Adaptação de um sistema de AVAC à resposta contra doenças infeciosas transmitidas pelo ar

• Autor(a) principal: Campos, Paulo Jorge Martins
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/18350
• topic: AVAC; Ventilação; Modelo de Wells-Riley; Risco de infeção por via aérea; Aerossóis; Qualidade do ar interior; HVAC; Ventilation; Wells-Riley model; Airborne infection risk; Aerosol; Indoor air quality

Atualmente, e face à ocorrência da pandemia global do novo coronavírus, existe uma forte preocupação na forma como os sistemas de AVAC devem ser sujeitos a adaptações. O contínuo funcionamento de edifícios de comércio e serviços durante um período de pandemia é fundamental para manter a economia global, podendo evitar efeitos negativos drásticos a nível de produção, de empregabilidade e de produtividade de um setor de atividade. Considerando que a maior parte dos casos de infeção de SARS-CoV-2 tiveram origem na partilha de espaços interiores, a correta avaliação da redução do risco de contágio obtida através de alterações dos sistemas de AVAC permite perceber se a utilização dos espaços dos edifícios deve ser efetuada com algumas restrições, ou, se é ser necessária a implementação de medidas drásticas, como o encerramento completo dos edifícios. Com este trabalho, pretende-se a avaliação da diminuição do risco de contágio de doenças infeciosas transmitidas pelo ar através da implementação de medidas de prevenção aplicáveis a sistemas de AVAC. De forma a calcular a probabilidade de infeção dos espaços, foi utilizado o modelo de Wells-Riley adaptado para o vírus SARSCoV-2. Através da implementação de estratégias de melhoria de filtragem e purificação do ar nos espaços interiores, foi possível obter uma redução da probabilidade de infeção de 47% relativamente à estratégia de aumento do caudal de ar novo para o dobro do valor mínimo regulamentar. Esta conclusão contraria as publicações mais recentes das maiores sociedades relevantes do AVAC relativas à situação de pandemia, que propõem o aumento do caudal de ar novo sem o aumento do nível de filtragem existente. As alterações dos sistemas de AVAC propostas neste trabalho traduzem-se num aumento do consumo elétrico global do edifício e, consequentemente, num aumento do custo de exploração anual. Foi definido um rácio entre o aumento do custo de exploração anual e a redução da probabilidade de infeção global do edifício em relação a um sistema de AVAC existente dimensionado para o caudal mínimo de ar novo regulamentar. O objetivo deste rácio é a avaliação da viabilidade das adaptações propostas. Verificou-se que, com a instalação de lâmpadas UV-C em unidades terminais de conduta, consegue-se o rácio mais baixo, tornando-se na melhor adaptação. Relativamente à instalação da Unidades Purificadores de Ar em espaços interiores, verificou-se um rácio superior à estratégia de instalação de lâmpadas UV-C. Quanto à estratégia de aumento do caudal de ar novo, verificou-se o maior rácio entre todas as soluções, tornando-se a pior adaptação do sistema de AVAC.