Consciencialização e práricas associadas às zoonoses entre pecuaristas da Ilha de Santiago, em Cabo Verde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Filipa Alexandra Oliveira Pinto da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2634
Resumo: A pecuária é uma das principais formas de subsistência dos criadores de gado em Cabo Verde. Todavia, as doenças infeciosas são uma restrição chave na produção de gado, afetando não só a produtividade, mas também a segurança alimentar e a saúde pública. Este estudo teve como objetivo compreender a perceção e as atitudes dos produtores tradicionais de gado, da Ilha de Santiago, sobre a importância das zoonoses, de forma a ajudar no desenvolvimento de políticas e na melhoria dos programas educacionais. Para este efeito foi construído, testado e administrado um inquérito por questionário, através do qual se recolheram 196 respostas de produtores de gado. Desses, apenas 8,7% conhecem o termo “zoonoses”, porém 85,7% sabem que existem doenças que são transmitidas de animais para humanos, 75,0% conheciam pelo menos uma doença zoonótica e desses, 92,1% um modo de transmissão. Dos inquiridos, 95,6% bebem leite sem tratamento térmico, 25,0% consomem carne crua ou mal cozinhada, 17,4% consomem animais doentes que acabaram por morrer e 10,2% vendem esses animais. Do total de inquiridos, 73,0% assistem os animais durante o parto, 76,9% deles sem luvas, 41,8% abandonam os produtos do parto a céu aberto e 4,1% oferecem-nos aos cães como alimento. Ainda, 56,6% lidam com o rebanho quando têm cortes ou feridas e 14,8% não separam os animais doentes dos saudáveis. Os inquiridos estão conscientes dos métodos de prevenção destas doenças (95,4%), no entanto, 76,0% nunca usam luvas, 67,3% nunca usam máscara e 31,1% nunca usam botas próprias quando contatam com os seus animais. Além disso, 10,2% estiveram infetados com uma zoonose e 7,7% conhecem pelo menos um caso de infeção na família. Apesar do conhecimento das zoonoses, poucos inquiridos percebem o risco de transmissão de doenças entre gado e humanos e que muitas das suas práticas quotidianas levam à sua exposição. O estudo contribui para uma melhor compreensão sobre as doenças zoonóticas dentro da temática “Uma Só Saúde". Outros estudos serão necessários, assim como alargar o estudo a todas as ilhas do arquipélago, para que se procure orientar intervenções de educação para a saúde locais eficazes e relevantes.
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Desses, apenas 8,7% conhecem o termo “zoonoses”, porém 85,7% sabem que existem doenças que são transmitidas de animais para humanos, 75,0% conheciam pelo menos uma doença zoonótica e desses, 92,1% um modo de transmissão. Dos inquiridos, 95,6% bebem leite sem tratamento térmico, 25,0% consomem carne crua ou mal cozinhada, 17,4% consomem animais doentes que acabaram por morrer e 10,2% vendem esses animais. Do total de inquiridos, 73,0% assistem os animais durante o parto, 76,9% deles sem luvas, 41,8% abandonam os produtos do parto a céu aberto e 4,1% oferecem-nos aos cães como alimento. Ainda, 56,6% lidam com o rebanho quando têm cortes ou feridas e 14,8% não separam os animais doentes dos saudáveis. Os inquiridos estão conscientes dos métodos de prevenção destas doenças (95,4%), no entanto, 76,0% nunca usam luvas, 67,3% nunca usam máscara e 31,1% nunca usam botas próprias quando contatam com os seus animais. Além disso, 10,2% estiveram infetados com uma zoonose e 7,7% conhecem pelo menos um caso de infeção na família. Apesar do conhecimento das zoonoses, poucos inquiridos percebem o risco de transmissão de doenças entre gado e humanos e que muitas das suas práticas quotidianas levam à sua exposição. O estudo contribui para uma melhor compreensão sobre as doenças zoonóticas dentro da temática “Uma Só Saúde". Outros estudos serão necessários, assim como alargar o estudo a todas as ilhas do arquipélago, para que se procure orientar intervenções de educação para a saúde locais eficazes e relevantes.Livestock is one of the main forms of livelihood of livestock farmers in Cape Verde. However, infectious diseases are a key constraint on livestock production, affecting not only productivity but food security as well. This study aimed to understand the perception of traditional farmers of Santiago’s island about the importance and epidemiology of zoonosis in herds, as well as their attitudes, in order to help develop policies and improve educational programs. One hundred and ninety-six cattle farmers were questioned. Of these, only 8.7% knew the term “zoonosis”, but 85.7% know that there are diseases that are transmitted from animals to humans, 75.0% know of at least one disease and 92.1% of these a way of transmission. Of the respondents, 95.6% drink milk without heat treatment, 25.0% consume raw or undercooked meat, 17.4% consume sick animals that ended up dying and 10.2% sell these animals. Of the total respondents, 73.0% assisted the animals during parturition, 76.9% of those without protective gloves, 41.8% abandoned the animals' birth by products in open air and 4.1% feed these remains to the dogs, 56.6% handle the herd when it has cuts or wounds and 14.8% do not separate sick from healthy animals. Respondents are aware of the prevention methods for these diseases 95.4%, but 76.0% never wear gloves, 67.3% never wear a mask and 31.1% never wear boots when being in contact with their animals. Furthermore, 10.2% were infected with a zoonosis and 7.7% know at least one case of infection in the family. Despite knowledge of zoonosis, few respondents understand the risk of disease transmission between livestock and humans and many of their daily practices lead to their exposure. This study contributes to a better understanding of zoonotic diseases within the theme "One Health". Thus, more studies will be needed, namely in all Cape Vert's islands, in order to guide effective and relevant health education local interventions.2022-01-28T15:19:46Z2026-12-28T00:00:00Z2021-12-28T00:00:00Z2021-12-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2634TID:202837823porOliveira, Filipa Alexandra Oliveira Pinto da Silvainfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:42:36Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2634Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:27.352512Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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