[Equity in Usage of Medical Appointments in Portugal: In Sickness and in Health, in Poverty and in Wealth?]

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quintal, Carlota Maria Miranda
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Antunes, Micaela Andreia Alegria
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/93232
https://doi.org/10.20344/amp.12278
Resumo: Introdução: A equidade é um objetivo central da política de saúde em Portugal. Contudo, a evidência empírica sobre utilização de cuidados é escassa não existindo resultados atualizados. O nosso objetivo é avaliar o respeito pelo princípio de igual utilização para igual necessidade. Material e Métodos: Usamos dados do Inquérito Nacional de Saúde 2014. A utilização de cuidados é medida pelo número de consultas de medicina geral e familiar ou de especialidades hospitalares. Para avaliar os fatores impactantes na utilização recorremos à análise de regressão multivariada (modelo binomial negativo). Para quantificar a desigualdade/iniquidade relacionada com o rendimento na utilização calcula-se o índice de concentração. Resultados: Ter melhor saúde autoavaliada e não sofrer de limitações nas atividades diárias reduz a utilização; sofrer de doença crónica aumenta o uso. O rendimento não é estatisticamente significativo; a educação aumenta o uso, com efeito pronunciado. Viver em zonas urbanas e em Lisboa (comparado com o Norte) aumenta a utilização. Residir no Algarve ou Madeira, ou beneficiar apenas do Serviço Nacional de Saúde está associado a menos utilização. Pelo índice de concentração, não se exclui a hipótese de equidade nas consultas de medicina geral e familiar. Em relação às consultas de especialidades hospitalares e totais, a evidência sugere iniquidade favorável aos mais ricos. Discussão: A iniquidade observada entre grupos de rendimento parece refletir desigualdades noutras variáveis de não-necessidade. Há a questão dos resultados poderem ser afetados por sobreutilização no caso de consultas de especialidades hospitalares. Conclusão: Portugal progrediu favoravelmente em termos de equidade na utilização de consultas, mas subsistem desafios.
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