Estado atual da população de amêijoa-japonesa (Ruditapes philippinarum) do estuário do Tejo e impactes da sua introdução

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Frederico Bernardo de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/27642
Resumo: Tese de mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017
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spelling Estado atual da população de amêijoa-japonesa (Ruditapes philippinarum) do estuário do Tejo e impactes da sua introduçãoRuditapes philippinarumEspécies invasorasPesca de bivalvesEsforço de apanhaGestão de recursosTeses de mestrado - 2017Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências BiológicasTese de mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017A introdução da amêijoa-japonesa (Ruditapes philippinarum, Adam & Reeve 1850) em Portugal, uma espécie não-indígena do sudeste asiático, já remonta há mais de duas décadas. Nos últimos anos observou-se uma explosão demográfica desta espécie no estuário do Tejo, o que conduziu a um aumento do número de apanhadores e a um elevado esforço de pesca. Este trabalho integrou duas linhas de estudo distintas, cujo objetivo principal foi a determinação do estado atual da população de amêijoa-japonesa e da atividade de apanha da mesma no estuário do Tejo, como ferramentas de suporte para uma gestão sustentada deste recurso. A primeira parte do trabalho visou atingir os seguintes objetivos específicos: (i) determinar o estado atual da população de amêijoa-japonesa no estuário do Tejo, nomeadamente a sua distribuição espacial e abundância, (ii) analisar a evolução inter-anual desta população e fauna macrobentónica acompanhante no estuário do Tejo e (iii) a relação com as condições ambientais. Foram efetuadas amostragens através da realização de arrastos com ganchorra em toda a área de distribuição da amêijoa-japonesa no estuário do Tejo. Foi possível verificar que esta espécie apresenta uma ampla distribuição neste sistema, tendo ocorrido em 63% das estações de amostragem, demonstrando desta forma estar bem-adaptada às condições ambientais do estuário, principalmente em zonas de menor profundidade e baixo teor de oxigénio dissolvido. As espécies macrobentónicas da área estudada estruturaram-se sobretudo em função do tipo de sedimento, salinidade e profundidade. A variação inter-anual da amêijoa-japonesa e da comunidade macrobentónica nos anos de 2014 e 2015 foi, de uma forma geral, pouco representativa, no entanto, quando comparada com trabalhos anteriores a distribuição da amêijoa-japonesa parece ter sofrido ligeiras modificações. Na segunda parte do trabalho pretendeu-se caracterizar a comunidade de apanhadores de amêijoa-japonesa. Foram realizados inquéritos junto dos apanhadores desta espécie no estuário do Tejo, de forma a (i) caracterizar os apanhadores e a atividade de apanha, nomeadamente o esforço de apanha, as técnicas e ferramentas utilizadas (ii) avaliar a perceção da comunidade de apanhadores no que diz respeito à adequação da regulamentação vigente e da gestão da atividade e (iii) a perceção dos apanhadores sobre as características da espécie. Constatou-se que a maioria dos apanhadores são do género masculino e encontram-se na faixa etária entre os 20 e os 40 anos. Os apanhadores que exercem maior esforço semanal são os mergulhadores-com-escafandro, enquanto os apeados são o grupo mais heterogéneo. Verificou-se que existe um evidente desconhecimento sobre a biologia da espécie e um fraco conhecimento sobre a regulamentação da apanha, sendo que os apanhadores consideram a gestão desta espécie desadequada. Estes resultados indicaram que, apesar da exploração intensiva exercida nos últimos anos, os bancos desta espécie no estuário do Tejo não apresentaram sinais de exaustão. A apanha é exercida por uma comunidade estabelecida, mas pouco informada e verificou-se a existência de um mercado paralelo dirigido para a amêijoa-japonesa. O presente estudo evidenciou a necessidade de uma gestão mais eficaz e sustentável da espécie, que requer uma monitorização continuada e a expansão do trabalho de investigação sobre a mesma, já que representa um recurso de importância socioeconómica muito relevante para a região.The introduction of the Manila clam (Ruditapes philippinarum) in Portugal, a non-indigenous species of Southeast Asia, dates back more than two decades. Few years back, a demographic boom of this species has been observed in the Tagus estuary, which led to an increase in the number of harvesters and fishing effort. This work had two distinct approaches, with the major objective of assessing the current status of the Manila clam population and the harvesting activity at the Tagus estuary, as a tool o support a sustainable management of this resource. The first part of the study aimed at (i) assessing the current status of the population of the Manila clam in the Tagus estuary, including its spatial distribution and abundance, (ii) identifying inter-annual variations on the Manila clam population and associated macrobenthic fauna of the Tagus estuary and (iii) identifyig the environmental conditions most associated to the occurrence of the Manila clam. Benthic samples were collected along the Manila clam distribution area using a clam. The benthic community results indicated that the Manila clam is widely distributed along the Tagus estuary, occurring at 63% of the sampling stations. These results emphasize that this species is well-adapted to the environmental conditions of the estuary, especially in shallower areas and with low dissolved oxygen content. The macrobenthic species distribution was mainly influenced by the sediment type, salinity and depth. The inter-annual variation of the Manila clam and accompanying macrobenthic community between 2014 and 2015 was low, although, when compared to previous studies, some changes in the distribution area of the Manila clam have been identified. The second part of the work aimed to characterize the Manila clam harvesters. Surveys were conducted in the harvesting community of the Tagus estuary, in order to (i) characterize the clam harvesters, fishing effort, harvesting techniques and tools (ii) to assess the perceptions of the harvesting community about the adequacy of the regulation and management of the activity and (iii) to assess the perception of harvesters about the species characteristics. Most harvesters were male, between 20 and 40 years old. The harvesters who present the highest weekly effort were scuba divers, while clam digging harvesters were the most heterogeneous group. Survey respondents indicated a general lack of knowledge about the species biology and the harvesting regulation. Nevertheless, most harvesters considered that management of this species is inadequate. These results indicated that in spite of the intensive exploitation carried out in recent years, there were no signs of exhaustion of the stock of this species in the Tagus estuary. The Manila clam harvesting is carried out by an established community and a specific parallel market was created for this species. The present study emphasizes the need for a better management of the Manila clam, with continued monitoring and expanded research that provides a science based management since this species is a natural resource of high socio-economic importance for the region.Costa, José Lino Vieira de Oliveira,1964-Chainho, PaulaRepositório da Universidade de LisboaCarvalho, Frederico Bernardo de2017-05-09T15:06:22Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/27642TID:202199886porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:18:46Zoai:repositorio.ul.pt:10451/27642Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:44:02.006032Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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