Análise microscópica de micro-fendas e conexões de sistema pilar-implante após fadiga mecânica

• Autor(a) principal: Bezerra, Sara Júlia Soares
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/7057
• topic: Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica

O objetivo do presente estudo foi avaliar as dimensões de micro-fendas em conexões pilar-implante do tipo Cone Morse e Hexágono Externo a partir de análises por microscopia óptica e eletrónica de varrimento. Foram utilizados para este trabalho 20 implantes de titânio comercialmente puro grau IV e correspondentes pilares protéticos universais. Dois tipos de sistemas foram testados: Cone Morse e Hexágono Externo. Ambos os grupos de implantes foram embutidos em resina acrílica para conexão dos respectivos pilares protéticos aplicando o torque recomendado para cada sistema. Os sistemas pilar-impante foram divididos em quatro grupos distintos. Para cada sistema, um grupo foi submetido a fadiga e outro grupo serviu como controlo. Para os testes de fadiga, os sistemas pilar-implante foram acopladas a uma máquina de ensaios de fadiga mecânica ajustada para a aplicação de cargas de 50 N por 500 mil ciclos em saliva humana diluída, simulando os ciclos mastigatórios em cavidade oral durante 6 meses. Todos os grupos foram embutidos em resina acrílica e seccionados por lixamento para análise por Microscopia óptica e eletrónica de varrimento (FEG-SEM) associada a análise química (EDS). As conexões pilar-implante foram analisadas em 4 zonas diferentes. Os resultados foram analisados estatisticamente pela análise da variância (ANOVA) two-way seguida pelo Teste de Tukey em um nível de significância de p <0,05. Imagens por microscopia óptica revelaram micro-fendas nos dois tipos de conexão, Cone Morse e Hexágono Externo, submetidos ou não a fadiga. As análises por FEG-SEM permitiram a medição das dimensões médias das micro-fendas nas conexões. Os sistemas Cone Morse apresentaram valores médios de dimensões de micro-fendas 1,2 e 0,4 μm antes e após fadiga, respetivamente. Já, os sistemas de Hexágono Externo apresentaram valores médios de dimensões de microfendas de 0,9 e 0,3 μm antes e após fadiga, respetivamente. Entretanto, as conexões do tipo hexágono externo apresentaram maiores valores de discrepâncias marginais, em torno de 126 e 170 μm, antes e após fadiga, respetivamente. Já, os sistemas Cone Morse apresentaram valores de discrepâncias marginais próximos aos valores das micro-fendas encontradas internamente, em torno de 2,4 μm (antes da fadiga) e 2,8 μm (após fadiga). Os resultados indicam que há micro-fendas em sistemas de implantes dentários do tipo Cone Morse e Hexágono externo e que as dimensões destas micro-fendas tende a diminuir após esforços mecânicos em cargas de 50 N. Os sistemas do tipo Cone Morse apresentaram dimensões de micro-fendas contínuas desde a área marginal até a área de conexão mais externa. Já, os sistemas do tipo Hexágono Externo apresentaram valores mais altos nas áreas marginais o que facilita a retenção de resíduos ácidos e biofilmes orais que pode induzir a reações inflamatórios periimplantares.