Otimização da prevenção da infeção urinária em serviço de urgência, de um hospital do Norte do país

• Autor(a) principal: Mota, Elisabete Cristina Ribeiro da
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10434
• topic: Infeção urinária; cateter vesical

Enquadramento: O presente relatório enquadra-se no âmbito da unidade curricular Estágio e relatório final do 2º ano, 1º semestre do curso de Mestrado em Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica da Escola Superior de Saúde da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em consórcio com a Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, que decorreu de setembro de 2019 a janeiro de 2020 e visou o desenvolvimento de competências específicas nesta área do conhecimento. No âmbito deste estágio desenvolvemos um estudo de investigação subordinado ao tema “otimização da prevenção da infeção urinária em serviço de urgência, de um hospital do norte do país”. As infeções adquiridas em contexto de saúde (IACS) são um problema grave que os hospitais têm que gerir visando a redução da sua prevalência. De entre as IACS, as associadas ao trato urinário são comummente decorrentes da utilização de cateteres vesicais. A infeção do trato urinário associada ao cateter vesical (ITUACV) é um problema que pode ser minimizado reduzindo a utilização do cateter vesical, e cumprindo os cuidados durante o procedimento de colocação, manutenção e retirada. Ainda que a permanência do doente no serviço de urgência (SU) seja habitualmente curta, não sendo possível avaliar com eficácia se os procedimentos de algaliação executados resultam em infeção urinária, é possível prever que tal aconteça se o procedimento não integrar todos os cuidados que são recomendados. Objetivos: O estudo de investigação teve como objetivo geral compreender as perceções e obstáculos que os enfermeiros, a trabalhar no SU, têm sobre as infeções urinárias associadas ao cateterismo vesical. Os objetivos específicos do estudo foram (1) Descrever os conhecimentos dos enfermeiros sobre a incidência da infeção urinária em doentes algaliados em serviço de urgência; (2) Descrever os conhecimentos dos enfermeiros do serviço de urgência em relação à aplicação do “feixe de intervenções” de prevenção de infeção urinária associado a cateter vesical; (3) Identificar os obstáculos percecionados pelos enfermeiros do serviço de urgência, para o não cumprimento do “feixe de intervenções” associado a cateter vesical; (4) Promover a melhoria do conhecimento sobre a prevenção da infeção urinária em serviço de urgência. Metodologia: realizou-se um estudo descritivo exploratório e transversal, num serviço de urgência geral de adultos de um hospital do norte do país no ano de 2019. A amostra de conveniência foi constituída por 50 enfermeiros que se voluntariaram para participar no estudo. Para a recolha de informação foi aplicado um questionário para avaliar a perceção dos enfermeiros sobre a prevenção da infeção urinária, o conhecimento sobre o cateterismo vesical em serviço de urgência, a perceção sobre a utilização do “feixe de intervenções no SU”, o cumprimento das boas práticas que estão previstas na norma orientadora, e os motivos para o seu incumprimento. Resultados: Os enfermeiros do SU foram unânimes em considerar que a prevenção da infeção urinária num SU é pertinente, 82% tinham conhecimento sobre o “feixe de intervenções” para a prevenção da infeção urinária associada ao cateter vesical. A grande maioria referiu utilizar sempre o “feixe de intervenções” e 78% dos enfermeiros acreditam que essas recomendações são baseadas em evidência cientifica. No mesmo sentido há uma forte concordância com a necessidade de «utilizar o “feixe de intervenções”. Relativamente aos conhecimentos sobre o “feixe de intervenções” verificou-se uma forte tendência para a maioria dos enfermeiros do estudo demonstrarem conhecimentos, no entanto cerca de 20% sugeriram não estarem familiarizados com este conjunto de medidas preventivas. No que concerne aos motivos do não cumprimento do feixe de intervenções 44% dos enfermeiros indicou a falta de tempo ou desconhecimento. Conclusão: Ainda que a perceção dos enfermeiros do SU sobre a pertinência da prevenção da infeção urinária associada ao cateter vesical seja favorável, assim como os seus conhecimentos sobre as recomendações “feixe de intervenções”, na prática há situações em que não cumprem. Esta atitude relacionada com os cuidados prestados ao doente necessita de ser mudada. A formação em serviço dos enfermeiros pode ser uma estratégia para alcançar essa mudança.