Tornar-se mãe em Portugal: Narrativas de mulheres cabo-verdianas sobre gravidezes não planeadas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/24257 |
Resumo: | O processo de tornar-se mãe pode ser considerado uma trajetória psicológica que envolve um novo conjunto de posições e práticas. No contexto de migração, a reprodução se acresce em complexidade e configura-se como um processo dinâmico de constituição de identidade que desperta questões sobre cidadania, pertença, políticas migratórias e significados sociais e que revela diversas dimensões que se intercetam no processo de tornar-se mãe migrante. A partir da ocorrência de gravidezes não planeadas, o presente estudo buscou, além de refletir sobre a ideia de gravidez não planeada, muito utilizada nas pesquisas em saúde pública, analisar as dimensões atravessadas por esse acontecimento por meio de uma abordagem interseccional das narrativas de mulheres imigrantes cabo-verdianas que tiveram filhos em Portugal. Foram realizadas entrevistas biográficas em profundidade com nove mulheres, nascidas em Cabo Verde e residentes na Área Metropolitana de Lisboa, que referiram não ter planeado as suas gravidezes. A análise temática foi escolhida como ferramenta analítica e os resultados revelaram uma multiplicidade de significados e de fatores que podem estar associados a uma gravidez não planeada e trouxeram à tona vários temas – como por exemplo as redes sociais de apoio, a condição legal, as experiências em serviços de saúde e educação, as representações da maternidade, experiências de discriminação racial, a ausência paterna, construção identitária e as questões em torno da pertença, - que se sobrepõe e complexificam a maternidade no contexto de migração, reconfigurando as experiências e os projetos de vida de variadas formas. |
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O processo de tornar-se mãe pode ser considerado uma trajetória psicológica que envolve um novo conjunto de posições e práticas. No contexto de migração, a reprodução se acresce em complexidade e configura-se como um processo dinâmico de constituição de identidade que desperta questões sobre cidadania, pertença, políticas migratórias e significados sociais e que revela diversas dimensões que se intercetam no processo de tornar-se mãe migrante. A partir da ocorrência de gravidezes não planeadas, o presente estudo buscou, além de refletir sobre a ideia de gravidez não planeada, muito utilizada nas pesquisas em saúde pública, analisar as dimensões atravessadas por esse acontecimento por meio de uma abordagem interseccional das narrativas de mulheres imigrantes cabo-verdianas que tiveram filhos em Portugal. Foram realizadas entrevistas biográficas em profundidade com nove mulheres, nascidas em Cabo Verde e residentes na Área Metropolitana de Lisboa, que referiram não ter planeado as suas gravidezes. A análise temática foi escolhida como ferramenta analítica e os resultados revelaram uma multiplicidade de significados e de fatores que podem estar associados a uma gravidez não planeada e trouxeram à tona vários temas – como por exemplo as redes sociais de apoio, a condição legal, as experiências em serviços de saúde e educação, as representações da maternidade, experiências de discriminação racial, a ausência paterna, construção identitária e as questões em torno da pertença, - que se sobrepõe e complexificam a maternidade no contexto de migração, reconfigurando as experiências e os projetos de vida de variadas formas. |
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