Transformação e regeneração da Planta medicinal Catharanthus Roseus

• Autor(a) principal: Cardoso, Luísa
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/2165

Catharanthus roseus (L.) G. Don, vulgarmente conhecida como pervinca de Madagáscar, é uma planta de elevado valor medicinal devido à acumulação nas folhas de alcalóides indólicos monoterpenoides com actividade anti-cancerígena e antihipertensiva. A importância farmacêutica destes metabolitos secundários e os seus baixos níveis na planta fizeram de C. roseus uma das plantas medicinais mais estudadas a nível bioquímico e molecular. No entanto, ainda não foi desenvolvido nenhum protocolo eficaz de transformação e regeneração que permita a obtenção de plantas transgénicas desta espécie, potenciando a investigação fundamental e permitindo o desenvolvimento de estratégias de melhoramento genético. Neste trabalho, pretendeu-se optimizar um protocolo eficaz de regeneração de C. roseus e desenvolver um protocolo associado de transformação mediado por Agrobacterium tumefaciens, de forma a criar uma ferramenta experimental reprodutível permitindo a obtenção de plantas transgénicas de C. roseus. Foi apurado um protocolo eficaz de regeneração de C. roseus por embriogénese somática, utilizando como explant inicial embriões maduros extraídos de sementes de C. roseus colocados em meio MS suplementado com TDZ 5 μM. Foi conseguida uma proliferação elevada dos embriões somáticos utilizando meio MS com BAP 4,44 mM, e conseguiu-se um enraizamento óptimo utilizando meio MS com concentração total de macronutrientes e suplementado com IBA 1,2 μM. Foi também conseguida uma elevada taxa de sobrevivência durante a aclimatização das plantas regeneradas. Para a obtenção de plantas transgénicas, foi iniciada a optimização da transformação mediada por Agrobacterium tumefaciens utilizando fusões de um gene de uma peroxidase classe III de C. roseus com a proteína fluorescente vermelha (RFP), sob a regulação do promotor constitutivo 35S. Foi desenvolvido e apurado um protocolo de transformação de embriões maduros de C. roseus integrado no desenrolar do protocolo de regeneração optimizado. Este protocolo permitiu a obtenção de tecido caloso embriogénico com células transformadas, em que ocorreu a integração e expressão do transgene, comprovada pela detecção de fluorescência vermelha típica do repórter RFP. O protocolo de transformação continua a ser optimizado, no entanto provou-se que os embriões maduros de C. roseus são susceptíveis à infecção por A. tumefaciens e que por isso a obtenção de plantas transgénicas desta espécie deverá ser alcançada brevemente.