Osteoesclerose idiopática: estudo radiográfico da sua prevalência numa população portuguesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Afonso Manuel de Castro
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/74
http://hdl.handle.net/20.500.11816/74
Resumo: A osteosclerose idiopática (OI) é uma formação benigna frequente que se traduz radiologicamente como uma área circunscrita de osso denso no interior da esponjosa dos maxilares. É assim denominada uma vez que a sua etiologia é desconhecida, não estando aparentemente associada a infecção, doença sistémica ou neoplásica. É normalmente um achado radiográfico pois aparece em pacientes assintomáticos. As suas imagens radiográficas são frequentemente características e permitem o diagnóstico. O diagnóstico diferencial é realizado com a osteíte condensante, o cementoblastoma benigno, a exostose, a hipercementose, a displasia cementária periapical, o osteoma, o cálculo salivar e o carcinoma metastático. A OI raramente requer tratamento sendo essencial o seu correcto reconhecimento diagnóstico. A sua importância clínica não é determinada pela sua sintomatologia nem tão pouco pelas complicações que dela podem eventualmente advir. O seu relevo reside na necessidade de se conhecer esta entidade de modo a se evitar investigações desnecessárias, estas sim prejudiciais para o paciente, por uma suspeita diagnóstica errada. A lesão irá provavelmente persistir por anos, e a sua remoção não se justifica. O objectivo deste estudo foi determinar a sua prevalência, distribuição por idade, por sexo, por localização e tamanho, numa população portuguesa e, por fim, comparar os resultados obtidos com outros trabalhos já realizados noutras populações. Para tal, estudaram-se as fichas clínicas e as radiografias panorâmicas de 2028 pacientes da clínica da Unidade de Medicina Dentária da CESPU em Gandra, com processo aberto no ano de 2005. Os pacientes tinham entre 2 e 87 anos. Os exames radiográficos foram examinados pelo autor a fim de detectar a presença de radiopacidades que não pudessem ser atribuidas a causas conhecidas de formação óssea. Posteriormente, as radiografias com suspeita da lesão foram revistas em conjunto com outro obsevador, de modo a minimizar a subjectividade e evitar erros diagnósticos. Encontraram-se 159 lesões de osteosclerose idiopática em 146 pacientes, resultando numa prevalência de 7,2%. Nove pacientes apresentavam duas lesões e dois possuiam três. A média de idades dos pacientes afectados foi de 29,40 anos (DP=12,70), sendo significativamente menor que a dos não afectados. A idade mais precoce em que se detectou a lesão foi aos 10 anos e a mais avançada aos 68 anos. A maioria das opacidades foi encontrada na mandíbula (95,6%) e nesta, em especial na região pré-molar (58,5%) e molar (25,8%). As lesões eram igualmente prevalentes em ambos os sexos. Observou-se um pico de ocorrência na terceira década de vida, altura em que se diagnosticaram 40,4% das lesões. O tamanho da lesão, designado como maior diâmetro, medido directamente nas radiografias panorâmicas, variava entre os 3 e os 28 milímetros (média=7,43 e DP=4,16). Em nenhum paciente havia referência a qualquer sintomatologia, expansão bucolingual, deslocamento de peças dentárias ou de estruturas ósseas adjacentes . Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que a prevalência de OI encontrada está em concordância com os valores reportados em outras populações. De realçar a dificuldade na comparação dos valores de prevalência entre estudos, devida principalmente à falta de consenso nos critérios diagnósticos e na composição das amostras. Nenhuma das lesões diagnosticadas acarretou patologia associada, não tendo requerido portanto qualquer tipo de tratamento.
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