Estudo da prevalência de excreção com a variação do nível de seroprevalência da doença de Aujeszky em populações de javalis na Península Ibérica

• Autor(a) principal: Melo, Natacha Margarida Abreu de Roboredo Sampaio e
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/7512
• topic: Doença de Aujeszky; Península Ibérica; Javali; Epidemiologia

A Doença de Aujeszky (DA) é uma doença viral cosmopolita que assume elevada importância na suinicultura em todo o mundo. Para além de afetar os suínos domésticos, a DA também afeta o javali europeu (Sus scrofa), sendo ambos considerados hospedeiros naturais do agente, o herpesvírus tipo - 1 dos suínos. Presentemente, em Portugal, a DA é alvo de um Plano de Controlo e Erradicação e é uma doença de notificação obrigatória. Sendo o javali um importante reservatório da doença, é de extrema importância conhecer a prevalência da infeção nesta espécie. Assim, no presente estudo, durante a época venatória 2014-15, procedeu-se à recolha de amostras de tecido nervoso (gânglio do nervo trigémio e gânglio do nervo sacro) para detetar a latência do vírus no sistema nervoso, órgãos linfóides (amígdala) de modo a detetar a pressão da infeção, zaragatoas (orais, nasais e genitais) para detetar a excreção do vírus e soro de javalis caçados nas zonas centro sul de Espanha, Comunidade Autónoma de Castilla-La Mancha, Províncias de Ciudad Real e Toledo (outubro-fevereiro) e em freguesias do concelho de Idanhaa- Nova, Castelo Branco, Portugal (janeiro-fevereiro). As amostras de tecido foram analisadas segundo técnicas moleculares (PCR), para deteção genética do vírus da DA. Os soros foram analisados por ELISA (Idexx PRV/ADV Ab test) para deteção de anticorpos específicos contra a glicoproteína E (gE) do vírus da DA. A seroprevalência observada em javalis caçados em Espanha foi de 52% (94/181) e em Portugal foi de 13% (7/55). A deteção genética obtida por zaragatoa permitiu identificar 3% (5/156) de amostras positivas de Portugal e 11% (17/155) de amostras positivas de Espanha. A avaliação por PCR de amostras de tecidos revelou 4% (6/152; trigémio, sacro e amígdala) de amostras positivas provenientes de Portugal e 2% (1/58; amígdalas) de amostras positivas de Espanha. Com estes resultados detetou-se a presença do vírus em zaragatoas (excreção), em tecidos nervosos (latência) e em amígdalas (pressão de infeção). Sendo as prevalências diferentes entre Espanha e Portugal, os resultados encontrados confirmam a importância do javali enquanto reservatório do agente. Contudo, é necessário prosseguir os estudos nesta espécie cinegética de modo a minimizar o risco de transmissão do agente aos suínos domésticos.