Utilização de Mytilus edulis como bioindicador marinho da costa de Peniche

• Autor(a) principal: Ramalho, Luísa Miguel Afonso de Almeida
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7237
• topic: Mytilus edulis; Bioindicador; Peniche; Microbiologia; Bioquímica; Microplásticos; Mytilus edulis; Bioindicator; Microbiology; Biochemistry; Microplastics; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias

Os mexilhões, por serem organismos sésseis filtradores, têm sido utilizados como bioindicadores de contaminação ambiental. Mytilus edulis é a espécie de mexilhão mais comum na costa portuguesa, o que justificou a sua utilização no presente estudo como bioindicador da qualidade da água costeira de Peniche, Portugal. Para o efeito, foram analisadas amostras de água e de mexilhão provenientes de três locais de Peniche (Marina, Fosso e ETAR) em quatro períodos (julho, setembro, novembro e dezembro de 2020). As amostras de mexilhão foram analisadas no que respeita a parâmetros microbiológicos (quantificação de microrganismos totais, pesquisa de E. coli e de esporos de clostrídios sulfito redutores), bioquímicos (teores de proteína, lípidos, cinzas, hidratos de carbono e perfil de ácidos gordos) e pesquisa de partículas de microplásticos na biomassa do mexilhão. As amostras de água foram analisadas no que concerne ao pH, O2 dissolvido, temperatura, clorofila a, bem como aos teores de nitratos, nitritos, amónia e fosfatos. A elevada carga microbiológica das amostras provenientes da ETAR revelou que este local proporcionou condições menos favoráveis ao desenvolvimento dos mexilhões, o que se traduziu por uma inibição do seu crescimento. Os mexilhões provenientes da ETAR destacaram-se também por maiores teores de MUFA, PUFA e proteína e menor conteúdo em SFA, comparativamente às amostras recolhidas na Marina e no Fosso. Em todas as amostras estudadas foi detetada a presença de microplásticos, com valores entre 2 a 16 itens por grama de amostra. Estes resultados sugerem que existe uma elevada presença de microplásticos na costa de Peniche, o que até à data não tinha sido reportado. Porém, são necessários mais estudos para determinar a composição dos itens detetados a fim de identificar possíveis fontes poluentes do polímero. Os valores microbiológicos e nutricionais dos indivíduos recolhidos indiciam a baixa qualidade ambiental da costa de Peniche. Os resultados confirmam que a espécie Mytilus edulis reúne os requisitos de bioindicador ambiental.