"Agora podes saber o que é ser pobre": Identificações e diferenciações no mundo da lusotopia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/47876 |
Resumo: | Neste ensaio é questionado o significado da identidade portuguesa hoje. Decidi propor que olhemos por trás da identidade nacional, procurando analisar alguns dos processos de identificação que lhe estão subjacentes. Na verdade, toda a identidade (seja ela pessoal, grupal, nacional, racial, religiosa, etc.) é sempre historicamente um derivado da vivência humana em sociedade. Ela resulta de uma acumulação e entrecruzamento de identifica-ções e diferenciações que são, posteriormente, reificadas em toda uma série de itens culturais (nomes, lugares, tempos, objectos, pessoas, relatos, etc.). Se assim é, então, a força de evidência com que as identidades se apresentam à nossa consciência tem algo de artificioso porque assenta sobre processos de identificação e diferenciação que são bem mais fugazes e ambíguos ; muito menos seguros e evidentes. Contudo, por muito fortes, estáveis e hegemonicamente fundamentadas que sejam as reificações em que assenta uma qualquer formulação identitária, ela nunca é impermeável às mudanças do tempo. Novas identificações, novas diferenciações ; reiterações ou abandonos – levá-la-ão necessariamente a ir alterando. Não é possível (e, sobretudo, não é desejável tentar) vacinar as identidades contra a história. Assim sendo, apresento aqui algumas histórias e algumas interpretações que pretendem não tanto vaticinar sobre a identidade portuguesa, como ilustrar as tensões identitárias que se constróem e cruzam no âmbito do espaço da expansão histórica portuguesa – o que têm chamado a lusotopia. |
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