, ligeiro infradesnivelamento do segmento ST e ondas U proeminentes. Vários membros da família materna encontravam-se diagnosticados com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente, perante o quadro clínico, análises laboratoriais e exclusão de outras causas de hipocaliémia, foi diagnosticada com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente foi internada e medicada com cloreto de potássio 7,5% para tratamento do episódio agudo, tendo apresentado posteriormente, remissão completa dos sintomas. Aquando da alta, foi prescrito tratamento de prevenção com acetazolamida 250 mg e cloreto de potássio a 7,5% 10 mEq em SOS, e a paciente foi encaminhada para a consulta de neuropediatria, na qual é, atualmente, seguida. A paciente não apresentou, desde então, novos episódios de paralisia. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sobre as manifestações clínicas e tratamentos eficazes na paralisia periódica hipocaliémica familiar, através da análise de artigos publicados em bases de dados e revistas científicas. É pretendido também comparar as metodologias descritas na bibliografia com as aplicadas no caso em estudo. Perante o presente trabalho, é possível então concluir que a Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes jovens com episódios súbitos de fraqueza muscular ou paralisia. Apesar de nos últimos anos, o conhecimento sobre este tipo de patologia ter aumentado exponencialmente, é ainda necessária uma melhor compreensão de vários fatores, assim como o desenvolvimento de estudos prospetivos para desenvolvimento de terapias mais eficazes. É também possível concluir que as medidas e decisões tomadas neste caso foram realizadas em concordância com as orientações e bibliografia existente. |
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