Como identificar elevado risco de fratura osteoporótica?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Clara Peneda Seoane Vilela
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1519
Resumo: Introdução: É fundamental identificar os indivíduos com maior risco de fratura osteoporótica de forma a instituir tratamento preventivo. Contudo, na prática clínica muitos indivíduos em risco não são identificados e tratados, enquanto outros de baixo risco recebem tratamento para a osteoporose sem necessidade. Para melhorar e facilitar o diagnóstico de risco de fratura, recentemente foi possível conjugar os vários fatores clínicos de risco de fratura osteoporótica numa ferramenta criada pela OMS, o FRAX®, sendo disponibilizada em 2012, a versão aplicável à população portuguesa. Este instrumento permite calcular o risco absoluto de fratura a 10 anos. O FRAX® funciona em duas versões – FRAX clínico, sem incluir resultado de densitometria óssea (DMO) e FRAX com DMO. O FRAX® clínico é mais simples, rápido de aplicar e barato, mas o seu valor clínico não está bem estabelecido. Assim, a pergunta central deste estudo é: Como identificar o elevado risco de fratura osteoporótica: utilização do FRAX® clínico, densitometria óssea ou ambos? Materiais e Métodos: Estudo epidemiológico de comparação de testes diagnósticos (FRAX, DMO) em amostras emparelhadas. Foi realizado no Centro de Saúde da Covilhã (CSC) durante 4 meses, entre outubro 2012 e janeiro de 2013. A amostragem foi por conveniência, entre os utentes que recorreram à Consulta do CSC. A dimensão calculada da amostra necessária foi de 351 indivíduos com idade superior a 40 anos. Os participantes responderam a um questionário estruturado incluindo os fatores clínicos de risco para fraturas osteoporóticas. Com base nestes dados, foi calculado o risco clínico FRAX® para fratura da anca. Aos participantes com elevado risco clínico foi proposta a requisição de DMO e, posteriormente, o seu resultado foi integrado para cálculo do FRAX® com DMO. A capacidade de identificação de elevado risco de fratura pelo FRAX® clínico e FRAX® com DMO foi comparada através do teste de McNemar. Analisou-se a correlação entre as várias estimativas de risco com o FRAX através da correlação de Spearman. Resultados: Incluíram-se 351 participantes, dos quais 103 (29,3%) apresentaram um elevado risco de fratura da anca calculado pelo FRAX® clínico. Destes indivíduos com elevado risco clínico, após a realização de DMO e cálculo do FRAX® com DMO, apenas 35,2% mantiveram risco estimado elevado. O teste de McNemar demonstrou que o risco estimado pelo FRAX® clínico e pelo FRAX® com DMO são significativamente diferentes (p<0,001). A correlação entre os dois instrumentos é moderada, com coeficiente de correlação rho=0,60 (p<0,001). Dos participantes com risco elevado de fratura estimado pelo FRAX com DMO, em 32,2% a DMO não apresentava osteoporose. Conclusão: Em conclusão, O FRAX® clínico é apropriado para o rastreio de elevado risco de fratura na população, após o que deve ser realizada DMO e integrado o seu resultado no FRAX® para confirmação do risco. A DMO não é por si suficiente para rastreio, pois falha a identificação de muitos casos de risco elevado.
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O FRAX® funciona em duas versões – FRAX clínico, sem incluir resultado de densitometria óssea (DMO) e FRAX com DMO. O FRAX® clínico é mais simples, rápido de aplicar e barato, mas o seu valor clínico não está bem estabelecido. Assim, a pergunta central deste estudo é: Como identificar o elevado risco de fratura osteoporótica: utilização do FRAX® clínico, densitometria óssea ou ambos? Materiais e Métodos: Estudo epidemiológico de comparação de testes diagnósticos (FRAX, DMO) em amostras emparelhadas. Foi realizado no Centro de Saúde da Covilhã (CSC) durante 4 meses, entre outubro 2012 e janeiro de 2013. A amostragem foi por conveniência, entre os utentes que recorreram à Consulta do CSC. A dimensão calculada da amostra necessária foi de 351 indivíduos com idade superior a 40 anos. Os participantes responderam a um questionário estruturado incluindo os fatores clínicos de risco para fraturas osteoporóticas. Com base nestes dados, foi calculado o risco clínico FRAX® para fratura da anca. Aos participantes com elevado risco clínico foi proposta a requisição de DMO e, posteriormente, o seu resultado foi integrado para cálculo do FRAX® com DMO. A capacidade de identificação de elevado risco de fratura pelo FRAX® clínico e FRAX® com DMO foi comparada através do teste de McNemar. Analisou-se a correlação entre as várias estimativas de risco com o FRAX através da correlação de Spearman. Resultados: Incluíram-se 351 participantes, dos quais 103 (29,3%) apresentaram um elevado risco de fratura da anca calculado pelo FRAX® clínico. Destes indivíduos com elevado risco clínico, após a realização de DMO e cálculo do FRAX® com DMO, apenas 35,2% mantiveram risco estimado elevado. O teste de McNemar demonstrou que o risco estimado pelo FRAX® clínico e pelo FRAX® com DMO são significativamente diferentes (p<0,001). A correlação entre os dois instrumentos é moderada, com coeficiente de correlação rho=0,60 (p<0,001). Dos participantes com risco elevado de fratura estimado pelo FRAX com DMO, em 32,2% a DMO não apresentava osteoporose. Conclusão: Em conclusão, O FRAX® clínico é apropriado para o rastreio de elevado risco de fratura na população, após o que deve ser realizada DMO e integrado o seu resultado no FRAX® para confirmação do risco. A DMO não é por si suficiente para rastreio, pois falha a identificação de muitos casos de risco elevado.Introduction: It is essential to identify individuals at increased risk of osteoporotic fracture in order to institute preventive treatment. However, in clinical practice many individuals at risk are not identified and treated, while other individuals with low risk for osteoporosis receive treatment unnecessarily. To enhance and facilitate the diagnosis of fracture risk, were recently combined the various clinical risk factors for osteoporotic fractures in a tool developed by WHO, the FRAX® and its version applicable to the Portuguese population is available since 2012. This tool allows to calculate the individual absolute risk of fracture at 10 years. The FRAX® works in two versions - clinical FRAX® without including bone densitometry (BMD) and FRAX® with BMD. The clinical FRAX® is simpler, quicker and cheaper to implement, but its clinical value is not well established. Thus, the main question of this study is: How to identify the high risk of osteoporotic fracture: use of FRAX® clinical bone densitometry or both? Materials and Methods: Epidemiological study comparing diagnostic tests (FRAX® BMD) in paired samples. It has been conducted at the Covilhã Health Center (CHC) for 4 months between October 2012 and January 2013. The sampling was by convenience among patients who resorted to the CHC Consultation. The calculated sample size required was 351 individuals over the age of 40 years. The participants answered a structured questionnaire including clinical risk factors for osteoporotic fractures. Based on these data, we calculated the FRAX® clinical risk for hip fracture. Participants with high clinical risk for frature were proposed to request BMD and subsequently its result was integrated to calculate the FRAX® with BMD. The ability to identify high risk of clinical fracture by FRAX® with BMD and FRAX® was compared using the McNemar test. We analyzed the correlation between the various estimates of risk with FRAX® by Spearman correlation. Results: We included 351 participants, from these 103 (29.3%) had a high risk of hip fracture calculated by clinical FRAX®. From these individuals with high clinical risk, after conducting BMD and FRAX calculation with BMD, only 35.2% maintained estimated high fracture risk. The McNemar test showed that the estimated risk by FRAX® and the clinical FRAX® with BMD are significantly different (p <0.001). The correlation between the two instruments is moderate, with a correlation coefficient rho = 0.60 (p <0.001). Among participants at high risk of fracture estimated by FRAX® with BMD, 32.2% showed no osteoporosis in the BMD. Conclusion: In conclusion, the clinical FRAX® is suitable for screening high risk of fracture in the population, after which BMD must be held and their results integrated in order to confirm the FRAX® risk. The BMD is not in itself sufficient for screening, because it fails to identify many cases of high risk.Universidade da Beira InteriorInês, Luís Pedro Bolotinha de SousaPessoa, Cláudia Cristiana de Carvalho VazuBibliorumPinto, Clara Peneda Seoane Vilela2013-12-06T15:30:09Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1519porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:37:06Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1519Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:19.432393Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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