Reconceptualizar a paz e a violência: Uma análise crítica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/33799 https://doi.org/10.4000/rccs.614 |
Resumo: | Os estudos para a paz encontram-se actualmente numa encruzilhada, sendo criticados pelo seu programa de investigação demasiado amplo, pela sua posição acrítica relativamente à terminologia utilizada e pela desconexão entre investigação e acção. Este artigo propõe a reconceptualização do núcleo teórico dos estudos para a paz, não só retomando a paz como valor central, mas também enquadrando o binómio investigação-acção numa cultura da paz. Parte‑se de uma crítica à narrativa convencional sobre conflitos, a qual evoluiu com a Agenda para a Paz de Boutros Ghali, reflectindo desde então uma narrativa centrada na paz. Contudo, apesar da adopção de uma nova agenda política para a paz, os resultados práticos não têm reflectido esta alteração, que se tem revelado mais formal do que operacional. O artigo defende, assim, que a paz e a violência não são mutuamente exclusivas, adoptando o conceito do continuum de pazes e violências e propondo uma peace web para melhor enquadrar as dinâmicas em questão, atendendo especialmente ao âmbito da implementação. |
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Reconceptualizar a paz e a violência: Uma análise críticaPazViolênciaEstudos para a pazInvestigação-açãoOs estudos para a paz encontram-se actualmente numa encruzilhada, sendo criticados pelo seu programa de investigação demasiado amplo, pela sua posição acrítica relativamente à terminologia utilizada e pela desconexão entre investigação e acção. Este artigo propõe a reconceptualização do núcleo teórico dos estudos para a paz, não só retomando a paz como valor central, mas também enquadrando o binómio investigação-acção numa cultura da paz. Parte‑se de uma crítica à narrativa convencional sobre conflitos, a qual evoluiu com a Agenda para a Paz de Boutros Ghali, reflectindo desde então uma narrativa centrada na paz. Contudo, apesar da adopção de uma nova agenda política para a paz, os resultados práticos não têm reflectido esta alteração, que se tem revelado mais formal do que operacional. O artigo defende, assim, que a paz e a violência não são mutuamente exclusivas, adoptando o conceito do continuum de pazes e violências e propondo uma peace web para melhor enquadrar as dinâmicas em questão, atendendo especialmente ao âmbito da implementação.Peace Studies are at present at a crossroads, critiqued for their too broad research programme, for their acritical stance with respect to the terminlogy used, and for the disconnection between research and action. This article proposes the reconceptualisation of Peace Studies’ theoretical nucleus, not just reclaiming peace as a central value, but also framing the research-action binomium within a culture of peace. The article takes as its starting point a critique of the conventional conflict narrative, which evolved with Boutros Ghali’s Agenda for Peace, since then reflecting a peace-centred narrative. However, despite the adoption of a new political agenda for peace, results in practice have not reflected this change, which has proved to be more formal than operational. Our article thus argues that peace and violence are not mutually exclusive, adopting the concept of the continuum of states of peace and violence and proposing a peace web, the better to frame the dynamics in question, with special attention to the area of implementation.Les études pour la paix se trouvent actuellement dans un carrefour, étant donné qu’elles sont critiquées pour leur programme de recherche trop ample, leur position a-critique relativement à la terminologie utilisée et pour la déconnexion entre recherche et action. Cet article propose la re-conceptualisation du noyau théorique des études pour la paix, non seulement en reconsidérant la paix comme valeur centrale, mais aussi en intégrant le binôme recherche-action dans une culture de la paix. On partira d’une critique de la narration conventionnelle sur les conflits, laquelle a évolué avec l’Agenda pour la Paix de Boutros Ghali, la narration étant centrée dès lors sur la paix. Toutefois, malgré l’adoption d’un nouvel agenda politique pour la paix, les résultats pratiques n’ont pas reflété ce changement, qui s’est avéré plus formel qu’opérationnel. Cet article défend, ainsi, que la paix et la violence ne s’excluent pas ; il adopte le concept de continuum de paix et violences et propose une peace web pour mieux encadrer les dynamiques en question, en tenant compte particulièrement du cadre de leur implantation.Centro de Estudos Sociais2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/33799http://hdl.handle.net/10316/33799https://doi.org/10.4000/rccs.614por0254-11062182-7435http://rccs.revues.org/614Freire, Maria RaquelLopes, Paula Duarteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2019-12-26T16:08:32Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/33799Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:56.472235Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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