O Papel da Cultura Organizacional na Cooperação entre Universidade-Empresa: Uma Abordagem Qualitativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Rafael Casale Sartor de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13682
Resumo: As pequenas e médias empresas (PME) são importantes para a economia global, já que representam a maior parte do tecido empresarial e impulsionam a mobilidade social. As instituições de ensino superior (IES), por sua vez, são fundamentais como fontes de conhecimento e inovação. Para as empresas, as IES são vistas como fontes de conhecimento e, estas últimas procuram aplicar e comercializar os resultados das pesquisas com as empresas. Isto gera uma relação mutuamente benéfica entre estes dois tipos de organizações. Neste sentido, acordos de cooperação entre universidades e empresas (U-E) têm vindo a ganhar destaque porque este tipo de relações baseia-se em interações entre a academia e as empresas, que trabalham para traduzir a ciência académica em aplicações comerciais para o mercado. No entanto, apesar dos benefícios deste tipo de acordos de cooperação, a cultura organizacional pode gerar conflitos entre as partes envolvidas, tornando-se um obstáculo. A literatura existente sobre a cultura organizacional e a formação de acordos de cooperação é escassa, ou seja, existe uma lacuna sobre como as diferenças culturais influenciam um acordo de cooperação e como a compreensão desse fenómeno pode auxiliar no ajuste dos processos de cooperação U-E. Este estudo tem por objetivo analisar, na ótica dos gestores das PME e responsáveis de universidades, quais as perceções acerca da influência da cultura organizacional neste tipo de acordo de cooperação U-E. O entendimento por parte destes gestores sobre o significado, a importância e possíveis barreiras que a cultura organizacional gera num acordo de cooperação são os objetivos específicos definidos no presente estudo. Por último, pretende-se também identificar quais os traços dominantes que definem o tipo de cultura organizacional dos membros responsáveis por acordos de cooperação, segundo a ferramenta psicométrica denominada OCAI – Organizational Culture Assessment Instrument, desenvolvida por Cameron & Quinn (2006). Para alcançar estes objetivos, adotou-se o método de estudo de caso único que envolveu um acordo de cooperação entre a Universidade da Beira Interior (UBI) e oito PME incubadas na UBImedical. Como técnica de recolha de informação, usou-se a realização de entrevistas semiestruturadas, com vista a compreender o significado, a importância e possíveis barreiras que a cultura organizacional gera neste acordo de cooperação U-E. Com base numa análise de conteúdo aos resultados obtidos, pode-se concluir que a compatibilidade cultural é um fator crucial para o sucesso da cooperação U-E. A troca de conhecimentos, a confiança mútua e a flexibilidade entre as partes envolvidas foram identificadas como determinantes-chave para construir normas compartilhadas que permitem uma união mais produtiva e assertiva. Em relação ao último objetivo específico definido neste estudo e com base na adaptação do OCAI, conclui-se ainda que as PME estudadas possuem como traços característicos marcantes a cultura organizacional de clã. São caracterizadas por uma gestão baseada no trabalho em equipa, compromisso mútuo, comprometimento e partilha de valores e crenças com alto grau de confiança. Finalmente, este estudo pretende preencher uma lacuna na literatura ao avançar no conhecimento sobre o papel da cultura organizacional em acordos de cooperação U-E. Em termos práticos, este estudo de caso sugere a realização de ações de sensibilização, tais como workshops e treinamentos, bem como a aplicação do instrumento OCAI para desenvolver o entendimento mútuo da cultura organizacional em processos de cooperação. Algumas limitações e sugestões para futuras investigações nesta área são também apresentadas.
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Neste sentido, acordos de cooperação entre universidades e empresas (U-E) têm vindo a ganhar destaque porque este tipo de relações baseia-se em interações entre a academia e as empresas, que trabalham para traduzir a ciência académica em aplicações comerciais para o mercado. No entanto, apesar dos benefícios deste tipo de acordos de cooperação, a cultura organizacional pode gerar conflitos entre as partes envolvidas, tornando-se um obstáculo. A literatura existente sobre a cultura organizacional e a formação de acordos de cooperação é escassa, ou seja, existe uma lacuna sobre como as diferenças culturais influenciam um acordo de cooperação e como a compreensão desse fenómeno pode auxiliar no ajuste dos processos de cooperação U-E. Este estudo tem por objetivo analisar, na ótica dos gestores das PME e responsáveis de universidades, quais as perceções acerca da influência da cultura organizacional neste tipo de acordo de cooperação U-E. O entendimento por parte destes gestores sobre o significado, a importância e possíveis barreiras que a cultura organizacional gera num acordo de cooperação são os objetivos específicos definidos no presente estudo. Por último, pretende-se também identificar quais os traços dominantes que definem o tipo de cultura organizacional dos membros responsáveis por acordos de cooperação, segundo a ferramenta psicométrica denominada OCAI – Organizational Culture Assessment Instrument, desenvolvida por Cameron & Quinn (2006). Para alcançar estes objetivos, adotou-se o método de estudo de caso único que envolveu um acordo de cooperação entre a Universidade da Beira Interior (UBI) e oito PME incubadas na UBImedical. Como técnica de recolha de informação, usou-se a realização de entrevistas semiestruturadas, com vista a compreender o significado, a importância e possíveis barreiras que a cultura organizacional gera neste acordo de cooperação U-E. Com base numa análise de conteúdo aos resultados obtidos, pode-se concluir que a compatibilidade cultural é um fator crucial para o sucesso da cooperação U-E. A troca de conhecimentos, a confiança mútua e a flexibilidade entre as partes envolvidas foram identificadas como determinantes-chave para construir normas compartilhadas que permitem uma união mais produtiva e assertiva. Em relação ao último objetivo específico definido neste estudo e com base na adaptação do OCAI, conclui-se ainda que as PME estudadas possuem como traços característicos marcantes a cultura organizacional de clã. São caracterizadas por uma gestão baseada no trabalho em equipa, compromisso mútuo, comprometimento e partilha de valores e crenças com alto grau de confiança. Finalmente, este estudo pretende preencher uma lacuna na literatura ao avançar no conhecimento sobre o papel da cultura organizacional em acordos de cooperação U-E. Em termos práticos, este estudo de caso sugere a realização de ações de sensibilização, tais como workshops e treinamentos, bem como a aplicação do instrumento OCAI para desenvolver o entendimento mútuo da cultura organizacional em processos de cooperação. Algumas limitações e sugestões para futuras investigações nesta área são também apresentadas.Small and medium-sized enterprises (SMEs) are important for the global economy, as they represent most of the business fabric and drive social mobility. Higher education institutions (HEIs), in turn, are fundamental as sources of knowledge and innovation. For companies, HEIs are seen as sources of scientific knowledge and the latter seek to apply and commercialize the results of research with companies. This generates a mutually beneficial relationship between these two types of organizations. In this sense, cooperation agreements between universities and companies (U-E) have been gaining prominence because this type of connection aims to translate academic science into commercial applications for the market. However, despite the benefits of this type of cooperation agreement, the organizational culture can generate conflicts between the parties involved, becoming an obstacle. The existing literature on organizational culture and the formation of cooperation agreements is scarce, there is a gap on how cultural differences influence a cooperation agreement and how understanding this phenomenon can help adjust U-E cooperation processes. This study aims to analyze, from the perspective of SME managers and universities, what are the perceptions about the influence of organizational culture in the U-E cooperation agreement. The understanding by these managers about the meaning, importance, and possible barriers that the organizational culture generates in a cooperation agreement are the specific objectives defined in the present study. Finally, it is also intended to identify the dominant traits that define the type of organizational culture of the members responsible for cooperation agreements, according to the psychometric tool called OCAI – Organizational Culture Assessment Instrument, developed by Cameron & Quinn (2006). To achieve these objectives, the single case study method was adopted, which involved a cooperation agreement between the University of Beira Interior (UBI) and eight SMEs incubated at UBImedical. As a technique for gathering information, semi-structured interviews were used to understand the meaning, importance, and possible barriers that the organizational culture generates in this U-E cooperation agreement. Based on a content analysis of the results obtained, it can be concluded that cultural compatibility is a crucial factor for the success of U-E cooperation. The exchange of knowledge, mutual trust, and flexibility between the parties involved were identified as key determinants for building shared norms that allow for a more productive and assertive union. Regarding the last specific objective defined in this study and based on the adaptation of the OCAI, we concluded that the studied SMEs have as outstanding characteristic traits of the organizational culture of a clan. They are characterized by management based on teamwork, mutual commitment, committal and sharing values and beliefs with a high degree of trust. Finally, this study intends to fill a gap in the literature by advancing knowledge about the role of organizational culture in U-E cooperation agreements. In practical terms, this case study suggests carrying out awareness-raising actions such as workshops and training. As well as the application of the OCAI instrument to develop a mutual understanding of organizational culture in cooperation processes. Some limitations and suggestions for future research in this area are also presented.Franco, Mário José BaptistauBibliorumOliveira, Rafael Casale Sartor de2023-11-15T11:43:03Z2023-07-042023-06-072023-07-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13682TID:203386744porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:22Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13682Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:53:04.128357Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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