O setor financeiro e a sua relação com o crescimento económico – um estudo para a Península Ibérica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, José Manuel de Vasconcelos Alferes Ferreira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/17515
Resumo: Desde a entrada na Comunidade Económica Europeia em 1986, que as economias de Portugal e Espanha tiveram um rápido desenvolvimento. O conjunto de reformas iniciadas permitiram reorientar os vários setores de atividade, dos dois países, para que uma nova fase de crescimento no espaço integrado se iniciasse: a inovação e a concorrência acrescidas eram elementos preponderantes para economias que caminhavam para a terciarização. Novos regulamentos entraram em vigor de forma a atingir um maior desenvolvimento do sistema financeiro. Com as privatizações e a desregulamentação, os sistemas bancários dos dois países assumiram um papel fulcral nestas economias diferenciadas em dimensão e em desenvolvimento, mas unidas pelo processo de integração. Esta centralidade do sistema financeiro nas economias ibéricas veio torna-las particularmente expostas à crise financeira de 2008/2009. No estudo, as unidades secionais são os dois países ibéricos – Portugal e Espanha – e o período de tempo em análise vai de 2000 a 2016. O processo de estimação baseia-se em modelos econométricos com dados em painel, com efeitos fixos. O estudo aponta para uma relação positiva entre o Crédito Concedido Total (em relação ao PIB) e o Produto Interno Bruto per capita. É constatado um comportamento em U invertido, atingindo-se o máximo da curva quando o Total de Crédito (no PIB) é de aproximadamente 4%. Ou seja, no período em análise e para os países ibéricos, no seu conjunto, verifica-se a relação em U invertido avançado pela literatura. Constata-se, ainda que ainda que o setor financeiro (mensurado pelos salários do setor) absorva mais recursos em Portugal do que em Espanha, é comparativamente menos penalizante da dinâmica do crescimento económico na economia portuguesa. Os gastos públicos, a formação bruta de capital fixo e a média móvel do PIB a três anos, captando a evolução estrutural, têm o sinal positivo expectável. Quanto ao grau de abertura ao exterior, no caso de Portugal afigura-se como neutro e em Espanha negativo, contrariando o expectável. Quanto às variáveis binárias, realce-se o ano de 2005, ano da entrada do capital financeiro espanhol em Portugal, que teve um efeito negativo sobre o crescimento do PIB ibérico per capita.
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Esta centralidade do sistema financeiro nas economias ibéricas veio torna-las particularmente expostas à crise financeira de 2008/2009. No estudo, as unidades secionais são os dois países ibéricos – Portugal e Espanha – e o período de tempo em análise vai de 2000 a 2016. O processo de estimação baseia-se em modelos econométricos com dados em painel, com efeitos fixos. O estudo aponta para uma relação positiva entre o Crédito Concedido Total (em relação ao PIB) e o Produto Interno Bruto per capita. É constatado um comportamento em U invertido, atingindo-se o máximo da curva quando o Total de Crédito (no PIB) é de aproximadamente 4%. Ou seja, no período em análise e para os países ibéricos, no seu conjunto, verifica-se a relação em U invertido avançado pela literatura. Constata-se, ainda que ainda que o setor financeiro (mensurado pelos salários do setor) absorva mais recursos em Portugal do que em Espanha, é comparativamente menos penalizante da dinâmica do crescimento económico na economia portuguesa. Os gastos públicos, a formação bruta de capital fixo e a média móvel do PIB a três anos, captando a evolução estrutural, têm o sinal positivo expectável. Quanto ao grau de abertura ao exterior, no caso de Portugal afigura-se como neutro e em Espanha negativo, contrariando o expectável. Quanto às variáveis binárias, realce-se o ano de 2005, ano da entrada do capital financeiro espanhol em Portugal, que teve um efeito negativo sobre o crescimento do PIB ibérico per capita.Since joining the European Economic Community in 1986, the economies of Portugal and Spain have developed rapidly. The set of reforms initiated enabled the various sectors of activity in the two countries to be reoriented so that a new phase of growth in the integrated area could begin: increased innovation and competition were predominant elements for economies on the road to tertiarisation. New regulations came into force in order to achieve further development of the financial system. With privatisation and deregulation, the banking systems of the two countries assumed a central role in these economies differentiated in size and development, but united by the process of integration. This centrality of the financial system in the Iberian economies made them particularly exposed to the 2008/09 financial crisis. The estimation process is based on econometric models with panel data, with fixed effects. In the study, the setional units are the two Iberian countries and the time periods are the years 2002 to 2016. The study points to a positive relationship between Total Credit Granted (in relation to GDP) and Gross Domestic Product per capita. An inverted U-shaped behaviour is observed, reaching the maximum of the curve when Total Credit (in GDP) is approximately 4%. That is, in the period under review and for the Iberian countries as a whole, the inverted U-shaped relationship advanced in the literature is verified. Even though the financial sector (measured by sector wages) absorbs more resources in Portugal than in Spain, it is comparatively less penalising for the dynamics of economic growth in that economy. Public spending, gross fixed capital formation and the three-year moving average of GDP, capturing structural developments, have the expected positive signal. As for the degree of openness to the outside, in the case of Portugal it appears to be neutral and in Spain negative, contrary to what can be expected. As for the binary variables, 2005, the year of Spanish financial capital inflow into Portugal, is noteworthy as it had a negative effect on Iberian per capita GDP growth.Ribeiro, Maria Clara Dias PintoPereira, Raquel Susana da CostaRepositório Científico do Instituto Politécnico do PortoRibeiro, José Manuel de Vasconcelos Alferes Ferreira2021-03-16T09:20:35Z2021-01-252021-01-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.22/17515TID:202667057porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-13T13:08:18Zoai:recipp.ipp.pt:10400.22/17515Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:37:08.445566Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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