Conflitos interparentais e bem-estar psicológico em jovens de famílias intactas e divorciadas: desenvolvimento de relações amorosas e psicopatologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Olga Lídia de Sousa Soares de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/2771
Resumo: De acordo com a teoria da vinculação de Bowlby e Ainsworth, a dinâmica da qualidade dos laços afetivos que os filhos estabelecem com os pais são relevantes tanto para o seu desenvolvimento físico como emocional, assim como um fator protetor face a situações de risco, ao mesmo tempo que potencia o desenvolvimento de bases seguras capazes de facilitar a qualidade das ligações amorosas. Ao longo do seu desenvolvimento os adolescentes e jovens adultos podem confrontar-se com vivências intrafamiliares caracterizadas por conflitos interparentais seja num contexto de divórcio ou de famílias intactas. Sabe-se que uma vivência de vinculação pautada pela insegurança pode ser significativa nas relações que os jovens estabelecem nas suas próprias relações fora do contexto familiar (como é a relação romântica), pelo que o bem-estar psicológico pode ser comprometido ocasionando no seu extremo o desenvolvimento de psicopatologia. Assim, numa amostra de 827 adolescentes e jovens adultos com idades compreendidas entre os 13 e os 25 anos, o presente estudo teve como principal objetivo analisar em que medida os conflitos interparentais e o bem-estar psicológico podem predizer o desenvolvimento da qualidade de relações amorosas e desenvolvimento de psicopatologia em jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas. Para tal, foram utilizados instrumentos de autorrelato, Children’s Perception of Interparental Conflict Scale, Échelle de Mesure des Manifestations du Bien-Être Psychologique, Questionário de Vinculação Amorosa, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos e um questionário sociodemográfico. Os resultados foram discutidos de acordo com as vicissitudes inerentes às transições familiares, no sentido de perceber o seu contributo no bem-estar psicológico, desenvolvimento da qualidade das relações amorosas e psicopatologia. Neste sentido, verificou-se que a qualidade da vinculação amorosa é predita negativamente pelos conflitos interparentais e positivamente pelo bem-estar psicológico. Indivíduos que percecionam frequentes conflitos interparentais denotam maior dependência face ao parceiro amoroso, enquanto indivíduos que manifestem bem-estar psicológico, expresso por níveis elevados de felicidade, ressaltam o desenvolvimento de relações amorosas saudáveis, pautadas pela confiança. Constatou-se que os conflitos interparentais, particularmente caracterizados pela intensidade, predizem positivamente o desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica, nomeadamente somatização, sensibilidade interpessoal, depressão, ansiedade, hostilidade, ideação paranóide, psicoticismo e ansiedade fóbica. Por sua vez o bem-estar psicológico, enfatizado pela dimensão felicidade, prediz de forma negativa o desenvolvimento de psicopatologia, designadamente somatização,obsessões-compulsões, sensibilidade interpessoal, depressão, ansiedade, hostilidade, ideação paranóide, psicoticismo e ansiedade fóbica. Verificou-se que os conflitos interparentais são melhores preditores de psicopatologia, do que a configuração familiar. Deste modo, independentemente da configuração familiar, os conflitos interparentais não resolvidos podem resultar em consideráveis danos ao nível da saúde e equilíbrio dos filhos.
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Sabe-se que uma vivência de vinculação pautada pela insegurança pode ser significativa nas relações que os jovens estabelecem nas suas próprias relações fora do contexto familiar (como é a relação romântica), pelo que o bem-estar psicológico pode ser comprometido ocasionando no seu extremo o desenvolvimento de psicopatologia. Assim, numa amostra de 827 adolescentes e jovens adultos com idades compreendidas entre os 13 e os 25 anos, o presente estudo teve como principal objetivo analisar em que medida os conflitos interparentais e o bem-estar psicológico podem predizer o desenvolvimento da qualidade de relações amorosas e desenvolvimento de psicopatologia em jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas. Para tal, foram utilizados instrumentos de autorrelato, Children’s Perception of Interparental Conflict Scale, Échelle de Mesure des Manifestations du Bien-Être Psychologique, Questionário de Vinculação Amorosa, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos e um questionário sociodemográfico. Os resultados foram discutidos de acordo com as vicissitudes inerentes às transições familiares, no sentido de perceber o seu contributo no bem-estar psicológico, desenvolvimento da qualidade das relações amorosas e psicopatologia. Neste sentido, verificou-se que a qualidade da vinculação amorosa é predita negativamente pelos conflitos interparentais e positivamente pelo bem-estar psicológico. Indivíduos que percecionam frequentes conflitos interparentais denotam maior dependência face ao parceiro amoroso, enquanto indivíduos que manifestem bem-estar psicológico, expresso por níveis elevados de felicidade, ressaltam o desenvolvimento de relações amorosas saudáveis, pautadas pela confiança. Constatou-se que os conflitos interparentais, particularmente caracterizados pela intensidade, predizem positivamente o desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica, nomeadamente somatização, sensibilidade interpessoal, depressão, ansiedade, hostilidade, ideação paranóide, psicoticismo e ansiedade fóbica. Por sua vez o bem-estar psicológico, enfatizado pela dimensão felicidade, prediz de forma negativa o desenvolvimento de psicopatologia, designadamente somatização,obsessões-compulsões, sensibilidade interpessoal, depressão, ansiedade, hostilidade, ideação paranóide, psicoticismo e ansiedade fóbica. Verificou-se que os conflitos interparentais são melhores preditores de psicopatologia, do que a configuração familiar. Deste modo, independentemente da configuração familiar, os conflitos interparentais não resolvidos podem resultar em consideráveis danos ao nível da saúde e equilíbrio dos filhos.According to attachment theory of Bowlby and Ainsworth, the dynamic quality of the emotional bonds that children have with their parents are relevant to both their physical and emotional, as well as a protective factor against risky situations, the same time which encourages the development of secure bases can facilitate the quality of romantic relationships. Throughout his development teens and young adults may be faced with experiences within the family is characterized by interparental conflicts in the context of divorce or intact families. It is known that an experience guided by insecure attachment may be significant in the relationships that young people establish in their own relationships outside of the family context (as is the romantic relationship), so the psychological well-being may be compromised resulting in its extreme the development of psychopathology. Thus, a sample of 827 adolescents and young adults aged between 13 and 25 years, the present study aimed to examine the extent to which interparental conflict and psychological well-being can predict the development of the quality of romantic relationships and development of psychopathology in young people from divorced and intact families. To this end, we used self-report instruments, Children's Perception of Interparental Conflict Scale, Échelle de Mesure du Bien-Etre Manifestations Psychologique, Roamntic Attachment Questionnaire, the Brief Symptom Inventory and a sociodemographic questionnaire. The results were discussed according to the changes inherent in family transitions, in order to realize their contribution in psychological well-being, quality development of romantic relationships and psychopathology. In this sense it was found that the quality of romantic attachment is negatively predicted by interparental conflict, and positively by psychological wellbeing. Individuals who perceive frequent interparental conflicts show greater dependence on romantic partner, while individuals who manifest psychological wellbeing, express of happiness high levels, emphasize the development of healthy romantic relationships, guided by trust. It was found that interparental conflicts, particularly characterized by intensity, positively predict the development of psychopathological symptoms, including somatization, interpersonal sensitivity, depression, anxiety, hostility, paranoid ideation, psychoticism and phobic anxiety. In turn, the psychological well-being, emphasized by happiness, predicts negatively the development of psychopathology, particularly somatization, obsession-compulsion, interpersonal sensitivity, depression, anxiety, hostility, paranoid ideation, psychoticism and phobic anxiety. It was found that interparental conflicts are better predictors of psychopathology than the family configuration. Thus, regardless of family configuration, interparental conflicts unresolved may result in considerable damage to the level of health and balance of the children.2013-10-08T09:35:48Z2013-10-08T00:00:00Z2013-10-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/2771porMelo, Olga Lídia de Sousa Soares deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-24T04:26:42Zoai:repositorio.utad.pt:10348/2771Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-03-24T04:26:42Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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