Georges Bataille e o nascimento da arte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/147873 |
Resumo: | Partindo do livro La peinture préhistorique. Lascaux ou la naissance de l’art (O Nascimento da Arte), escrito entre 1953 e 1955 por Georges Bataille sobre as pinturas paleolíticas da gruta de Lascaux e dos restantes artigos, palestras e ensaios que o autor consagrou ao assunto, procurámos traçar a tentativa de aproximação de Bataille às pinturas mais misteriosas da História da Arte. Para além de descrever a maneira como um autor – Georges Bataille – olhou para e interpretou estas pinturas, procurámos compreender o que se esconde por trás dessa leitura, o que ela revela sobre o próprio e a maneira como ela é determinada por problemas gerais, relacionados com o contexto moderno no qual as pinturas foram descobertas. Segundo Bataille, quando o homem se separou do animal, instaurou uma cisão ontológica que o apartou definitivamente do reino animal, abrindo uma ferida impossível de sarar. Mas, dado que é um ser dialético, o homem pode retornar à origem dessa ferida, mergulhando momentaneamente na intimidade obscura do seu ser. Considerando o contexto histórico, político, filosófico e artístico que presidiu à escrita das obras de Georges Bataille, procurámos acoplar a análise do pensamento do escritor com as comoções que determinaram a primeira metade do séc. XX, nomeadamente a secularização da sociedade depois da “morte de Deus”, a perda de fé no racionalismo depois da Revolução Francesa, as Duas Guerras Mundiais e o anti-humanismo que lhes seguiu. Assumida a preocupação de Bataille com o sagrado na vida moderna, estabelecemos que o núcleo estruturante da sua obra escrita é caracterizado pela procura de modos de aceder à fonte sagrada da humanidade, trazida à luz pela aurora de Lascaux. |
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