Lidando com a secessão: uma análise das estratégias dos governos espanhol e britânico para a Catalunha e a Escócia (2018-2021)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Emanuel Sousa
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/23358
Resumo: Quando confrontado com atividades secessionistas, um Estado pode reprimi-las ou acomodá-las. O que explica isto? A literatura que pretende responder esta variação, geralmente ignora um aspeto crucial: os partidos políticos. Esta dissertação parte da conclusão de Cetrà & Harvey (2018) e aproveita a ocasião oferecida pelo novo contexto político em Espanha e no Reino Unido para explicar a variação do comportamento dos governos centrais para as demandas dos movimentos secessionistas da Catalunha e da Escócia desde 2018 até 2021. Através de demonstração empírica, é realizada uma análise da conduta partidária no contexto da política territorial mediante os cálculos estratégicos dos partidos no governo central sobre os incentivos de oportunidade política criada pelo sistema partidário, pela performance e competição eleitoral, e pela opinião pública. Este estudo argumenta que os partidos políticos se comportam estrategicamente sobre a questão secessionista para os seus próprios interesses. Curiosamente, a competição entre os partidos estatais é dos fatores mais relevantes para a explicação das posições de ambos os casos de estudo. Em Espanha, a posição mais acomodativa do PSOE possibilitou a manutenção do poder e tem atenuado a ameaça secessionista catalã. No Reino Unido, o comportamento mais restritivo do CP para a independência escocesa tem o consolidado como o principal partido de oposição na Escócia. Embora dissemelhantes, ambas estratégias funcionam como uma ferramenta para os mesmos objetivos: expandir a sua quota-parte de ganhos eleitorais. Dada a oportunidade política percecionada, um acordo para qualquer referendo independentista não aconteceu durante este período, sendo igualmente improvável num futuro próximo.
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