A força do pensamento deôntico: O vitimizador feliz na atribuição de emoções na criança
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.12/5880 |
Resumo: | Este artigo tem dois objectivos centrais. Primeiro, analisar as emoções positivas e negativas que as crianças atribuem a transgressores de normas morais em duas condições distintas (i.e., factual e descritiva; deôntica e prescritiva). Segundo, relacionar estas emoções com uma medida de comportamento pró-social das crianças numa situação de altruísmo. Cinquenta e quatro crianças de dois níveis etários (i.e., 5-6 anos; 8- -9 anos) foram (a) confrontadas com três exemplos de transgressões morais; (b) solicitadas a atribuir emoções positivas ou negativas ao transgressor em ambas as condições; e (c) colocadas depois numa situação onde podiam doar algumas das guloseimas recebidas pela sua participação na investigação. Os resultados mostram que (1) o número de vitimizadores felizes (i.e., crianças que pensam que o vitimizador se sentiu bem depois de ter cometido a transgressão) foi muito menor na condição deôntica que na factual; (2) esta diferença foi mais acentuada nas crianças mais velhas que nas mais jovens; e (3) não houve qualquer relação significativa entre o tipo de emoções atribuídas pelas crianças e o seu comportamento altruísta na situação de dádiva anónima. São ainda discutidas as implicações destes resultados para uma melhor compreensão das emoções morais na criança, de dados contraditórios neste tema de pesquisa e de teses relativamente opostas de teorias actuais de desenvolvimento moral no que à competência moral da criança diz respeito. |
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A força do pensamento deôntico: O vitimizador feliz na atribuição de emoções na criançaEmoções moraisVitimizadores felizesDesenvolvimentoCriançasMoral emotionsHappy victimizersDevelopmentChildrenEste artigo tem dois objectivos centrais. Primeiro, analisar as emoções positivas e negativas que as crianças atribuem a transgressores de normas morais em duas condições distintas (i.e., factual e descritiva; deôntica e prescritiva). Segundo, relacionar estas emoções com uma medida de comportamento pró-social das crianças numa situação de altruísmo. Cinquenta e quatro crianças de dois níveis etários (i.e., 5-6 anos; 8- -9 anos) foram (a) confrontadas com três exemplos de transgressões morais; (b) solicitadas a atribuir emoções positivas ou negativas ao transgressor em ambas as condições; e (c) colocadas depois numa situação onde podiam doar algumas das guloseimas recebidas pela sua participação na investigação. Os resultados mostram que (1) o número de vitimizadores felizes (i.e., crianças que pensam que o vitimizador se sentiu bem depois de ter cometido a transgressão) foi muito menor na condição deôntica que na factual; (2) esta diferença foi mais acentuada nas crianças mais velhas que nas mais jovens; e (3) não houve qualquer relação significativa entre o tipo de emoções atribuídas pelas crianças e o seu comportamento altruísta na situação de dádiva anónima. São ainda discutidas as implicações destes resultados para uma melhor compreensão das emoções morais na criança, de dados contraditórios neste tema de pesquisa e de teses relativamente opostas de teorias actuais de desenvolvimento moral no que à competência moral da criança diz respeito.This study examines children’s attributions of positive and negative emotions to victimizers in an «is» or factual, and in an «ought» or deontic condition, and relates such emotions with a measure of children’s prosocial behavior in an opportunity-to-donate situation. Fifty-four children from two age levels (i.e., 5- to 6-year-olds, and 8- to 9-year-olds) were presented with three moral transgressions, and asked to attribute positive or negative emotions to the victimizer in such conditions. They were then given an opportunity-to-donate situation in which they might donate some of the goods they had received for their participation in the study. The results show that (1) the number of happy victimizers was much lower in the deontic than the factual condition; (2) this difference was greater among the older than the younger children; and (3) there was no significant relationship between children’s pattern of emotion-attribution (i.e., positive or negative) and their prosocial behavior. These findings have important implications for a better understanding of (a) children’s conceptions of moral emotions; (b) some of the contradictory findings in this area of research; and (c) the somehow different claims of present- day theories of development as far as the child’s moral competence is concerned.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)Instituto Superior de Psicologia AplicadaRepositório do ISPALourenço, Orlando2017-10-31T16:42:44Z2000-01-01T00:00:00Z2000-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/5880porAnálise Psicológica, 1(18), 71-85.0870-8231info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:41:36Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/5880Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:23:43.200212Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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