Capacitação para o autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação urinária por doença oncológica

• Autor(a) principal: Alves, Bruno Miguel Francisco
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/25216
• topic: Enfermagem oncológica; Autocuidado; Ostomia; Derivação Urinária.

A capacitação para o autocuidado é uma temática importante no acompanhamento da pessoa com ostomia urinária por doença oncológica, sendo que a aquisição de competências pela pessoa ou prestador de cuidados cria desafios à prática de enfermagem. Na unidade hospitalar onde exerço verificou-se que em 2014, apenas 38% das pessoas adquiriram autonomia no autocuidado ao estoma durante o primeiro ano após a cirurgia, bem como 40% apresentaram lesões cutâneas peri-estoma até duas semanas após a alta e 59% das pessoas urostomizadas durante o primeiro ano. Através da Teoria de Enfermagem de Dorothea Orem foi contextualizada a problemática da capacitação para o autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação e também elaborada uma revisão da literatura que possibilitasse a identificação de intervenções direcionadas à aquisição de competências de autocuidado. Durante os estágios foram realizadas atividades que permitiram a avaliação e conhecimento da pessoa, a compreensão das suas necessidades e o impacto da doença oncológica em vários domínios da sua vida, nomeadamente no autocuidado. Foi também analisada a organização de consultas de estomaterapia, identificadas estratégias de promoção de autocuidado e os métodos de articulação entre elementos da equipa multidisciplinar. Na unidade hospitalar onde exerço foi desenvolvida a estrutura da consulta de estomaterapia através da criação de indicadores de qualidade (foco – autocuidado), da construção de um guia de boas práticas da marcação do estoma, da criação de um programa de capacitação para o autocuidado e da construção de guias dirigidos às pessoas com ostomias urinárias. Após estas alterações, verificou-se o desenvolvimento de competências na remoção do dispositivo coletor, na medição do estoma e ajuste do novo recorte, na limpeza da pele peri-estoma, na adaptação do novo dispositivo e no despejo de efluente. Com a aplicação do programa de capacitação e marcação pré-operatória do estoma, até duas semanas após a alta registaram-se ganhos em capacidade da pessoa e prestador de cuidados relativamente ao cuidado à ostomia.