Os anátemas de Guilherme Braga, ‘bispo de outra diocese’

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Anthero
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/8741
Resumo: Guilherme Braga foi autor de duas obras de relevo na luta anticlerical, que lhe outorgaram o estatuto de precursor imediato de Junqueiro e Gomes Leal. Os Falsos Apóstolos (1871) constituem um brado de indignação contra a escola jesuítica, eivada de violência e voltada para o passado e propõem uma escola laica, de sinal contrário. Trata-se de um folheto com algumas debilidades, mas que consegue comunicar graças à simplicidade de processos e ao uso de alguns estereótipos. Aplaudido pelos liberais, o autor foi anatematizado pelo bispo do Pará, o que originou a retaliação do panfleto seguinte – O Bispo (1874), obra mais sólida e mais aprimorada. A campanha do poeta, num anticlericalismo que podemos considerar cristão e interior, estava, de início, mais apostada em criar uma nova opinião pública do que em afrontar a religião. Dado que a sua voz não mereceu da Igreja a mínima reflexão, a sua segunda ofensiva foi radicalizada num anticlericalismo, que, mesmo defendendo Cristo, se pode dizer mais revolucionário, atingindo por vezes as raias do pornográfico.
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