Arquitectura e música: analogias estruturais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Paulo Alexandre Cardeal
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/2187
Resumo: Através de diversas comparações e analogias, este trabalho tem por objectivo estabelecer o paralelo entre a arquitectura e a música, apesar de plenamente consciente da dificuldade em abranger todo o tema. Optou-se no primeiro andamento, por se estudar as influências e relações mútuas entre a arquitectura e a música durante alguns dos períodos históricos e artísticos mais representativos da cultura ocidental. Para um melhor entendimento destas duas disciplinas, tornou-se essencial esta abordagem histórica, para termos uma melhor percepção de até que ponto elas estariam próximas ou afastadas ao longo da sua história. Apesar da música já ter conquistado uma consciência histórica semelhante à das outras artes, temos consciência de que é problemático estabelecermos ligações de natureza histórico-cultural entre o desenvolvimento Assim, numa segunda parte (Segundo Andamento) são apresentados alguns exemplos práticos onde assistimos a uma grande interdisciplinaridade entre a arquitectura e a música. Todos os projectos em análise distinguem-se pelo seu carácter experimental, não somente no âmbito arquitectónico, mas como também no musical. No Mosteiro Sainte Marie de La Tourette, Iannis Xenakis, arquitecto, engenheiro e músico, assume um papel fundamental, ao projectar uma fachada de vidro que usaria os mesmos princípios que já havia aplicado na música de sua autoria. A arca do Prometeo da autoria de Renzo Piano, é uma obra emblemática onde a relação entre o arquitecto e o compositor se entende como de extrema importância. Para a construção desta enorme “caixa harmónica”, o arquitecto teve a necessidade de entender profundamente os conceitos fundamentais sobre a obra musical que iria ter lugar no interior desta intervenção, como se tratasse de um gigante instrumento musical. Por sua vez, no Pavilhão IBM pôde realizar-se uma grande confrontação do tratamento da imagem projectada e da publicidade, através da própria arquitectura – a peculiar forma ovóide na sala de projecções. Já o pavilhão Suiço de Peter Zumthor poderá ser chamado de corpo sonoro, dado que o ambiente vivido no ser interior altera-se através das diferentes músicas, tanto humanas (pelos músicos) como divinas (através da chuva e do vento). da música e da arquitectura, podendo por vezes criar-se paralelismos muitas vezes artificiosos e fictícios. Assim, o tema desta primeira parte, é uma pequena pesquisa pela história da Música, analisando os aspectos da sua relação com a arquitectura, em como estas duas artes evoluíram juntas, bem como todos os aspectos sociais, culturais e ideológicos que determinam cada uma destas duas artes. Esta análise torna-se importante para um melhor entendimento dos casos de estudo seguidamente abordados, sendo unicamente obras do séc. XX e XXI.
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