As Representações Sociais da Medicalização nos Estudantes de Enfermagem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/7622 |
Resumo: | A medicalização descreve o processo pelo qual os problemas sociais vão sendo progressivamente definidos, tratados, transformados e reclassificados como problemas médicos ― nomeadamente, em termos de doenças ou desordens/distúrbios (Conrad, 2007). Quotidianamente, incorporamos a terminologia médica no modo como experimentamos a vida e como traduzimos os nossos próprios sentimentos, motivações e desejos. Trata-se da produção de realidades que, por meio de práticas e discursos, engendram novas maneiras de os indivíduos entenderem, controlarem e experimentarem os seus corpos e sentimentos (Dantas, 2009). Ao estudar a medicalização do quotidiano, a preocupação reside em analisar os processos pelos quais a medicalização se acentua, alastra e penetra em todas as áreas da vida dos indivíduos. Objetivo: Identificar as RS da medicalização de um grupo de estudantes de enfermagem. Descrição dos Procedimentos: estudo exploratório, realizado a 75 estudantes de enfermagem. A recolha dos dados foi feita no espaço temporal de um mês, utilizando questionário, com questões sócio-demográficas e um estímulo indutor. Foi utilizada a técnica da associação livre de palavras. Os dados forneceram a estrutura das representações sociais e a força da relação entre elementos. Resultados: Os participantes no estudo eram predominantemente do sexo feminino, com idade média de 28 anos e um desvio padrão de 9,8 anos. Foram evocadas pelos estudantes 223 palavras, sendo 26 diferentes. As representações sociais de medicalização para os estudantes de enfermagem têm a seguinte estrutura: no núcleo central, onde se podem encontrar os elementos mais consensuais. Assim encontramos: dependência, doença, dor, indefinição, medicamentos, saúde e sociedade. Na segunda periferia encontramos os seguintes elementos: ansiedade, bula, farmácia, generalização, isolamento, médico, medo, preconceito e sofrimento. Conclusão: Os resultados revelam que as estruturas das representações sociais de medicalização encontram-se ancoradas em termos médicos, generalizados socialmente e integrados nos esquemas de pensamento dos alunos. Nelas estão presentes os tradicionais protagonistas da medicalização: a medicina, a indústria farmacêutica e os próprios indivíduos. |
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Descrição dos Procedimentos: estudo exploratório, realizado a 75 estudantes de enfermagem. A recolha dos dados foi feita no espaço temporal de um mês, utilizando questionário, com questões sócio-demográficas e um estímulo indutor. Foi utilizada a técnica da associação livre de palavras. Os dados forneceram a estrutura das representações sociais e a força da relação entre elementos. Resultados: Os participantes no estudo eram predominantemente do sexo feminino, com idade média de 28 anos e um desvio padrão de 9,8 anos. Foram evocadas pelos estudantes 223 palavras, sendo 26 diferentes. As representações sociais de medicalização para os estudantes de enfermagem têm a seguinte estrutura: no núcleo central, onde se podem encontrar os elementos mais consensuais. Assim encontramos: dependência, doença, dor, indefinição, medicamentos, saúde e sociedade. Na segunda periferia encontramos os seguintes elementos: ansiedade, bula, farmácia, generalização, isolamento, médico, medo, preconceito e sofrimento. Conclusão: Os resultados revelam que as estruturas das representações sociais de medicalização encontram-se ancoradas em termos médicos, generalizados socialmente e integrados nos esquemas de pensamento dos alunos. Nelas estão presentes os tradicionais protagonistas da medicalização: a medicina, a indústria farmacêutica e os próprios indivíduos.2013-01-22T16:27:49Z2013-01-222012-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://hdl.handle.net/10174/7622http://hdl.handle.net/10174/7622porMendes, F. & Marques, M.C. “As Representações Sociais da Medicalização nos Estudantes de Enfermagem”. Comunicação integrante do Simpósio As Representações Sociais da Medicação (Terapêutica) e Medicalização, apresentada na 11ª Conferência Internacional de Representações Sociais (CIRS). Évora 25 a 29 de junho de 2012.simnaonaofm@uevora.ptcmarques@uevora.pt745Mendes, FelisminaMarques, Maria do Céuinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-08T03:57:30ZPortal AgregadorONG |
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Descrição dos Procedimentos: estudo exploratório, realizado a 75 estudantes de enfermagem. A recolha dos dados foi feita no espaço temporal de um mês, utilizando questionário, com questões sócio-demográficas e um estímulo indutor. Foi utilizada a técnica da associação livre de palavras. Os dados forneceram a estrutura das representações sociais e a força da relação entre elementos. Resultados: Os participantes no estudo eram predominantemente do sexo feminino, com idade média de 28 anos e um desvio padrão de 9,8 anos. Foram evocadas pelos estudantes 223 palavras, sendo 26 diferentes. As representações sociais de medicalização para os estudantes de enfermagem têm a seguinte estrutura: no núcleo central, onde se podem encontrar os elementos mais consensuais. Assim encontramos: dependência, doença, dor, indefinição, medicamentos, saúde e sociedade. Na segunda periferia encontramos os seguintes elementos: ansiedade, bula, farmácia, generalização, isolamento, médico, medo, preconceito e sofrimento. Conclusão: Os resultados revelam que as estruturas das representações sociais de medicalização encontram-se ancoradas em termos médicos, generalizados socialmente e integrados nos esquemas de pensamento dos alunos. Nelas estão presentes os tradicionais protagonistas da medicalização: a medicina, a indústria farmacêutica e os próprios indivíduos. |
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