A dimensão cultural da integração europeia: capitais europeias da cultura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Portelinha, Ruthia
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/13360
Resumo: Dissertação de mestrado em "Estudos sobre a Europa. Europa - as visões do Outro", apresentada à Fac. de Letras da Univ. de Coimbra
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spelling A dimensão cultural da integração europeia: capitais europeias da culturaCapitais Europeias de culturaPolitica cultural -- EuropaIntegração europeiaCultura europeiaDissertação de mestrado em "Estudos sobre a Europa. Europa - as visões do Outro", apresentada à Fac. de Letras da Univ. de CoimbraA crescente actuação comunitária no domínio cultural pode ser entendida como uma tentativa de legitimação da União Europeia e de relançamento do projecto europeu, estratégia que passa por uma aproximação aos actores locais e pelo envolvimento daqueles que estiveram muito alheados do processo de integração: os cidadãos comuns. Em harmonia com a sua natureza pragmática, a União Europeia encara ainda o sector cultural como um activo económico de não somenos importância, no quadro da estratégia de Lisboa, e como um valioso instrumento intercultural. As cidades são parte importante neste cenário, tendo readquirido o seu papel histórico de agentes económicos e culturais: funcionam como dínamos do desenvolvimento regional e, para além disso, possuem a capacidade de envolver a comunidade e promover a coesão social. Num contexto pós-industrial, muitas são as cidades europeias que projectam o futuro através da cultura e das artes, encaradas como motores de regeneração económica e urbanística. Esta visão utilitarista traduz-se quer na promoção do acervo patrimonial urbano (histórico ou contemporâneo), quer na aposta em grandes realizações culturais e desportivas. Entre os grandes acontecimentos internacionais susceptíveis de atrair a atenção mediática, de seduzir turistas e investidores, listam-se as Capitais Europeias da Cultura, programa criado em 1985 no intuito de aproximar os povos europeus e estimular afinidades culturais. O evento ganhou notoriedade, recebeu o estatuto de acção comunitária, sendo hoje uma da mais importantes manifestações artístico culturais da Europa e constituindo um momento privilegiado de abertura à alteridade. A presente dissertação dá conta de um desvirtuamento do conceito europeísta inicial em função de objectivos iminentemente locais, económicos e turísticos, resultante da análise empírica das 39 cidades que assumiram o título até 2009. No entanto, as crescentes expectativas em torno da Capital Europeia da Cultura traduzem-se em investimentos avultados, com reflexos evidentes na programação. Daí deriva, em parte, o brilho dos anos culturais. As experiências de Lisboa’94 e do Porto’2001 e os planos para Guimarães’2012 evidenciam a complexidade crescente dum programa que vem “cosendo” a Europa das regiões, através da cooperação artística, do turismo, da criação de redes culturais.The growing community action in the cultural sector can be understood as an effort to legitimate the European Union and to relaunch the european project, through an approximation to local actors and through the involvement of those pretty much distracted from the integration process: the common citizens. Accordingly to his pragmatic nature, the European Union also faces the cultural sector as an important liability, within the Lisbon Strategy, and as a valuable intercultural tool. Cities are of great significance in this matter, having reacquired their historical role as economical and cultural agents: they work as dynamos of the regional development and, furthermore, have the ability to involve local community and to promote social cohesion. In a post-industrial context, many european cities plan the future through cultural and artistic activities, seen as key tools in the economic and urban regeneration process. According to this utilitarian vision, cities bet in the promotion of their patrimonial assets (both historical and contemporary) and in international cultural and sports events. Among these mega-events, capable of attracting media attention and seducing tourists and investors, is the European Capital of Culture, created in 1985 to help bring the peoples closer together and to stimulate cultural affinities. The programme grew in notoriety, received the community action status and, today, is one of the most prominent european artistic and cultural manifestations and constitutes an important moment of openness to alterability. Based on the empirical analysis of the 39 cities which hosted the title until 2009, this paper shows that the initial concept as changed in favour of local (touristic and economical) goals. However, growing expectations towards the European Capital of Cultural imply larger investments, which benefit the cultural programme and contribute to the event’s glow. The Lisbon’94 and Porto’2001 experiences, and the Guimarães’2012 project, show the increasing complexity of this programme which “sews” the Europe of regions through artistic cooperation, tourism, the creation of cultural networks.2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/13360http://hdl.handle.net/10316/13360porPortelinha, Ruthia - A dimensão cultural da integração europeia: capitais europeias da cultura. 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