O problema das filosofias nacionais e da filosofia como saber universal: o caso português

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Pedro Miguel Páscoa Santos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/47944
Resumo: Pretendemos avaliar, criticamente, as noções de “filosofia nacional” e/ou “pátria”, tanto em geral, como no caso português, de modo a sustentar uma perspectiva universalista – mas não conotável com a philosophia perennis – da filosofia (em Portugal) e da sua história. O conceito de filosofia nacional, excepto num sentido nominalista, é ambíguo visto que está vinculado ao conceito moderno de nação, o qual, consoante diferentes acepções e usos, pode ter implicações contraditórias para a noção primordialista de “filosofia portuguesa”. A noção de filosofia pátria origina dificuldades semelhantes: a cultura pátria não é homogénea nem implica necessariamente uma filosofia única; a relação entre filosofia e cultura não é unívoca e transparente; a filosofia, dados os seus temas e problemas e o seu carácter crítico, não se reduz à mera expressão de génios colectivos/identidades; o carácter “situado” da filosofia portuguesa não deve ser encarado num sentido particularista. O “argumento linguístico” só tem cabimento se entendermos a relação entre língua/ cultura, por um lado, e pensamento/filosofia, por outro, de modo essencialista e exclusivista, o que não é plausível à luz da filosofia da linguagem. A “Filosofia Portuguesa” é um jogo de linguagem, entre muitos, que contradiz o carácter universalista da filosofia em Portugal e as suas próprias fontes de inspiração (Bruno, Coimbra). O ensino da filosofia em Portugal deve reflectir um carácter universalista, pluralista e crítico.
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