Capacitação pela consulta do doente diabético e o seu impacto na auto-eficácia no controlo da diabetes e na manutenção da terapêutica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Ana Patrícia Marques
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/82218
Resumo: Trabalho de Projeto do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
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spelling Capacitação pela consulta do doente diabético e o seu impacto na auto-eficácia no controlo da diabetes e na manutenção da terapêuticaEnablement in the diabetic patient consultation and its impact on effectiveness in the control of diabetes and maintenance of therapeuticDiabetes mellitusCapacitação, Instrumento de Capacitação do Consulente (PEI/ICC)Auto-eficácia, Escala de Auto-eficácia ou Empoderamento em Diabetes (DES-pt)Adesão e manutenção em terapêutica, Morisky Medication Adhesion de quatro itens (MMAS-4)Diabetes mellitusEnablement, Patient Enablement Instrument, portuguese version (PEI/ICC)Empowerment, Diabetes Empowerment Scale - Short form, portuguese version (DES-pt)Therapeutic adhesion and maintenance, 4 items Morisky Medication Adhesion Scale (MMAS-4)Trabalho de Projeto do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução – A temática Diabetes surge diariamente em diversos contextos. A elevada prevalência na população portuguesa é já um facto que desperta preocupação do médico e da sociedade em geral. Trata-se de uma doença complexa que requer cuidados contínuos numa abordagem estratégica que visa o controlo do risco multifactorial inerente à evolução da própria, para além da glicemia, importante alvo terapêutico e preditor de complicações. O dualismo médico-paciente pressupõe, em momento de consulta, que o médico, enquanto orientador terapêutico, assuma uma vertente educacional para que a pessoa que sofre de diabetes se envolva no tratamento e tire benefício da consulta ao adquira ferramentas e conhecimentos para assumir um papel mais pró-ativo. Com efeito, agora capacitado, mais capaz em lidar com a doença, pode tornar-se empoderado em diabetes, tomando decisões informadas e conscientes face à sua condição e assumindo a gestão autónoma da diabetes, nomeadamente na adesão e manutenção em terapêutica, com real impacto na saúde e na qualidade de vida. Objectivos – Averiguar a relação entre capacitação pela consulta de diabetes e auto-eficácia psicossocial em diabetes e em que modos se traduz na adesão e manutenção em terapêutica. Material e métodos – Realizado estudo transversal em amostra de conveniência de indivíduos diabéticos. Entrevista, pela investigadora, à saída da consulta, em 2 USFs da região centro, durante janeiro e fevereiro de 2017. Desenho e aplicação de um instrumento que contempla o Instrumento de Capacitação do Consulente (PEI/ICC), a Escala de auto-eficácia ou empoderamento em Diabetes (DES-pt), o Morisky Medication Adhesion Scale de quatro itens (MMAS-4) e caracterização epidemiológica. Ulterior análise estatística descritiva e inferencial para estudo dos fenómenos captados pelos instrumentos, após verificação da normalidade dos dados. Resultados – Obtida amostra de 128 diabéticos (51,6% do género feminino; 58,6% com idade >65 anos; maioria não ativo e baixo grau de estudos; e 76,6% com diabetes há mais de 5 anos). As médias foram 14,4+2,2 para somatório ICC e 25,6+2,6 para score DES-SF total. A análise estatística mostrou diferenças significativas no somatório ICC para grupo etário (p=0,028) e no score DES-SF para género (p=0,009) e grau de estudos (p=0,005). Provou-se existência de correlação linear negativa com significado estatístico entre score DES-SF total e somatório ICC (p= -0,377; p=0,000). Em resultado do MMAS-4, obteve-se 3,9% com baixa adesão e 45,31% com elevada adesão. Não comprovada associação significativa entre adesão e manutenção em terapêutica com capacitação nem com auto-eficácia em diabetes. Discussão e conclusão – O presente estudo captou baixa capacitação decorrente da consulta e resultados positivos, não muito, em auto-eficácia psicossocial; maior capacitação em diabéticos com idade <65 anos e auto-eficácia mais positiva em homens e diabéticos com médio/alto grau de estudos. Comprovou-se associação significativa entre capacitação e auto eficácia em diabetes, podendo assumir-se que diabéticos menos capacitados são quem mais beneficia da consulta, adquirindo maior ‘empowerment’, ao longo do companhamento clínico. Os fenómenos de capacitação e auto-eficácia não traduziram impacto ao nível da adesão e manutenção em terapêutica, obtido através do MMAS-4, um instrumento não específico para diabetes. Todavia, os resultados obtidos adesão e manutenção em terapêutica foram muito satisfatórios com uma minoria que apresentava baixa adesão e uma maioria com elevada/média adesão.Background – Diabetes mellitus arises daily in many contexts. It’s high prevalence in the portuguese population is already a fact that arouses concern of doctors and all the society. It is a complex disease that requires a correct approach to control multifactorial risk inherent to the development of diabetes, in addition to blood glucose levels control, an important target of therapy and predictor of complications. The dualism doctor-patient implies a proactive attitude of the doctor and involvement of the people with diabetes in their own treatment. The doctor needs to educate on therapeutics, giving skills and basic knowledge to patients so that they could benefit with doctor's appointment. As result of patient enablement, he feels able to understand and to deal with their disease. In this way, he becomes empower and are capable of make informed decisions about diabetes’ daily cares that affect and are affected by the psychosocial aspects. It allows them to become autonomous in management of their disease and in maintenance of medication, with a positive impact on health and quality of life. Objective – To assess the association between patient enablement and diabetes empowerment and their impact on therapeutic adherence and maintenance. Methods – A cross-sectional study was conducted in a convenience sample of diabetic patients. Interview was done by researcher after doctor's appointment in two primary care units of the center of Portugal, during January and February 2017. Application of an instrument with the portuguese versions of Patient Enablement Instrument (PEI/ICC), Diabetes Empowerment Scale - Short Form (DES-pt) and 4 items Morisky Medication Adhesion (MMAS-4), and an instrument of epidemiological characterization of the patients. Descriptive and inferential statistics in order to study the phenomena captured by instruments, after checking for the normality of the data were performed. Results – The sample was of 128 diabetics (51,6% women; 58,6% with >65 years old; low degree of studies and no professionally active; e 76,6% was diabetic at least 5 years). The mean of ICC score was 14,4+2,2 and the mean of DES-SF total score was 25,6+2,6. Statistical analyses showed differences with statistical significance in ICC score in age group (p=0,028) and in DES-SF total score in gender (p=0,009) and level of study (p=0,005). There is a negative linear correlation, with statistical significance, between DES-SF total score and ICC score (p= -0,377; p=0,000). The application of MMAS-4 shown that 3,9% of patients were low adherence and 45,31% of patients were high adherence. There were no important correlations between the results of therapeutic adhesion and maintenance with MMAS-4 and DES-SF total score or ICC score. Discussion and conclusion – The study had captured that diabetic patients have low enablement as outcome of consultation and positive empowerment, but not high. The impact on enablement was more significant in diabetics with <65 years old; and the psychosocial self-efficacy was higher in men and diabetics with medium/high level of study. It was found an important correlation between enablement and empowerment, that shown that patients with lower enablement obtain more health related benefit resulting from the consultation and they could improve psychosocial self-efficacy with the clinical follow-up. The phenomena enablement and empowerment were not correlations with therapeutic, that was measured by a nonspecific diabetes’ instrument: MMAS-4. 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