Impacto sinergístico da acidificação dos oceanos, aquecimento global e expansão de zonas hipóxicas na ecologia migratória das lulas Humboldt

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Rui
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.34624/captar.v1i1.10979
Resumo: As lulas Humboldt, Dosidicus gigas, são predadores endémicos do Pacífico Tropical Oriental, que atingem entre 2 a 3 m de comprimento e mais de 50 quilos de peso. Embora estas lulas apresentem das taxas metabólicas mais elevadas do planeta, elas realizam, diariamente, migrações verticais para regiões profundas (mesopelágicas) “mortas”, também conhecidas como “zonas de oxigénio mínimo” (ZOM). No futuro, os níveis elevados de dióxido de carbono (previstos entre 730-1000 ppm em 2100) desencadearão graves problemas na ecologia migratória destes organismos, uma vez que a consequente acidificação dos oceanos (DpH=0.3) diminuirá significativamente as suas taxas metabólicas (31%) e os seus níveis de actividade (45%) durante a sua permanência em águas pouco profundas à noite (~70 m de profundidade). Concomitantemente, com a expansão das ZOM associada ao aquecimento global, as lulas terão de migrar para águas menos profundas para compensar a dívida de oxigénio que acumulam (durante o dia) nas águas profundas e hipóxicas das ZOM (~300 m). Deste modo, o efeito combinado da acidificação e aquecimento na superfície e a expansão da hipóxia em profundidade irá comprimir o habitat pelágico desta espécie e na ausência de adaptação ou migrações horizontais, a interacção destas variáveis ambientais poderá definir, a longo prazo, o futuro deste importante predador no Pacífico Tropical Oriental.
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