Comparação dosimétrica entre MLC e MICRO-MLC: estudo de casos de radiocirurgia (SRS)

• Autor(a) principal: Leitão, Sílvia dos Anjos Pinheiro
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/30562
• topic: Radioterapia; Radiocirurgia; Metástases; Cérebro; Meningiomas; Neurinomas; Colimador multilâminas; Micro Colimador; Apex™; AgilityTM

Enquadramento: O objetivo dos tratamentos de radioterapia é irradiar o volume alvo minimizando a dose recebida pelos órgãos de risco adjacentes (OAR’s). Uma correta colimação do feixe de radiação ao volume alvo utilizando o colimador multilâminas (MLC) permite reduzir a dose nos OAR’s para valores abaixo dos valores de tolerância impostos pela radiobiologia tecidular. O MLC consiste em vários pares de folhas que se movem de forma independente e que permitem bloquear a radiação do feixe incidente. Diferentes MLCs, com diferentes características, permitem executar planos de tratamento e administração de doses de forma diferente. Objetivos: Comparar as características de dois colimadores multilâminas e avaliar as vantagens dosimétricas da utilização de cada um, no planeamento de tratamentos de Radiocirurgia, consoante a patologia, forma e volume do tumor. Métodos: Foram estudados 30 casos de radiocirurgia cujo plano foi executado com o MLC Agility™ no sistema de planeamento (TPS) Monaco®, utilizando o algoritmo Monte Carlo para o cálculo de planimetrias com a técnica de Volumetric Modulated Arc Therapy (VMAT). Utilizando planos já executados com MLC Agility™ foi feita a sua reotimização, mantendo a configuração de campos, as mesmas funções objetivo de otimização, mas com o MLC Apex™. Resultados: Os casos clínicos foram tratados com uma dose total entre 12 e 20 Gy numa única fração e 80% (n=24) das lesões eram irregulares com um volume tumoral que variava entre 0,06 e 15,21 cm3 (mediana= 2,68 cm3 ). Para os 30 planos de SRS VMAT, ambos os colimadores apresentaram resultados semelhantes em termos de cobertura do PTV clinicamente aceitável para o tratamento de SRS (p= 0.84, n= 60). Não se observaram diferenças significativas nos índices da qualidade, exceto no índice de gradiente, onde se observa uma melhoria estatisticamente significativa com o micro-MLC ApexTM, mostrando alguma vantagem clínica nos neurinomas e alguns meningiomas. Conclusão: O tratamento de SRS com o micro-MLC Apex™ apresentou resultados dosimétricos muito semelhantes ao MLC Agility™, em termos de cobertura do PTV, índices da qualidade do plano e limites de dose a cumprir nos OAR’s. Não houve diferenças estatisticamente significativas nos índices da qualidade, exceto no índice de gradiente, em que se observa uma melhoria com o micro-MLC Apex™, que nos permite concluir que terá uma vantagem clínica mais significativa nos neurinomas devido ao menor tamanho desses tumores.