Mapeamento participativo de serviços dos ecossistemas marinhos no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miguel, Mécia Isabel Guerreiro
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/23045
Resumo: O mapeamento dos serviços dos ecossistemas tem vindo a ganhar relevância na operacionalização dos conceitos de serviços dos ecossistemas (SE) e capital natural, podendo ser aplicado como uma ferramenta de apoio na conservação da biodiversidade e na gestão de áreas com elevados valores de conservação. No entanto, apesar das áreas marinhas e costeiras serem responsáveis pela maioria do valor total de SE, a maioria dos esforços tem sido dirigida para os sistemas terrestres. O presente estudo visa contribuir para a operacionalização do mapeamento de SE em ecossistemas costeiros e marinhos, utilizando como caso de estudo a área marinha do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV). Foi efetuado o mapeamento do potencial de nove serviços dos ecossistemas, nomeadamente: Pesca, Apanha de Marisco, Apanha de Algas e Outros Organismos, Aquacultura, Áreas de Nursery, Reprodução e Alimentação, Microhabitat ou Abrigo, Regulação do Ciclo de Nutrientes, Recreio e Identidade Cultural fornecidos pelos habitats bentónicos presentes na área marinha do PNSACV. Para tal, foram aplicadas duas metodologias de mapeamento participativo: mapeamento matricial com base em opiniões de especialistas e mapeamento colaborativo com agentes locais. O mapeamento matricial consistiu na realização de entrevistas a 18 especialistas, em que lhes foi pedido que atribuíssem valores de potencial para cada SE e, que associassem a essa estimativa um grau de confiança (posteriormente traduzido em incerteza). Por sua vez, o mapeamento colaborativo compreendeu a realização de um workshop com vários atores locais, com o intuito de identificarem hotspots para cada SE. Os mapas de SE permitiram identificar diferentes níveis de potencial que ocorrem na área marinha para cada SE, bem como hotspots de fornecimento de serviços. Verificou-se que o Recreio apresenta o potencial médio mais elevado, enquanto que a Apanha de Algas e Outros Organismos tem o potencial médio mais baixo. Relativamente à incerteza, a Regulação do Ciclo de Nutrientes está associada aos valores mais elevados, enquanto o Recreio tem os valores mais baixos. Além disto, também foi possível verificar a ocorrência de discrepâncias entre as áreas com regimes de proteção e as zonas com potenciais mais elevados, demonstrando o potencial que a operacionalização do conceito SE pode ter no desenvolvimento e melhoria de regimes de proteção. Evidencia-se o papel relevante que as abordagens de mapeamento participativo poderão desempenhar para a avaliação dos SE em áreas marinhas que, geralmente são caraterizadas pela escassez de informação georreferenciada. Além disto, serve também de base para futuras avaliações de SE na área marinha do PNSACV, bem como noutras áreas com caraterísticas semelhantes. Recomenda-se a validação dos resultados obtidos através da recolha de dados de campo, de forma a aumentar a fiabilidade para a orientação de estratégias de gestão da área.
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