O papel da intervenção da rede formal no apoio à pessoa idosa: apoio domiciliário integrado em Olhão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caeiro, Paula Maria Mourato
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/14610
Resumo: Introdução - O envelhecimento populacional que se vem verificando à escala mundial e sobretudo no continente europeu, é um fenómeno preocupante que não deixa de suscitar a atenção das sociedades modernas. Constatou-se, pois, que a segunda metade do século XX foi palco duma elevação dramática do número de pessoas idosas (e sobretudo das muito idosas), quer em número absoluto, quer em número relativo (OMS). O homem de hoje pode vangloriar-se de viver mais - de facto, assim é: a esperança de vida aumentou de forma quase "inesperada" e a taxa de mortalidade diminuiu acentuadamente. Para isso, muito contribuíram as conquistas médico-sociais, científicas e tecnológicas verificadas nas últimas décadas. As vacinas, os ambulatórios, as vitaminas e os avanços das tecnologias da saúde voltadas para o diagnóstico e tratamento foram uma das razões do aumento da esperança de vida. Porém, se as descobertas e avanços contribuíram para que no virar do século em Portugal, 14,9% da população tenha idade igual ou superiora 65 anos (TNE-1996) e que destes mais de 60% tenham mais de 75 anos, as respostas no sentido da qualidade de vida não acompanham esses avanços. Mas é importante não esquecer que o aumento de idosos não leva obrigatoriamente a um envelhecimento da população em geral, se pensarmos que um aumento simultâneo dos jovens proporciona um estado de equilíbrio. Não é, pois, o declínio da mortalidade o principal responsável pelo emergente aumento do processo de envelhecimento das populações observado no mundo em geral e na Europa em particular. O factor importante, responsável pelo envelhecimento na base da pirâmide etária é, sem dúvida, o declínio da natalidade (devido a baixas taxas de fecundidade). Se mais "réus" se quiserem encontrar, para explicar todo o universo causal do envelhecimento demográfico, bastará analisar o fluxo migratório de um país ou ainda a mudança revolucionária da estrutura familiar, com a entrada da mulher no mundo do trabalho. Como bem se compreende, muitos são os factores que directa ou indirectamente desencadearam o envelhecimento populacional. Conhecendo a génese deste fenómeno, é altura de pensar nas consequências que daí advêm. Esta problemática, ainda que insuficientemente estudada, levanta desde já alguns desafios a não subestimar: esperando-se (e verificam-se já) consequências médicas, sociais, económicas, políticas e mesmo éticas acentuadas. Viver muito, é este o desejo (in)consciente do homem desde tempos remotos. Herdeiros que somos dessa realidade, a todos nós, homens e mulheres de hoje, diz respeito enfrentar os desafios que o próprio envelhecimento nos oferece. Se a meta para a saúde para todos no ano 2000 "Dar mais anos à vida" está a ser atingida, a de "Dar mais vida aos anos" está longe disso, especialmente se considerarmos que essa "mais vida" deve ser entendida como "melhor vida". Será "melhor vida" se o idoso puder conservar a sua autonomia a todos os níveis, físico, psíquico e económico. Cada fase do desenvolvimento tem as suas características próprias resultantes da interacção e influência recíproca de fenómenos biológicos, sócio-culturais e psicológicos. Sendo isto verdade em todas as idades, sobretudo na velhice esta complexidade atinge um grau extremo que se complica ainda mais se a encararmos também como a resultante da acumulação durante toda a vida de múltiplas cicatrizes devido à exposição a todas as fontes de sofrimento humano. A OMS recomenda no seu "Plano Internacional de Acção sobre o Envelhecimento", políticas sociais centradas, "na promoção da saúde e prevenção da doença e na manutenção das capacidades funcionais dos idosos". O envelhecimento demográfico, favorecido pelas melhores condições sócio-sanitárias de vida, originou a maior explosão populacional deste século, um desafio às comunidades e grupos populacionais, tanto no que respeita à sua sobrevivência, como no que se refere às possibilidades de satisfação e garantia duma vida que se pretende vivida com qualidade até ao seu desfecho final. A evolução demográfica actual representa, com efeito, para a nossa sociedade, um enorme desafio. Face ao explosivo aumento da população idosa, urge analisar qual a metodologia, orientação e rumo a prosseguir com vista à educação para a mudança de mentalidade e atitudes, bem como perspectivar propostas de políticas regionais alternativas nos diferentes domínios. Alguém disse um dia que a chave para tomar boas decisões é "dar ouvidos" aos nossos sentimentos. Contudo não nos podemos limitar a dar uma justificação em termos de escolha pessoal, até porque não é aqui que ela encontra toda a sua relevância. Muitos outros factores contribuíram para esta escolha, tal como Paul Virton refere "(...) a escolha não é feita pela vontade do indivíduo, mas por um simples conjunto de circunstâncias (...)" (Virton 1979:285). De entre estas circunstâncias prevalece a condição que nos está subjacente, como técnicos de saúde lidamos hoje com desafios permanentes na tentativa de encontrarmos resposta para os problemas que emergem deste "novo" grupo - os idosos, grandes frequentadores dos serviços prestadores de cuidados de saúde. Lidando com este problema e com as consequências que dele derivam quotidianamente, aautora, como técnica de saúde e por vocação/profissão de base (serviço social), optou por seleccionar o tema do Envelhecimento, escolhendo como população a abordar, a da área onde se insere - a cidade de Olhão e os utentes abrangidos pelo apoio domiciliário integrado. Partindo do pressuposto de que o maior sofrimento da pessoa idosa é o desengano, a incomunicação, o desamparo e a solidão, projectaram-se acções que tentassem responder a este problema, envolvendo a vertente saúde. Decorridos três anos de implementação do S.A.D.I, agora com a designação de A.D.I (despacho conjunto n° 407/98 - DR II série n° 138 de 18 de Junho) na cidade de Olhão, considera-se pertinente avaliar o apoio/serviços prestados pelo mesmo, indagando sobre a sua efectiva adequação às necessidades e ao meio em que se insere. Só deste modo se podem realizar posteriores aperfeiçoamentos da metodologia, técnicas utilizadas, e implementação de novas estratégias e políticas.
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As vacinas, os ambulatórios, as vitaminas e os avanços das tecnologias da saúde voltadas para o diagnóstico e tratamento foram uma das razões do aumento da esperança de vida. Porém, se as descobertas e avanços contribuíram para que no virar do século em Portugal, 14,9% da população tenha idade igual ou superiora 65 anos (TNE-1996) e que destes mais de 60% tenham mais de 75 anos, as respostas no sentido da qualidade de vida não acompanham esses avanços. Mas é importante não esquecer que o aumento de idosos não leva obrigatoriamente a um envelhecimento da população em geral, se pensarmos que um aumento simultâneo dos jovens proporciona um estado de equilíbrio. Não é, pois, o declínio da mortalidade o principal responsável pelo emergente aumento do processo de envelhecimento das populações observado no mundo em geral e na Europa em particular. O factor importante, responsável pelo envelhecimento na base da pirâmide etária é, sem dúvida, o declínio da natalidade (devido a baixas taxas de fecundidade). Se mais "réus" se quiserem encontrar, para explicar todo o universo causal do envelhecimento demográfico, bastará analisar o fluxo migratório de um país ou ainda a mudança revolucionária da estrutura familiar, com a entrada da mulher no mundo do trabalho. Como bem se compreende, muitos são os factores que directa ou indirectamente desencadearam o envelhecimento populacional. Conhecendo a génese deste fenómeno, é altura de pensar nas consequências que daí advêm. Esta problemática, ainda que insuficientemente estudada, levanta desde já alguns desafios a não subestimar: esperando-se (e verificam-se já) consequências médicas, sociais, económicas, políticas e mesmo éticas acentuadas. Viver muito, é este o desejo (in)consciente do homem desde tempos remotos. Herdeiros que somos dessa realidade, a todos nós, homens e mulheres de hoje, diz respeito enfrentar os desafios que o próprio envelhecimento nos oferece. Se a meta para a saúde para todos no ano 2000 "Dar mais anos à vida" está a ser atingida, a de "Dar mais vida aos anos" está longe disso, especialmente se considerarmos que essa "mais vida" deve ser entendida como "melhor vida". Será "melhor vida" se o idoso puder conservar a sua autonomia a todos os níveis, físico, psíquico e económico. Cada fase do desenvolvimento tem as suas características próprias resultantes da interacção e influência recíproca de fenómenos biológicos, sócio-culturais e psicológicos. Sendo isto verdade em todas as idades, sobretudo na velhice esta complexidade atinge um grau extremo que se complica ainda mais se a encararmos também como a resultante da acumulação durante toda a vida de múltiplas cicatrizes devido à exposição a todas as fontes de sofrimento humano. A OMS recomenda no seu "Plano Internacional de Acção sobre o Envelhecimento", políticas sociais centradas, "na promoção da saúde e prevenção da doença e na manutenção das capacidades funcionais dos idosos". O envelhecimento demográfico, favorecido pelas melhores condições sócio-sanitárias de vida, originou a maior explosão populacional deste século, um desafio às comunidades e grupos populacionais, tanto no que respeita à sua sobrevivência, como no que se refere às possibilidades de satisfação e garantia duma vida que se pretende vivida com qualidade até ao seu desfecho final. A evolução demográfica actual representa, com efeito, para a nossa sociedade, um enorme desafio. Face ao explosivo aumento da população idosa, urge analisar qual a metodologia, orientação e rumo a prosseguir com vista à educação para a mudança de mentalidade e atitudes, bem como perspectivar propostas de políticas regionais alternativas nos diferentes domínios. Alguém disse um dia que a chave para tomar boas decisões é "dar ouvidos" aos nossos sentimentos. Contudo não nos podemos limitar a dar uma justificação em termos de escolha pessoal, até porque não é aqui que ela encontra toda a sua relevância. Muitos outros factores contribuíram para esta escolha, tal como Paul Virton refere "(...) a escolha não é feita pela vontade do indivíduo, mas por um simples conjunto de circunstâncias (...)" (Virton 1979:285). De entre estas circunstâncias prevalece a condição que nos está subjacente, como técnicos de saúde lidamos hoje com desafios permanentes na tentativa de encontrarmos resposta para os problemas que emergem deste "novo" grupo - os idosos, grandes frequentadores dos serviços prestadores de cuidados de saúde. Lidando com este problema e com as consequências que dele derivam quotidianamente, aautora, como técnica de saúde e por vocação/profissão de base (serviço social), optou por seleccionar o tema do Envelhecimento, escolhendo como população a abordar, a da área onde se insere - a cidade de Olhão e os utentes abrangidos pelo apoio domiciliário integrado. Partindo do pressuposto de que o maior sofrimento da pessoa idosa é o desengano, a incomunicação, o desamparo e a solidão, projectaram-se acções que tentassem responder a este problema, envolvendo a vertente saúde. Decorridos três anos de implementação do S.A.D.I, agora com a designação de A.D.I (despacho conjunto n° 407/98 - DR II série n° 138 de 18 de Junho) na cidade de Olhão, considera-se pertinente avaliar o apoio/serviços prestados pelo mesmo, indagando sobre a sua efectiva adequação às necessidades e ao meio em que se insere. Só deste modo se podem realizar posteriores aperfeiçoamentos da metodologia, técnicas utilizadas, e implementação de novas estratégias e políticas.Universidade de Évora2015-06-01T16:22:10Z2015-06-012000-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/14610http://hdl.handle.net/10174/14610pordep sociologiateses@bib.uevora.pt686Caeiro, Paula Maria Mouratoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T18:59:24Zoai:dspace.uevora.pt:10174/14610Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:07:06.347998Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Porém, se as descobertas e avanços contribuíram para que no virar do século em Portugal, 14,9% da população tenha idade igual ou superiora 65 anos (TNE-1996) e que destes mais de 60% tenham mais de 75 anos, as respostas no sentido da qualidade de vida não acompanham esses avanços. Mas é importante não esquecer que o aumento de idosos não leva obrigatoriamente a um envelhecimento da população em geral, se pensarmos que um aumento simultâneo dos jovens proporciona um estado de equilíbrio. Não é, pois, o declínio da mortalidade o principal responsável pelo emergente aumento do processo de envelhecimento das populações observado no mundo em geral e na Europa em particular. O factor importante, responsável pelo envelhecimento na base da pirâmide etária é, sem dúvida, o declínio da natalidade (devido a baixas taxas de fecundidade). 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A OMS recomenda no seu "Plano Internacional de Acção sobre o Envelhecimento", políticas sociais centradas, "na promoção da saúde e prevenção da doença e na manutenção das capacidades funcionais dos idosos". O envelhecimento demográfico, favorecido pelas melhores condições sócio-sanitárias de vida, originou a maior explosão populacional deste século, um desafio às comunidades e grupos populacionais, tanto no que respeita à sua sobrevivência, como no que se refere às possibilidades de satisfação e garantia duma vida que se pretende vivida com qualidade até ao seu desfecho final. A evolução demográfica actual representa, com efeito, para a nossa sociedade, um enorme desafio. Face ao explosivo aumento da população idosa, urge analisar qual a metodologia, orientação e rumo a prosseguir com vista à educação para a mudança de mentalidade e atitudes, bem como perspectivar propostas de políticas regionais alternativas nos diferentes domínios. Alguém disse um dia que a chave para tomar boas decisões é "dar ouvidos" aos nossos sentimentos. Contudo não nos podemos limitar a dar uma justificação em termos de escolha pessoal, até porque não é aqui que ela encontra toda a sua relevância. Muitos outros factores contribuíram para esta escolha, tal como Paul Virton refere "(...) a escolha não é feita pela vontade do indivíduo, mas por um simples conjunto de circunstâncias (...)" (Virton 1979:285). De entre estas circunstâncias prevalece a condição que nos está subjacente, como técnicos de saúde lidamos hoje com desafios permanentes na tentativa de encontrarmos resposta para os problemas que emergem deste "novo" grupo - os idosos, grandes frequentadores dos serviços prestadores de cuidados de saúde. Lidando com este problema e com as consequências que dele derivam quotidianamente, aautora, como técnica de saúde e por vocação/profissão de base (serviço social), optou por seleccionar o tema do Envelhecimento, escolhendo como população a abordar, a da área onde se insere - a cidade de Olhão e os utentes abrangidos pelo apoio domiciliário integrado. Partindo do pressuposto de que o maior sofrimento da pessoa idosa é o desengano, a incomunicação, o desamparo e a solidão, projectaram-se acções que tentassem responder a este problema, envolvendo a vertente saúde. Decorridos três anos de implementação do S.A.D.I, agora com a designação de A.D.I (despacho conjunto n° 407/98 - DR II série n° 138 de 18 de Junho) na cidade de Olhão, considera-se pertinente avaliar o apoio/serviços prestados pelo mesmo, indagando sobre a sua efectiva adequação às necessidades e ao meio em que se insere. 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