Avaliação da função mitocondrial e antioxidante ao nível hepático em resposta ao exercício físico crónico e idade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Mónica Isabel Garcia da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9342
Resumo: A prática regular de exercício físico tem um impacto positivo na saúde humana. A prescrição correta de exercício permite um alargamento da limitação funcional do organismo, havendo assim uma modulação da homeostase de forma a proporcionar uma adaptação a esta atividade. O envelhecimento parece provocar o efeito contrário. Desta forma, o treino pode funcionar como uma prática que atua de forma preventiva sobre os danos associados a este processo, e assim provocar uma diminuição do aparecimento de doenças relacionadas com o envelhecimento. Até à data nenhum estudo avaliou as alterações adaptativas hepáticas provocadas pelo treino ao longo da vida e se este poderá prevenir algumas das consequências do envelhecimento. Além disso, a grande maioria dos estudos neste campo são realizados no músculo esquelético, no entanto, tendo em conta o papel importante do fígado na demanda energética requerida por esta atividade, é imperativo perceber como é que este órgão se comporta. Este estudo pretende avaliar a função mitocondrial e antioxidante, ao nível hepático, em resposta a um plano de exercício físico até à meia idade. Para tal, foram utilizadas amostras de fígado de 28 ratos Wistar Unilever, do sexo masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos: não exercitados ou exercitados, submetidos a um plano de exercício, de corrida em treadmill (5dias/semana, 60min/dia a uma intensidade correspondente a 70% da velocidade máxima definida no início de cada mês através da realização de um teste de esforço), durante 24 ou 54 semanas. Avaliou-se a função hepática através da análise de alguns marcadores bioquímicos. A análise de alguns marcadores do stresse oxidativo e das principais enzimas antioxidantes permitiu a avaliação da função antioxidante. Por fim, foi ainda avaliada a função mitocondrial hepática. Os biomarcadores séricos avaliados não mostraram qualquer dano hepático. Os marcadores do stresse oxidativo mostraram que os animais que praticaram exercício até uma idade jovem sofreram dano oxidativo, o que se refletiu num aumento da peroxidação lipídica e numa ligeira diminuição da razão GSH/GSSG, comparativamente aos animais praticaram exercício até à meia idade. Algumas das enzimas antioxidantes (CAT, GR, GPx) apresentaram uma diminuição de atividade com a idade, enquanto a SOD e a GST não se mostraram alteradas. O plano de exercício levou a um aumento da expressão da SOD e CAT, enquanto que a GPx, GST e GR mostraram uma diminuição. O processo de envelhecimento provocou uma diminuição da atividade da citrato sintase, porém o treino conseguiu reverter esta tendência. A atividade dos complexos pertencentes à cadeia transportadora de eletrões (complexo I, II, IV) mostrou que o complexo I responde de forma distinta do complexo II e IV, face ao processo de envelhecimento e ao treino. A velocidade de respiração, em estado 4, mostrou um aumento com o envelhecimento, sendo esta tendência revertida com o treino. Estes resultados confirmam que a prática de exercício físico ao longo da vida poderá melhorar a função mitocondrial e antioxidante ao nível hepático, sendo o tempo de treino essencial para esta melhoria. O treino ao longo da vida poderá prevenir algumas das consequências do envelhecimento associadas à função mitocondrial e ao dano oxidativo, podendo ser um importante contributo para a prevenção de algumas patologias associadas ao aumento da idade.
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Além disso, a grande maioria dos estudos neste campo são realizados no músculo esquelético, no entanto, tendo em conta o papel importante do fígado na demanda energética requerida por esta atividade, é imperativo perceber como é que este órgão se comporta. Este estudo pretende avaliar a função mitocondrial e antioxidante, ao nível hepático, em resposta a um plano de exercício físico até à meia idade. Para tal, foram utilizadas amostras de fígado de 28 ratos Wistar Unilever, do sexo masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos: não exercitados ou exercitados, submetidos a um plano de exercício, de corrida em treadmill (5dias/semana, 60min/dia a uma intensidade correspondente a 70% da velocidade máxima definida no início de cada mês através da realização de um teste de esforço), durante 24 ou 54 semanas. Avaliou-se a função hepática através da análise de alguns marcadores bioquímicos. A análise de alguns marcadores do stresse oxidativo e das principais enzimas antioxidantes permitiu a avaliação da função antioxidante. Por fim, foi ainda avaliada a função mitocondrial hepática. Os biomarcadores séricos avaliados não mostraram qualquer dano hepático. Os marcadores do stresse oxidativo mostraram que os animais que praticaram exercício até uma idade jovem sofreram dano oxidativo, o que se refletiu num aumento da peroxidação lipídica e numa ligeira diminuição da razão GSH/GSSG, comparativamente aos animais praticaram exercício até à meia idade. Algumas das enzimas antioxidantes (CAT, GR, GPx) apresentaram uma diminuição de atividade com a idade, enquanto a SOD e a GST não se mostraram alteradas. O plano de exercício levou a um aumento da expressão da SOD e CAT, enquanto que a GPx, GST e GR mostraram uma diminuição. O processo de envelhecimento provocou uma diminuição da atividade da citrato sintase, porém o treino conseguiu reverter esta tendência. A atividade dos complexos pertencentes à cadeia transportadora de eletrões (complexo I, II, IV) mostrou que o complexo I responde de forma distinta do complexo II e IV, face ao processo de envelhecimento e ao treino. A velocidade de respiração, em estado 4, mostrou um aumento com o envelhecimento, sendo esta tendência revertida com o treino. Estes resultados confirmam que a prática de exercício físico ao longo da vida poderá melhorar a função mitocondrial e antioxidante ao nível hepático, sendo o tempo de treino essencial para esta melhoria. O treino ao longo da vida poderá prevenir algumas das consequências do envelhecimento associadas à função mitocondrial e ao dano oxidativo, podendo ser um importante contributo para a prevenção de algumas patologias associadas ao aumento da idade.The active and regular practice of physical exercise has a positive impact on human healthy. A correct prescription of exercise allows an extension of the functional limitation of the organism, producing a modulation of the homeostasis because of the adaptation to this practice. The aging process seem to have the opposite effect. In this way, physical exercise can work preventively on the damages associated with this process and thus cause a decrease in the appearance of age-related diseases. To our knowledge, no studies have fully evaluated the hepatic adaptive alterations cause by physical exercise practiced throughout life and if it can prevent age related damage. Moreover, the vast majority of the studies in this field are performed on the skeletal muscle. However, because of the important role of the liver in the energetic demand required by this activity, it’s imperative to understand the behaviour of this organ. This study aims to determine if the exercise plan performed during the lifetime and the aging process are capable to promote hepatic physiological changes both in antioxidant and mitochondrial system. Liver samples from 28 male Wistar rats were randomly distributed into two groups: non-exercised or exercised, submitted to a treadmill exercise program (5 days / week, 60 minutes / day at an intensity of 70% of the maximum speed defined at the beginning of each month by performing a stress test) for 24 or 54 weeks. Hepatic function was evaluated by the variation of biochemical markers. Evaluation of oxidative stress markers and activity of antioxidant enzymes allowed the evaluation of the antioxidant function. Mitochondrial function was also evaluated. Clinical biomarkers of liver damage showed no liver injury. Oxidative stress biomarkers showed that animals that practice exercise until a young age suffer oxidative stress which was reflected in an increase in lipid peroxidation and a decrease in the ratio GSH/GSSG, contrarily to animals that practice exercise until the middle age. Some of the antioxidant enzymes (CAT, GR, GPx) showed a decrease of activity with age, whereas SOD and GST showed no alterations. The training performed caused an increase in the first line defence antioxidants (SOD and CAT), while GPx, GST and GR shows a slight but significant decrease. The aging process resulted in a decrease activity of citrate synthase, however, the training reverted this situation. The activity of complexes of mitochondrial electron transport chain (complex I, II, IV) showed that complex I responds differently from complex II and IV, to the aging process and physical exercise. Respiratory rate in state 4, has suffered an increase with the aging process, however, the exercise was able of reverted this situation. These results confirm that physical exercise practiced throughout life seems capable of improve the mitochondrial and antioxidant function. In fact, the duration of training proves to be essential for the improvement observed. The life time practice of exercise is capable of the prevent some of the consequences caused by the aging process. This confirms that this practice can be helpful to prevent some of the age-related diseases.2019-06-18T16:06:26Z2019-04-10T00:00:00Z2019-04-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/9342pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Mónica Isabel Garcia dareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:59:32Zoai:repositorio.utad.pt:10348/9342Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:07:01.982256Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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