Balanço de um século no Portugal anterior ao encontro do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.3/353 |
Resumo: | Na viragem do século XIV para o século XV Portugal debatia-se com sérios e complexos problemas resultantes de um desgaste provocado pelas guerras com Castela. Com efeito, os conflitos bélicos verificados no reinado de D. Fernando tinham enfraquecido e pauperizado o território. O processo de recuperação apresentava-se moroso e de difícil solução. Numa conjuntura assaz complicada, a instável política daquele monarca usou a filha, do seu casamento com D. Leonor de Teles, como moeda de troca. Tinha D. Beatriz apenas quatro anos, decorria o ano de 1376, quando se ajustou o seu casamento com D. Fradique, filho ilegítimo de Henrique de Castela e de D. Beatriz Ponce de Leão. Com a vulnerabilidade que caracterizava o rei D. Fernando, este acordo acabou por não se concretizar. Deste modo, em 1380, ofereceram à infanta como noivo, o infante D. Henrique, filho de João I de Castela, com menos de um ano de vida. De novo se verificou o incumprimento do acordado. Com a chegada das tropas inglesas a Lisboa, em 1381, para combater os castelhanos, o rei de Portugal acordou o casamento de sua filha com Eduardo, filho do conde de Cambridge, sem que tal acontecesse. Depois, ainda, outra tentativa falhada, o casamento não concretizado de D. Beatriz com o infante D. Fernando de Castela. Acabaria finalmente por ajustar-se o matrimónio da infanta com D. João I de Castela, que entretanto enviuvara em 13 de Setembro de 1382. Em Salvaterra de Magos, em 30 de Abril de 1383, o rei de Castela através de um seu representante recebeu D. Beatriz por sua mulher. Com este acto abria-se o caminho para uma série de calamidades infindáveis, que viriam a despoletar uma grave crise com o falecimento do rei D. Fernando em 22 de Outubro de 1383. [...] |
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