Procedimentos dos Professores Relativamente aos Comportamentos de Indisciplina dos Alunos na Aula de Educação Física
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8154 |
Resumo: | A indisciplina na escola e na sala de aula constitui uma séria preocupação para todos os que se interessam pela problemática do ensino. Ela é um tema de debate inflamado, mas é também um tema recorrente, refletindo, em primeiro lugar, a importância que a sociedade atribui à disciplina na escola, expressa na pluralidade de perspetivas e de posições mais ou menos acantonadas em torno de ideologias ou escalas de valores conflituantes. Em segundo lugar é um tema que resiste teimosamente a soluções milagrosas ou definitivas, ainda que as segregue continuada e abundantemente. Material e Métodos - Participantes O estudo envolveu 12 professores licenciados em educação física com experiência profissional repartida por 3 grupos distintos, de acordo com critério adotado por Fink & Siedentop (1989): grupo 1 - professores no primeiro ano de serviço; Grupo 2 - professores com quatro e cinco anos de serviço; grupo 3 - professores com doze ou mais anos de serviço. Estiveram envolvidos 1050 alunos pertencentes a 48 turmas do 6º, 7º e 8ºanos de escolaridade, dos Distritos de Viseu e Guarda. Instrumentarium A recolha da informação relativa ao comportamento do aluno foi realizada com base no Sistema de Observação dos Comportamentos de Indisciplina dos Alunos (SOCI) desenvolvido por Piéron e colaboradores (Piéron & Brito, 1990; Piéron & Emonts, 1988), contemplando 4 categorias (comportamentos dirigidos à actividade, ao professor, aos colegas e comportamentos dos alunos dispensados), subdividas em 16 subcategorias. A informação sobre a resposta do professor foi recolhida com base no Physical Education Pupil Control Inventory (PEPCI) (Henkel, 1991), compreendendo 22 categorias de respostas, repartidas por 3 dimensões: Antecipação (A); Tutorial: (T); Punição: (P). Acrescentou-se a dimensão Não Vê: (N.V). Procedimentos de análise de dados Procedeu-se à análise exploratória dos dados por forma a avaliarmos os pressupostos essenciais da análise estatística descritiva, univariada e multivariada. Para todos os testes estatísticos foi considerada uma probabilidade de erro de p£0,05. Conclusões Em síntese, concluímos que os comportamentos inapropriados na aula de EF são muito frequentes, na sua grande maioria relacionados com a atividade e normalmente controlados ou prevenidos através de intervenções verbais de carácter tutorial ou antecipatório. A incidência dos comportamentos de indisciplina é maior no início do ano do que numa fase mais avançada do ano letivo. Os próprios alunos são capazes de reconhecer que os professores mais eficazes na gestão da aula demarcam com clareza, logo no início do ano, as fronteiras dos comportamentos dos alunos na aula e as respetivas consequências (Cothran, Kulinna & Garrahy, 2003; Supaporn, 2000). A frequência dos comportamentos de indisciplina dos alunos e de controlo do professor registam uma variação intraindividual acentuada de aula para aula. A experiência docente não se revelou como fator distintivo consistente, quer no que respeita à incidência dos comportamentos inapropriados, quer no que respeita às estratégias de controlo. |
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