CANCRO DA MAMA ASSOCIADO AO TRABALHO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532023000100310 |
Resumo: | RESUMO Introdução/enquadramento/objetivos: Existem circunstâncias laborais que podem potenciar o risco oncológico e não se encontra em situação excecional o Cancro de Mama. Contudo, o conhecimento disponível sobre o assunto é escasso, pelo que há o risco de essa informação não circular pelos trabalhadores e/ou profissionais a exercer em equipas de Saúde e Segurança Ocupacionais. Nesse sentido, pretendeu-se com esta revisão reunir e disponibilizar conhecimento para facilitar a prevenção da doença e promoção da saúde em meio ocupacional. Metodologia: Realizou-se uma Revisão Bibliográfica, em janeiro de 2022, nas seguintes bases de dados; “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP”. Conteúdo: Os turnos noturnos são cronodisruptores provavelmente devido à redução na produção de melatonina. Outros investigadores acrescentam que o trabalho noturno e/ou a exposição noturna à luz perturba o ritmo circadiano e a secreção hormonal (com destaque também para a prolactina, glicocorticoides, hormona adrenocorticotrópica, corticoliberina e serotonina). Não é, contudo, consensual que os turnos noturnos impliquem níveis menores de secreção de prolactina e que tal se associe ao Cancro de Mama. Poderão alguns estudos estar enviesados por terem estudado os turnos noturnos versus a exposição à luz nesses turnos (sendo a última situação a que apresenta evidência de aumentar moderadamente o risco de cancro mamário), uma vez que se acredita que esta implique alteração na produção de melatonina e vitamina D. Contudo, outros consideram que esses dados não são suportados por evidência científica robusta ou isentos de controvérsias, até pela diferença entre os diversos tipos de turnos noturnos. A International Agency for Reserch on Cancer publicou em 2007 alguns dados sobre esta eventual relação- nomeadamente que turnos noturnos eram provavelmente carcinogénicos para humanos (grupo 2A) e/ou que havia evidência na associação entre processos oncológicos e os turnos noturnos, provavelmente para este cancro em específico, baseada em evidência suficiente em animais e limitada em humanos. Discussão e Conclusões: A maioria da bibliografia sobre o tema realça como etiologia laboral os turnos noturnos e/ou a exposição a luz durante os mesmos, ainda que não exista consenso total entre nexo de causalidade e/ou fisiopatologia. Também são mencionados de forma mais sumária os pesticidas, solventes e os produtos inseridos nos fumos das cozinhas (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, aldeídos e aminas aromáticas policíclicas). Tendo em conta a relevância do assunto e a escassez de informação disponível, seria importante que as equipas de Saúde e Segurança Ocupacionais, com capacidade logística adequada, sinalizassem os casos positivos e investigassem potenciais associações, divulgando posteriormente as conclusões abarcadas. |
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