Microplásticos no rio Tejo em Portugal

• Autor(a) principal: Pavan, Juliano Roberto
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/163754
• topic: Microplástico; Poluição da Água; Sedimento; Rio Tejo; Portugal; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia do Ambiente

Nos ultimos anos, é crescente o número de investigações e pesquisas sobre os microplásticos em diversos países, devido ao significativo impacte gerado ao meio ambiente, a biota e a saúde humana. Em Portugal não é diferente, contudo, os estudos são geralmente limitados quanto à abrangência e predominantemente em zona costeira (mar, praias e estuários), sendo limitados os estudos em águas interiores. Esta dissertação, num trabalho pioneiro, buscou identificar e avaliar a presença de microplásticos no rio Tejo em Portugal, desde as praias junto à foz, passando pelo estuário até a fronteira com a Espanha. Para tal foram realizadas recolhas de amostras de sedimentos em 30 pontos e de água superficial em 05 (cinco) pontos, totalizando 35 pontos de amostragem. As recolhas foram realizadas em dezembro de 2020. Durante as análises laboratoriais, foram encontrados microplásticos em todos os pontos de amostragem, cujas concentrações médias foram de 0,54±0,5 Mp/m3 nas amostras de água, e nas amostras de sedimentos de 10,9±4,7 Mp/kg. Dentre os municípios analisados, Almada apresentou as maiores concentrações de MP nas amostras de água, com 1,3 Mp/m3, enquanto Vila Velha de Rodão apresentou as menores concentrações, com 0,2 Mp/m3. No caso das amostras de sedimento, o município de Almeirim apresentou as maiores concentrações com 20,1 Mp/kg, enquanto que o município de Seixal apresentou as menores concentrações, com 2,71 Mp/kg. Quanto à composição dos microplásticos encontrados no rio Tejo, os tamanhos predominantes foram entre 0,1 e 0,5 mm, e as cores verdes, transparente (incolor), branco e azul foram mais presentes. Nas amostras de água, a tipologia de microplástico mais abundante foi o filme, seguido dos fragmentos, enquanto que nas amostras de sedimento, a tipologia mais abundante foi de filamento seguido dos fragmentos. Quanto à composição dos polímeros, houve o predomínio de Polietileno de baixa densidade - PEBD (30,6%), Polipropileno - PP (27,9%), Polietileno de alta densidade - PEAD (22,8%) e Poliestireno expandido (4,7%). De acordo com os resultados obtidos foi possível comprovar que as variaveis independetes de distância da linha de costa, grau de urbanização, acessibilidade ao serviço de recolha, taxa de reciclagem de recolha seletiva e população, interferem diretamente nas concentrações de microplásticos no rio Tejo.