Abordagens imunossupressoras para a preservação das células beta na diabetes mellitus tipo 1

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pascoal, Joana Daniela de Araújo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8405
Resumo: Introdução: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença de etiologia multifatorial com lesão das células beta do pâncreas. Constitui uma das doenças crónicas mais frequentes na infância e adolescência, tendo a sua incidência aumentado nas últimas décadas. No momento do diagnóstico, a maioria dos indivíduos apresenta função residual das células beta, quantificada através do peptídeo-C. Esta patologia leva à deficiente produção de insulina, hiperglicémia e aumento do risco de desenvolvimento de complicações vasculares. Atualmente a terapia existente consiste na administração exógena de insulina com esquemas complexos e na adoção de estilos de vida saudáveis. Objetivo: O objetivo desta monografia foi apresentar o estado da evidência atual sobre as terapias imunomediadas em DM1 e demonstrar se há possibilidade de oferecer novos tratamentos, mais especificamente com terapias imunossupressoras, com vista à preservação da função das células beta e adiamento da insulinoterapia intensiva. Material e Métodos: O presente trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica de artigos científicos na base de dados “PubMed/MEDLINE” com uso das palavras-chaves “type 1 diabetes” e “preservation”. A pesquisa foi limitada a ensaios clínicos randomizados, por estes fornecerem informação com maior validade e grau de evidência, representando o tipo de estudo mais fidedigno, comparativamente com estudos observacionais ou em animais. A pesquisa foi completada através da consulta de documentos de entidades científicas e livros da área abrangida pela tese. Resultados: Este trabalho identificou 22 artigos que estudaram várias abordagens para a preservação das células beta e da secreção de peptídeo-C na prevenção de complicações e possível remissão da doença em indivíduos com diagnóstico recente. Os ensaios analisados fazem referência a terapias imunossupressoras no âmbito da prevenção terciária. As abordagens são variadas e visam a imunidade inata ou adaptativa, a modulação da resposta dos linfócitos B ou das células T. Nalguns estudos verificou-se que existem resultados promissores, no entanto a maioria dos ensaios clínicos não obteve resultados consistentes para serem aplicados na prática clínica. Discussão: A falta de uma metodologia e critérios rigorosos para a elaboração de ensaios clínicos na área da DM1 limitou os resultados. Embora algumas terapias tenham alcançado a preservação da secreção do peptídeo-C, esta é geralmente transitória e com o aparecimento de eventos adversos. Conclusão: No futuro, será importante dar continuidade à investigação desta temática, com metodologias e critérios rigorosos, incluindo também estudos pré-clínicos. Atualmente existem modelos pré-clínicos, murganhos diabéticos não obesos, desenvolvidos no âmbito da prevenção primária e secundária e que constituirão novas direções para a investigação.
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spelling Abordagens imunossupressoras para a preservação das células beta na diabetes mellitus tipo 1Células BetaDiabetesEndocrinologiaImunologiaPâncreasDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença de etiologia multifatorial com lesão das células beta do pâncreas. Constitui uma das doenças crónicas mais frequentes na infância e adolescência, tendo a sua incidência aumentado nas últimas décadas. No momento do diagnóstico, a maioria dos indivíduos apresenta função residual das células beta, quantificada através do peptídeo-C. Esta patologia leva à deficiente produção de insulina, hiperglicémia e aumento do risco de desenvolvimento de complicações vasculares. Atualmente a terapia existente consiste na administração exógena de insulina com esquemas complexos e na adoção de estilos de vida saudáveis. Objetivo: O objetivo desta monografia foi apresentar o estado da evidência atual sobre as terapias imunomediadas em DM1 e demonstrar se há possibilidade de oferecer novos tratamentos, mais especificamente com terapias imunossupressoras, com vista à preservação da função das células beta e adiamento da insulinoterapia intensiva. Material e Métodos: O presente trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica de artigos científicos na base de dados “PubMed/MEDLINE” com uso das palavras-chaves “type 1 diabetes” e “preservation”. A pesquisa foi limitada a ensaios clínicos randomizados, por estes fornecerem informação com maior validade e grau de evidência, representando o tipo de estudo mais fidedigno, comparativamente com estudos observacionais ou em animais. A pesquisa foi completada através da consulta de documentos de entidades científicas e livros da área abrangida pela tese. Resultados: Este trabalho identificou 22 artigos que estudaram várias abordagens para a preservação das células beta e da secreção de peptídeo-C na prevenção de complicações e possível remissão da doença em indivíduos com diagnóstico recente. Os ensaios analisados fazem referência a terapias imunossupressoras no âmbito da prevenção terciária. As abordagens são variadas e visam a imunidade inata ou adaptativa, a modulação da resposta dos linfócitos B ou das células T. Nalguns estudos verificou-se que existem resultados promissores, no entanto a maioria dos ensaios clínicos não obteve resultados consistentes para serem aplicados na prática clínica. Discussão: A falta de uma metodologia e critérios rigorosos para a elaboração de ensaios clínicos na área da DM1 limitou os resultados. Embora algumas terapias tenham alcançado a preservação da secreção do peptídeo-C, esta é geralmente transitória e com o aparecimento de eventos adversos. Conclusão: No futuro, será importante dar continuidade à investigação desta temática, com metodologias e critérios rigorosos, incluindo também estudos pré-clínicos. Atualmente existem modelos pré-clínicos, murganhos diabéticos não obesos, desenvolvidos no âmbito da prevenção primária e secundária e que constituirão novas direções para a investigação.Introduction: Type 1 diabetes mellitus (DM1) is a multifactorial disease with pancreatic beta cell lesion. It is one of the most frequent chronic diseases in childhood and adolescence, and its incidence has increased in the last decades. At the time of diagnosis, most individuals have residual beta cell function quantified through the C-peptide. This pathology leads to impaired insulin production, hyperglycemia and increased risk of developing vascular complications. Currently, existing therapy consists of the exogenous administration of insulin with complex regimens and the adoption of healthy lifestyles. Objective: The objective of this monograph was to present the state of the current evidence on immune-mediated therapies in DM1 and to demonstrate whether it is possible to offer new treatments, more specifically with immunosuppressive therapies, in order to preserve beta cell function and postpone of intensive insulin therapy. Material and Methods: The present work was based on the bibliographic research of scientific articles in the database "PubMed / MEDLINE" with the use of the keywords "type 1 diabetes" and "preservation". The research was limited to randomized clinical trials, because they provide more valid information and evidence, representing the most reliable type of study, compared to observational or animal studies. The research was completed through the consultation of documents of scientific entities and books of the area covered by the thesis. Results: This work identified 22 articles that studied several approaches for the preservation of beta cells and C-peptide secretion in the prevention of complications and possible remission of the disease in individuals with a recent diagnosis. The studies that were analyzed refer to immunosuppressive therapies in the field of tertiary prevention. The approaches are varied and target either the innate or adaptive immunity, the modulation of B lymphocyte or T cell response. In some studies, it has been found that there are promising results, however most clinical trials have not achieved consistent results to be applied in clinical practice. Discussion: The lack of a methodology and strict criteria for the development of clinical trials in the DM1 area limited the results. Although some therapies have achieved preservation of C-peptide secretion, it is generally transient and with the appearance of adverse events. Conclusion: In the future, it will be important to continue research on this subject, with rigorous methodologies and criteria, including also preclinical studies. There are currently pre-clinical models, non-obese diabetic mice, developed in the context of primary and secondary prevention and that will constitute new directions for research.Lemos, Manuel Carlos Loureiro deuBibliorumPascoal, Joana Daniela de Araújo2020-01-16T16:40:12Z2018-03-92018-04-052018-04-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8405TID:202362507porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:22Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8405Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:44.808071Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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