Estudo longitudinal da interrupção médica da gravidez: consequências psicológicas a longo prazo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Afonso, Flávia Daniela Oliveira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/113
http://hdl.handle.net/20.500.11816/113
Resumo: Background: As dificuldades adaptativas resultantes da interrupção médica da gravidez por causa fetal (IMG) têm merecido exponencial destaque, no âmbito da psicologia clínica e do aconselhamento genético. Áreas que caracterizam a IMG como um acontecimento com sérias repercussões na saúde mental das mulheres, nomeadamente ao nível da depressão, luto e trauma. Metodologia: Amostra constituída por 34 mulheres que vivenciaram IMG há sete anos atrás. As participantes foram avaliadas 15 dias, 6 meses, e 7 anos após IMG. Procurou-se explorar e avaliar como a mulher é afectada psicologicamente pela IMG ao longo do tempo. Na operacionalização deste objectivo utilizaram-se os seguintes instrumentos: o Inventário de Depressão de Beck (BDI), a Escala de Luto Perinatal (PGS), a Escala de Impacto de Eventos Traumáticos – Revista (IES-R) e um questionário de dados individuais. A investigação agregou, ainda, outras informações provenientes das avaliações precedentes, nomeadamente dados sócio-demográficos, factores contextuais, suporte social, processos de coping e conflito na decisão. A partir dos dados recolhidos foram calculadas as diferenças ao nível da sintomatologia depressiva, do luto perinatal e do trauma, nos três momentos. Por fim, procurou-se obter um modelo parcimonioso que permitisse predizer a depressão, o luto perinatal e o trauma em função de um conjunto variáveis independentes, 7 anos após a IMG. Resultados: Constatou-se uma diminuição da sintomatologia psicopatológica na maioria das participantes ao longo das três fases avaliativas. No entanto, corroboramos, de acordo com a literatura, que a IMG é um evento particular que mantém associados elevados níveis de morbilidade psicológica num número substancial de mulheres. Foram encontrados maiores índices de depressão até aos 6 meses, mantendo-se esta estável até aos 7 anos após a IMG. No que concerne ao luto perinatal encontramos uma diminuição significativa entre os 6 meses e os 7 anos. Verificamos, ainda, que esta população, após 7 anos, evidencia elevados índices de sintomatologia traumática. O estilo de coping de evitamento foi identificado como factor preditor de psicopatologia ao nível da depressão e trauma, a longo prazo. Conclusão: Após IMG evidenciam-se níveis de morbilidade psicológica num número substancial de mulheres ao nível da depressão, do luto e do trauma, pelo menos, durante os 7 anos que se seguem. O estilo de coping de evitamento surge como preditor de sintomatologia de trauma e depressão a longo prazo. Neste seguimento, destaca-se a necessidade de estudos com enfoque sobre outros factores que possam ser significativos em termos das repercussões psicológicas e variáveis preditoras de psicopatologia consequente da vivência da IMG.
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