Con(viver) com a dor crónica em Portugal durante a pandemia

• Autor(a) principal: Guerra, Catarina Isabel Azevedo
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/10760
• topic: COVID-19; Dor crónica; Doenças crónicas; Adultos; Portugal; Chronic pain; Chronic diseases; Adults; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

Atualmente, a pandemia da COVID-19 é considerada a maior crise de saúde pública das últimas décadas, levando a população lidar com as repercussões desta, por tempo incerto nos vários domínios da vida, nomeadamente na sua saúde física e psicológica independentemente da sua idade, estatuto social e condição de saúde. O presente projeto está organizado em duas partes distintas. A primeira parte está estruturada num artigo de revisão da literatura tendo como objetivo conhecer o impacto da pandemia da COVID-19 nos doentes com dor e doença crónica na população adulta na escala mundial. Foram selecionados para revisão 24 artigos, que sugerem que o impacto da pandemia da COVID-19 condicionou a vida dos doentes crónicos de forma significativa, sobretudo no acesso a cuidados de saúde e na intervenção física e psicológica dos problemas pré-existentes ou originados neste período. Os problemas ao nível do acesso aos cuidados de saúde inclusive o acesso a medicação para tratamento dos sintomas físicos e psicológicos originados pela doença e, consequentemente, agravados pela pandemia, são transversais a toda a população mundial. As consequências na saúde mental dos doentes são evidentes e incluem sobretudo o aumento significativo dos sintomas de ansiedade, depressão, stress e declínio na qualidade de vida. A segunda parte consiste num artigo, apresentando um estudo empírico que tem como objetivo geral descrever os níveis de ansiedade, depressão e stress em pessoas com doenças e em pessoas com dor crónica depois de ter sido declarada pandemia pela WHO. Dadas as condições impostas pelas restrições e o risco acrescido de infeção pela COVID-19 nestes doentes, a avaliação dos 108 participantes decorreu eletronicamente, através da administração de um questionário que incluiu variáveis sociodemográficas, relacionadas com doenças crónicas e dor crónica, específicas sobre a COVID-19 e variáveis psicossociais. Foram administradas as escalas EADS-21 e ESSS. Os resultados indicam que até ao momento de avaliação, a maioria das consultas relativas à dor foram adiadas, sendo poucas as pessoas a usufruir da telemedicina. Em relação à toma da medicação, verificou-se um aumento da toma da medicação para o controlo da dor. Os níveis de ansiedade, depressão e stress apresentaram valores muito elevados demonstrando que, de uma forma geral, no momento de avaliação, os doentes apresentavam estados afetivos negativos. É importante delinear estratégias de intervenção para prevenir uma evolução negativa dos efeitos da pandemia, a longo prazo, ao nível da saúde mental destes indivíduos e melhorar a sintomatologia atual.