Redução de volume pulmonar broncoscópico no enfisema em estádio terminal: Resultados dos primeiros 98 doentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wan,I
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Toma,T, Geddes,D, Snell,G, Williams,T, Venuta,F, Yim,A
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592007000400009
Resumo: Este estudo revela os resultados preliminares da redução de volume pulmonar efectuada em doentes com enfisema pulmonar em estádio terminal, através da colocação broncoscópica de uma válvula endobrônquica (VEB). A VEB utilizada neste estudo é de silicone e unidireccional, com 3 dimensões diferentes (dependendo da anatomia brônquica), produzindo uma atelectasia seleccionada ao impedir a entrada de ar no segmento tratado, mas permitindo a saída de secreções e de ar desse mesmo segmento isolado. O estudo foi levado a cabo em 9 centros de endoscopia respiratória, em 7 países a nível mundial. Todos os doentes tinham TAC torácica e cintigrafia de ventilação/perfusão para confirmação, avaliação da gravidade e distribuição do enfisema, bem como para exclusão de comorbilidades. Foram incluídos 98 doentes com enfisema em estádio terminal, em que a pletismografia basal em repouso após broncodilatação, revelava volume expiratório máximo no primeiro segundo (VEMS) de 0,9 ± 0,3 L (30,1 ± 10,7% do previsto) e volume residual (VR) de 5,1 ± 1,3 L (244,3 ± 0,3% do previsto). opção de colocar as VEB num segmento pulmonar ou lobo completo, tratar um ou ambos os pulmões, dependeu de cada centro. Contudo, ao surgirem alguns casos de pneumotóraces em doentes com exclusão lobar completa, optaram por colocar as VEB apenas unilateralmente. Os doentes foram avaliados durante um período de 90 dias após implante da VEB, sendo efectuadas espirometria, pletismografia, capacidade de difusão de monóxido de carbono (DLCO) e teste de tolerância ao esforço, aos 30 e 90 dias depois da colocação da VEB. Dos resultados obtidos, verificou-se um decréscimo do VR para 4,9 ± 17,4 % (p=0,025) e um acréscimo do VEMS para 10,7 ± 26,2 % (p=0,007), da capacidade vital forçada (CVF) para 9,0 ± 23,9 % (p=0,024), e a distância percorrida em 6 minutos de marcha também aumentou para 23,0 ± 55,3 % (p=0,001). Demonstrou-se um ligeiro aumento da DLCO, que não obteve contudo significado estatístico (17,2 ± 52,0 %, p=0,063). Nos doentes tratados unilateralmente observou-se uma melhoria superior em relação aos doentes tratados nos 2 pulmões, bem como a melhoria foi superior nos doentes tratados a um lobo pulmonar em comparação com os tratados apenas a 1 ou 2 segmentos broncopulmonares. Ocorreram complicações graves em 8 doentes (8.2%), nos primeiros 90 dias, das quais resultou um óbito (1% de mortalidade). As complicações consideradas graves incluíram: o pneumotórax, a pneumonia obstrutiva ou não, o empiema, as hemoptises, a fístula broncopleural durante mais de 7 dias e a insuficiência respiratória. Esta análise multicêntrica confirma a melhoria da função pulmonar e tolerância ao esforço em doentes enfisematosos tratados com VEB. Contudo, é necessário estabelecer no futuro os candidatos ideais a este tipo de intervenção e a melhor estratégia terapêutica de colocação das VEB.
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