Formação de educadores para a intervenção precoce centrada na família da teoria à prática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11328/2885 |
Resumo: | Durante muito tempo, os serviços de atendimento a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) centraram-se exclusivamente na criança e nos factores a ela associados, visando remediar os problemas que esta apresentava numa intervenção compartimentada entre diversas disciplinas. Progressivamente, a investigação vem alterar a ênfase na criança, como centro de intervenção, conduzindo à evolução dos modelos nesta área. O enfoque tradicional dá lugar a uma abordagem centrada na família e de base comunitária, reconhecendo-se também um papel interventivo da criança na modificação do seu ambiente (Sameroff & Chandler, 1975). Bronfenbrenner (1979) vem propor para o desenvolvimento um modelo sistémico e ecológico com aplicação na Intervenção Precoce. Neste modelo, as crianças são vistas como o produto de um ambiente complexo, dinâmico e interdependente. À luz desta conceptualização, a intervenção reconhece a importância da família, deixando de se centrar estritamente na criança. Os pais desempenham, neste contexto, um papel fundamental na melhoria dos resultados obtidos, pelos seus filhos, no desenvolvimento, podendo integrar uma equipa de profissionais que deve ter em conta as necessidades, prioridades e recursos, da criança, da família e da comunidade. A mudança paradigmática, composta pela legislação, o referencial teórico e o suporte empírico, sugere uma visão mais alargada dos serviços de Intervenção Precoce que vem exigir aos educadores/educadoras competências e papéis para os quais a maioria deles não receberam preparação. Partindo desta contextualização, pretendemos prestar o nosso contributo, para o estudo das relações entre a formação dos educadores/educadoras e as suas práticas.Com base nos resultados obtidos, pela análise da informação emergente, concluímos, através das percepções das famílias, que existem, efectivamente, diferenças significativas, ao nível das práticas, entre as educadoras que possuem formação especializada e as que não a possuem, apresentando as primeiras um mais elevado nível de práticas centradas na família, do que as últimas. Estes resultados confrontam-nos com a importância da formação adequada dos educadores/educadoras para uma eficaz intervenção centrada na família, questão que deixa ainda muitos caminhos em aberto. |
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Formação de educadores para a intervenção precoce centrada na família da teoria à práticaPsicologiaPsychologyDurante muito tempo, os serviços de atendimento a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) centraram-se exclusivamente na criança e nos factores a ela associados, visando remediar os problemas que esta apresentava numa intervenção compartimentada entre diversas disciplinas. Progressivamente, a investigação vem alterar a ênfase na criança, como centro de intervenção, conduzindo à evolução dos modelos nesta área. O enfoque tradicional dá lugar a uma abordagem centrada na família e de base comunitária, reconhecendo-se também um papel interventivo da criança na modificação do seu ambiente (Sameroff & Chandler, 1975). Bronfenbrenner (1979) vem propor para o desenvolvimento um modelo sistémico e ecológico com aplicação na Intervenção Precoce. Neste modelo, as crianças são vistas como o produto de um ambiente complexo, dinâmico e interdependente. À luz desta conceptualização, a intervenção reconhece a importância da família, deixando de se centrar estritamente na criança. Os pais desempenham, neste contexto, um papel fundamental na melhoria dos resultados obtidos, pelos seus filhos, no desenvolvimento, podendo integrar uma equipa de profissionais que deve ter em conta as necessidades, prioridades e recursos, da criança, da família e da comunidade. A mudança paradigmática, composta pela legislação, o referencial teórico e o suporte empírico, sugere uma visão mais alargada dos serviços de Intervenção Precoce que vem exigir aos educadores/educadoras competências e papéis para os quais a maioria deles não receberam preparação. Partindo desta contextualização, pretendemos prestar o nosso contributo, para o estudo das relações entre a formação dos educadores/educadoras e as suas práticas.Com base nos resultados obtidos, pela análise da informação emergente, concluímos, através das percepções das famílias, que existem, efectivamente, diferenças significativas, ao nível das práticas, entre as educadoras que possuem formação especializada e as que não a possuem, apresentando as primeiras um mais elevado nível de práticas centradas na família, do que as últimas. Estes resultados confrontam-nos com a importância da formação adequada dos educadores/educadoras para uma eficaz intervenção centrada na família, questão que deixa ainda muitos caminhos em aberto.Pendant longtemps, les services d'accueil aux enfants avec des Besoins Educatifs Spéciaux se sont centrés exclusivement dans l'enfant et les facteurs à lui associés, visant remédier aux problèmes que celui-ci présentait, dans une intervention compartimentée parmi diverses matières. Progressivement, la recherche vient changer l'emphase sur l'enfant, comme centre d'intervention, menant à une évolution des modèles dans cette aire. L'approche traditionnelle donne place à un abordage centré dans la famille et de base communautaire, reconnaissant aussi un rôle intervenant de l'enfant dans le changement de son milieu (Sameroff & Chandler, 1975). Bronfenbrenner (1979) vient proposer pour le développement un modèle systémique et écologique avec application dans l'Intervention Précoce. Dans ce modèle, les enfants sont envisagés comme un produit d'un milieu complexe, dynamique et interdépendant. Face à cette conceptualisation, l'intervention reconnaît l'importance de la famille, laissant de se centrer strictement dans l'enfant. Les parents jouent, dans ce contexte, un rôle fondamental dans le progrès des résultats obtenus, par leurs enfants, dans le développement, pouvant intégrer une équipe de professionnels qui doit considérer les besoins, les priorités et les ressources, de l'enfant, de la famille et de la communauté. Le changement paradigmatique, composé par la législation, le référentiel théorique et le support empirique, suggère une vision plus élargie des services d'Intervention Précoce qui vient exiger des éducateurs des compétences et des rôles pour lesquels la majorité d'entre eux n'a reçu aucune préparation. En partant de cette perspective, nous prétendons donner notre contribution, pour l'étude des rapports entre la formation des éducateurs/éducatrices et leurs pratiques. Ayant pour base les résultats obtenus, par l'analyse de l'information émergente, nous concluons, à travers les perceptions des familles, qu'il existe, effectivement, des différences significatives, au niveau des pratiques, entre les éducatrices qui possèdent la formation spécialisée et celles qui ne la possèdent pas, présentant les premières un niveau plus élevé de pratiques centrées dans la famille, que ces dernières. Ces résultats nous confrontent avec l'importance de la formation proportionée aux éducateurs/éducatrices pour une intervention efficace centrée dans la famille, question qui laisse encore beaucoup de chemins ouverts.The delivery services for children with Special Education Needs had long been centered exclusively on the children and on every factor associated to them, aiming to remedy the problems which these ones showed, through a segmented intervention into a broad range of disciplines. Progressively, the emphasis on the children as the intervention center has been altered by investigation, leading to the evolution of theories in this area. The traditional focus is replaced by a family-centered and a community-based approach, assuming the involvement of the child in the modification of his or her own environment, as well (Sameroff & Chandler, 1975). Bronfenbrenner (1979) proposes a systemic and ecological model for development which can be used in Early Intervention. In this model, children are seen as the product of a complex, dynamic and interdependent environment. Through this concept, the intervention recognises the importance of the family, ceasing to be centered only on the child. In this context, parents play a fundamental role in improving their children's outcomes in their development, enabling them to join a team of professionals who must take into consideration the needs, priorities and resources of the child as well as the family and the community. The paradigmatic change, made up of legislation, the theoretical reference and the empirical evidence, suggests a broader vision of the Early Intervention Services requiring skills and roles of educators which most of them have not been prepared for. Having this context as a starting point, we intend to make our contribution to the study of the relationship between the qualification of educators and their practises. According to the results obtained through the analysis of the emergent data, we conclude, through the family perceptions, that there are, in fact, significant differences between educators with specialized qualifications and those who haven't got them when considering the practised level, since the former show a higher level of family-centered practises than the latter. These results confront us with the importance of an adequate qualification of educators for an effective family-centered intervention, an issue which still bears a lot of new paths to be broken.2019-09-10T10:22:59Z2002-01-01T00:00:00Z20022002info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11328/2885porCarvalho, Olívia da Conceiçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-06-15T02:11:18ZPortal AgregadorONG |
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