Conhecimento e adesão dos utentes aos medicamentos genéricos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Marco André Duque
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/33280
Resumo: A caracterização do conhecimento e da adesão da população face aos medicamentos genéricos (MG) contribui não só para o conhecimento da evolução do consumo destes medicamentos, como também para analisar o impacto que as medidas tomadas recentemente em Portugal, para incentivar e promover o consumo dos MG, tiveram sobre a população em geral. Embora Portugal tenha um mercado de MG em ascensão, ainda está distante dos mercados mundiais consolidados. A identificação dos fatores que influenciam o conhecimento e a adesão a este tipo de medicamentos pode contribuir para a promoção de uma maior adesão de forma informada a esses medicamentos. Assim, o objetivo deste estudo é caracterizar o conhecimento e a adesão aos MG bem como identificar os fatores que os influenciam. Definiu-se como instrumento de recolha de dados um questionário, ao qual os indivíduos responderam voluntariamente. Este é um estudo observacional, não experimental, descritivo-correlacional (nível II) e transversal. A amostra recolhida é não probabilística e por conveniência, de indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos. Numa primeira fase, o trabalho baseou-se numa amostra de 375 indivíduos e foi avaliada a adesão aos MG. Os resultados permitem concluir que apenas 1.3% (n=5) dos questionados nunca ouviu falar em MG. Verifica-se que dos meios que informaram sobre a existência de MG, o médico e a farmácia são os que mais se destacam, com 69.7% (n=258) e 66.2% (n=245) respetivamente. Dos 292 (78.9%) indivíduos que já compraram MG, 64.6% (n=188) adquiriram tais medicamentos com receita médica. Dos 78 (21.1%) indivíduos que nunca compraram MG, 39.7% (n=31) referem como causa o facto de o médico não prescrever este tipo de fármacos e 24.4% (n=19) referem não terem confiança nos MG. Os indivíduos com uma escolaridade mais elevada são aqueles que mais compraram MG. Por sua vez, são os mais novos que têm uma prevalência mais elevada na compra de MG por solicitação ao profissional de farmácia (47.3%), enquanto que quase todos os idosos (93.2%) compram MG com receita médica. Existe uma associação estatisticamente significativa entre o género e as habilitações literárias com a fonte de obtenção de informação “Televisão/ Rádio” (p=0.023 e p=0.000 respetivamente), bem como com a fonte “Folhetos Informativos/ Revistas” (p=0.008 e p=0.000 respetivamente). Verifica-se ainda que são os homens e os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem tais fontes de divulgação. Foi também observada, uma associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e a fonte “Instituição prestadora de serviços de Saúde” (p=0.000), sendo mais uma vez os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem esta fonte. Numa segunda fase do trabalho, a amostra foi aumentada para 1776 indivíduos, e foi avaliado o conhecimento dos utentes sobre os MG. Os níveis de conhecimento que se destacam é suficiente (39.6%) e insuficiente (36.8%). O nível de conhecimento dos indivíduos tem uma associação estatisticamente significativa tanto com a idade (2=173.201; p=0.000), como com as habilitações literárias (2=314.489; p=0.000), verificando-se que à medida que aumenta o nível de escolaridade e diminui a faixa etária, aumenta o nível de conhecimento efetivo. Dos indivíduos questionados, 76.7% revelaram conhecer a definição do MG, enquanto que 92.4% sabiam que os MG são mais baratos do que os medicamentos de marca. É importante existir uma maior adesão aos MG, mas ao mesmo tempo, também deve existir um maior conhecimento sobre estes, para que todos os intervenientes possam realizar escolhas acertadas e conscientes.
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Definiu-se como instrumento de recolha de dados um questionário, ao qual os indivíduos responderam voluntariamente. Este é um estudo observacional, não experimental, descritivo-correlacional (nível II) e transversal. A amostra recolhida é não probabilística e por conveniência, de indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos. Numa primeira fase, o trabalho baseou-se numa amostra de 375 indivíduos e foi avaliada a adesão aos MG. Os resultados permitem concluir que apenas 1.3% (n=5) dos questionados nunca ouviu falar em MG. Verifica-se que dos meios que informaram sobre a existência de MG, o médico e a farmácia são os que mais se destacam, com 69.7% (n=258) e 66.2% (n=245) respetivamente. Dos 292 (78.9%) indivíduos que já compraram MG, 64.6% (n=188) adquiriram tais medicamentos com receita médica. Dos 78 (21.1%) indivíduos que nunca compraram MG, 39.7% (n=31) referem como causa o facto de o médico não prescrever este tipo de fármacos e 24.4% (n=19) referem não terem confiança nos MG. Os indivíduos com uma escolaridade mais elevada são aqueles que mais compraram MG. Por sua vez, são os mais novos que têm uma prevalência mais elevada na compra de MG por solicitação ao profissional de farmácia (47.3%), enquanto que quase todos os idosos (93.2%) compram MG com receita médica. Existe uma associação estatisticamente significativa entre o género e as habilitações literárias com a fonte de obtenção de informação “Televisão/ Rádio” (p=0.023 e p=0.000 respetivamente), bem como com a fonte “Folhetos Informativos/ Revistas” (p=0.008 e p=0.000 respetivamente). Verifica-se ainda que são os homens e os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem tais fontes de divulgação. Foi também observada, uma associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e a fonte “Instituição prestadora de serviços de Saúde” (p=0.000), sendo mais uma vez os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem esta fonte. Numa segunda fase do trabalho, a amostra foi aumentada para 1776 indivíduos, e foi avaliado o conhecimento dos utentes sobre os MG. Os níveis de conhecimento que se destacam é suficiente (39.6%) e insuficiente (36.8%). O nível de conhecimento dos indivíduos tem uma associação estatisticamente significativa tanto com a idade (2=173.201; p=0.000), como com as habilitações literárias (2=314.489; p=0.000), verificando-se que à medida que aumenta o nível de escolaridade e diminui a faixa etária, aumenta o nível de conhecimento efetivo. Dos indivíduos questionados, 76.7% revelaram conhecer a definição do MG, enquanto que 92.4% sabiam que os MG são mais baratos do que os medicamentos de marca. É importante existir uma maior adesão aos MG, mas ao mesmo tempo, também deve existir um maior conhecimento sobre estes, para que todos os intervenientes possam realizar escolhas acertadas e conscientes.The characterization of the existing knowledge and the adherence of patients to the generic drugs would highly contribute for fully understand the evolution on the consumption of this medication, the impact of related-statutes published recently in Portugal to encourage people to take this medication and the identification of the factors influencing the adherence to this medication. The aim of this study was therefore to characterize the state of knowledge, the level of adherence and their influencing factors. One questionnaire was used to collect data on voluntary participants. One cross-sectional, observational and correlational (level III) study was developed. A convenience and non-probabilistic sample was recruited. Participants were included if they had at least 18 years old. In a first part of this thesis, 375 participants were included to analise the adherence to generic drugs. Results demonstrated that 1.3% (n=5) of the participants had never heard nothing about this medication. The physician and the pharmacy were the most common channels of information in this field, representing 69.7% (n=258) and 66.2% (n=245) of the answers, respectively. From the total of participants, 292 (78.9%) had taken generic drugs. From those, 188 (64.6%) had a prescription from the physician. Seventy-height (21.1%) of the participants had never taken generic drugs and indicated two related causes - 31 (39.7%) participants referred that the physician had never prescribed this medication and 19 (24.4%) of participants had no confidence in this medication. Participants with high level of education, younger people (47.3%, when encouraged by pharmacy professionals) and almost every elderly (93.2%) in this study demonstrated to be those that most adhere to this medication. Significant association were found between the information provided on television/radio and the gender (p=0.023) and the level of education (p=0.000); and between these factors and the information provided on journals/informative notes (p=0.008 and p=0.000, respectively). These channels of information were mostly referred by men with a high level of education. Other significant association was found between the level of education and “health institutions” (p=0.000). This source of information was mostly referred by participants with high level of education. In the second part of this thesis, 1776 participants were recruited to assess their state of knowledge on generic drugs. Most participants had a sufficient (39.6%) and not sufficient (36.8%) knowledge in this field. A significant association was found between this knowledge and the age (2=314.489; p=0.000) and the level of education (younger people and people with high level of education had better knowledge). The definition (76.7%) and the lowest price of this medication (92.4%) were known by the majority of these participants.Balteiro, António Jorge DiasRocha, Maria Clara da Silva PereiraRepositório ComumOliveira, Marco André Duque2020-09-14T09:37:26Z2014-01-01T00:00:00Z2014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/33280201499436porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T15:40:49Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/33280Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:16:38.833740Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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