Representação e confinação de estruturas sociais na Guiné-Bissau : uma abordagem sobre conflitos e consensos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Có, João Ribeiro Butiam
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.5/4223
Resumo: O presente contributo, intitulado ―representação e confinação de estruturas sociais guineenses, pretende contribuir para a compreensão, ainda que preliminar, da forma como as solidariedades mecânicas entre os diferentes grupos étnicos e sociais, bem como os jogos políticos e ideológicos, contribuem para consensos e conflitos na Guiné-Bissau. A história da formação das diferentes estruturas sociais, que constituem o espaço territorial guineense, testemunha guerras e conquistas, mas também algumas experiências de harmonização e de osmoses socioculturais. A propensão para conflitos e crispação entre diferentes estruturas, em detrimento das tradicionais experiências de consensos e harmonização, tem crescido desde o período da independência, sendo um dos obstáculos ao exercício democrático e construção da Nação guineense. À luz de uma perspectiva histórica e sociológica, o nosso contributo exprime-se na análise do papel das diferentes estruturas étnicas, sociais e políticas na construção do estado/nação guineense, através de consensos partilhados, bem como dos conflitos e divergências de perspectivas e de interesses. Com efeito, as divergências e a propensão para conflitos, entre diferentes estruturas da vida social guineense, não podem ser consideradas apenas como consequência da diferenciação étnica por si, mas também de dimensões socioculturais e socioeconómicas, sendo ainda instrumentalizadas pela tipologia do exercício do poder do Estado moderno guineense. A política colonial, que tanto contribui para o surgimento e melhor enquadramento da estrutura social do assimilado (em maior parte os crioulos), em detrimento do indígena, representa o mote para a diferenciação, bem como para o conflito, no tecido social guineense. Após a independência, a construção de uma nação que permitisse a participação de diferentes estruturas étnicas, sociais e políticas no processo de desenvolvimento testemunhou contrariedades. A própria ideologia da luta de libertação nacional — que tanto contribui para a mobilização e unificação momentânea dos guineenses —, nunca foi uma prioridade na governação do Estado moderno guineense. É no contexto desta preocupação que pretendemos dar um contributo académico, numa perspectiva sociológica, procurando testemunhar fragmentos de consensos e de conflitos, nas suas formas de representação e nas regularidades entre as diferentes estruturas sociais (e no interior delas), a partir das dificuldades na construção do Estado moderno guineense.
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