Lesões Medulares: Caracterização Epidemiológica da Última Década num Hospital de Agudos
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25759/spmfr.299 |
Resumo: | Introduçao: A lesão medular (LM) é uma das lesões com maior impacto orgânico, psicológico e social. A análise e compreensão da sua evolução epidemiológica, permite ao sistema de saúde implementar medidas preventivas e direccionar recursos no sentido da sua melhor gestão.O objectivo foi caracterizar a população de LM observada na consulta de Fisiatria do Centro Hospitalar Universitário do Porto, com lesão ocorrida num intervalo de 10 anosMétodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que incluiu 162 doentes observados entre Janeiro 2007 e Dezembro de 2017, com lesão ocorrida neste período. Os dados demográficos e clínicos foram recolhidos dos processos clínicos electrónicos.Resultados: Noventa cinco doentes (58,65%) apresentavam LM de causa não traumática (LMNT) e 41,35% LM de causa traumática (LMT). Em ambos os grupos houve predomínio do sexo masculino, sem diferença na média de idades, com pico de incidência entre a quinta e sexta décadas de vida. Relativamente à etiologia das LMT assistimos a um predomínio de quedas da própria altura, numapopulaçãomaisenvelhecidaeumnumeromenor de acidentes de viação em populações mais jovens. Comparando o nível neurológico com a etiologia da lesão (traumática versus não traumática), constatamos um predomínio cervical em ambas. Na classificação American Spinal Injury Association Impairment Scale (AIS) deparamo-nos com um predomínio de lesões incompletas no grupo não trauma (LMNT), com significado estatístico (p<0,005).Conclusão: Os resultados encontrados neste estudo proporcionam informação sobre a realidade das LM em Portugal e refletem a mudança de paradigma relativamente à epidemiologia, nas últimas décadas, com um atingimento preferencial da faixa etária idosa e um aumento progressivo das LMNT. |
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Lesões Medulares: Caracterização Epidemiológica da Última Década num Hospital de AgudosSpinal Cord Lesions: Epidemiological Characterization of the Last Decade in an Acute patient HospitalLesões Medulares/epidemiologiaSpinal Cord Injuries/epidemiologyIntroduçao: A lesão medular (LM) é uma das lesões com maior impacto orgânico, psicológico e social. A análise e compreensão da sua evolução epidemiológica, permite ao sistema de saúde implementar medidas preventivas e direccionar recursos no sentido da sua melhor gestão.O objectivo foi caracterizar a população de LM observada na consulta de Fisiatria do Centro Hospitalar Universitário do Porto, com lesão ocorrida num intervalo de 10 anosMétodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que incluiu 162 doentes observados entre Janeiro 2007 e Dezembro de 2017, com lesão ocorrida neste período. Os dados demográficos e clínicos foram recolhidos dos processos clínicos electrónicos.Resultados: Noventa cinco doentes (58,65%) apresentavam LM de causa não traumática (LMNT) e 41,35% LM de causa traumática (LMT). Em ambos os grupos houve predomínio do sexo masculino, sem diferença na média de idades, com pico de incidência entre a quinta e sexta décadas de vida. Relativamente à etiologia das LMT assistimos a um predomínio de quedas da própria altura, numapopulaçãomaisenvelhecidaeumnumeromenor de acidentes de viação em populações mais jovens. Comparando o nível neurológico com a etiologia da lesão (traumática versus não traumática), constatamos um predomínio cervical em ambas. Na classificação American Spinal Injury Association Impairment Scale (AIS) deparamo-nos com um predomínio de lesões incompletas no grupo não trauma (LMNT), com significado estatístico (p<0,005).Conclusão: Os resultados encontrados neste estudo proporcionam informação sobre a realidade das LM em Portugal e refletem a mudança de paradigma relativamente à epidemiologia, nas últimas décadas, com um atingimento preferencial da faixa etária idosa e um aumento progressivo das LMNT.Introduction: Spinal cord injury (SCI) is one of the lesions with greater organic, psychological and social impact for the patient. The analysis and understanding of its epidemiological evolution allows the health system to implement preventive measures, as well as directing resources towards better management.Our objective was to characterize the spinal cord injury population, with injury occurring within 10 years and observed in the outpatient Physiatric clinic of Centro Hospitalar Universitário do Porto.Methods: A retrospective study was conducted that included 162 patients observed between January 2007 and December 2017, with an injury occurring in this period. Demographic and clinical data were collected from electronic clinical processes.Results: Ninety five patients (58.65%) had non-traumatic SCI and 41.35% SCI of traumatic cause. In both groups there was a predominance of males and there was no difference in mean age, with peak incidence between the fifth and sixth decades of life. Regarding the etiology of SCI, we observed a predominance of falls in an elderly population and a smaller number of traffic accidents in younger populations. Comparing the neurological level with the etiology of the lesion (traumatic versus non-traumatic), we found a cervical predominance in both. In the American Spinal Injury Association Impairment Scale (AIS) we found a predominance of incomplete lesions in the non-trauma group, with statistical significance (p <0.005).Conclusion: The results found in this study provide information on the reality of SCI in Portugal and reflect the paradigm shift regarding the epidemiology of spinal cord lesions in the last decades, with a preferential reach of more advanced age groups and a progressive increase of non- traumatic SCI.Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação2023-06-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.25759/spmfr.299https://doi.org/10.25759/spmfr.299Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação; v. 35, n. 2 (2023): Ano 31; 36-420872-9204reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/299https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/299/262Copyright (c) 2023 Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitaçãohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMoreira, Carolina Martins; Centro Hospitalar e Universitário do PortoAndrade, Maria João; Centro Hospitalar e Universitário do Porto2023-11-17T06:15:24Zoai:ojs.spmfrjournal.org:article/299Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:02:41.476822Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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