Acesso aos cuidados de saúde da população residente em Portugal de origem chinesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marreiros, Laura Raquel dos Santos e Santos
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/817
Resumo: As comunidades imigrantes assumem cada vez mais importância no nosso país, e, por isso, a área da saúde também deve acompanhar este fenómeno emergente. Este estudo foca-se na comunidade chinesa, parte da qual que se sabe que se encontra em posição não legalizada. O objectivo primário deste trabalho foi avaliar o grau do acesso aos cuidados de saúde por parte da comunidade chinesa residente em Portugal. Secundariamente, procurou-se saber as razões da ausência de cuidados de saúde nesta população – opções ou desconfianças em relação a determinado tipo de medicina, barreiras linguísticas, ilegalidade, ausência de sistema de saúde, entre outras –, e ainda, o grau de satisfação em relação à medicina que optaram. Este estudo foi realizado em Portugal continental, na sua grande maioria, na área metropolitana de Lisboa, e desenvolvido através de entrevistas realizadas com base num questionário, que englobava questões de dois tipos – quer sobre a possibilidade real do acesso aos cuidados de saúde na sociedade onde vivem presentemente, quer sobre as atitudes e as convicções face à(s) medicina(s) ocidental e/ou chinesa. Foi entrevistado um total de 33 indivíduos, simultaneamente de etnia e naturalidade chinesas, desde o início do mês de Fevereiro de 2010, prolongando-se até meados de Abril de 2010. Os resultados revelaram, globalmente, uma baixa taxa de utilização dos serviços de saúde pelos entrevistados – de uma maneira geral, a sua utilização restringiu-se apenas em situação de urgência. Por outro lado, em muitas situações que consideram de menor gravidade, recorrem à farmácia, automedicando- se. Os respondentes mostraram uma elevada taxa de utilização da Medicina Ocidental (79%), uma taxa de utilização mais moderada de ambas as medicinas em simultâneo (21%), e uma taxa nula de utilização apenas da Medicina Tradicional Chinesa. Portugal está a tornar-se cada vez mais multicultural. Consequentemente, o sistema de saúde deve adaptar-se a esta diversidade cultural para poder proporcionar serviços de saúde de alta qualidade, criando soluções para os inúmeros problemas com que se deparam os imigrantes não legalizados. Neste sentido, este estudo salienta a necessidade dos serviços de saúde inlcuírem intérpretes que quebrem as barreiras linguísticas entre médicos e pacientes chineses.
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Secundariamente, procurou-se saber as razões da ausência de cuidados de saúde nesta população – opções ou desconfianças em relação a determinado tipo de medicina, barreiras linguísticas, ilegalidade, ausência de sistema de saúde, entre outras –, e ainda, o grau de satisfação em relação à medicina que optaram. Este estudo foi realizado em Portugal continental, na sua grande maioria, na área metropolitana de Lisboa, e desenvolvido através de entrevistas realizadas com base num questionário, que englobava questões de dois tipos – quer sobre a possibilidade real do acesso aos cuidados de saúde na sociedade onde vivem presentemente, quer sobre as atitudes e as convicções face à(s) medicina(s) ocidental e/ou chinesa. Foi entrevistado um total de 33 indivíduos, simultaneamente de etnia e naturalidade chinesas, desde o início do mês de Fevereiro de 2010, prolongando-se até meados de Abril de 2010. Os resultados revelaram, globalmente, uma baixa taxa de utilização dos serviços de saúde pelos entrevistados – de uma maneira geral, a sua utilização restringiu-se apenas em situação de urgência. Por outro lado, em muitas situações que consideram de menor gravidade, recorrem à farmácia, automedicando- se. Os respondentes mostraram uma elevada taxa de utilização da Medicina Ocidental (79%), uma taxa de utilização mais moderada de ambas as medicinas em simultâneo (21%), e uma taxa nula de utilização apenas da Medicina Tradicional Chinesa. Portugal está a tornar-se cada vez mais multicultural. Consequentemente, o sistema de saúde deve adaptar-se a esta diversidade cultural para poder proporcionar serviços de saúde de alta qualidade, criando soluções para os inúmeros problemas com que se deparam os imigrantes não legalizados. Neste sentido, este estudo salienta a necessidade dos serviços de saúde inlcuírem intérpretes que quebrem as barreiras linguísticas entre médicos e pacientes chineses.Immigrant communities are becoming increasingly important in our country, and therefore, the health sector must also accompany this emerging phenomenon. This study focuses on the Chinese community, part of which that is known to be in an illegal position. The primary objective of this study was to evaluate the rate of access to healthcare by the Chinese community living in Portugal. Secondarily, we sought to know the reasons for the lack of healthcare in this population – choices or mistrusts regarding a specific type of medicine, language barriers, illegality, absence of health system, among other –, as well as patient satisfaction regarding the type of medicine they chose. This study was conducted in mainland Portugal, mostly in the metropolitan area of Lisbon, and developed through interviews using a questionnaire, which encompassed two types of issues – either about the real possibility of access to healthcare in the society they live at the present, as well as about the attitudes and beliefs towards West and/or Chinese medicine. A total of 33 individuals were interviewed, all from Chinese ethnicity and born in the People’s Republic of China, since the beginning of February 2010 and lasted until mid-April 2010. Results showed an overall low rate of utilization of health services by respondents – in general, its use was restricted only in emergency situation. On the other hand, in many situations they consider to be less severe, they will go to the pharmacy, and self-medicate themselves. Respondents showed a high rate of utilization of Western Medicine (79%), a more moderate rate of use of both medicines simultaneously (21%), and none used Traditional Chinese Medicine alone. Portugal is becoming increasingly multicultural. Consequently, the health system must adapt to this cultural diversity in order to provide high quality health services, creating solutions to the many problems encountered by the illegal immigrants. Thus, this study highlights the need to involve interpreters in the health services who break the language barriers between physicians and Chinese patients.Universidade da Beira InteriorViana, Joaquim Manuel Vieira da SilvauBibliorumMarreiros, Laura Raquel dos Santos e Santos2012-12-11T15:43:49Z2010-062010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/817porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:11Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/817Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:48.845741Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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