Avaliação da mortalidade e funcionalidade um ano após fratura da extremidade proximal do fémur

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caldas, Palmira Mourão
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1416
Resumo: Introdução: As fraturas da extremidade proximal do fémur (FEPF) resultantes de um traumatismo de baixo impacto são uma das complicações mais graves da osteoporose no idoso. A associação com elevados índices de morbilidade e mortalidade faz, destas fraturas, um preocupante problema de saúde pública. No cômputo nacional, escasseiam estudos que avaliem estas repercussões das FEPF. Neste sentido, propusemo-nos a analisar a dimensão desta problemática no distrito da Guarda, avaliando a mortalidade e a funcionalidade um ano após o episódio de fratura em pacientes que sofreram FEPF osteoporótica. Materiais e Métodos: Estudo analítico, retrospetivo e longitudinal dos indivíduos com diagnóstico de FEPF osteoporótica e idade ≥65 anos, internados no serviço de Ortopedia do Hospital Sousa Martins entre agosto de 2011 e janeiro de 2012. A recolha dos dados foi feita mediante consulta de processos clínicos e aplicação de questionário. A análise estatística inferencial foi efetuada através dos testes estatísticos: teste exato de Fisher, teste de Log rank, curva de Kaplan Meier, teste de Mann-Whitney, teste de Kruskal-Wallis, teste LSD de Fisher e teste de Wilcoxon para amostras emparelhadas. Resultados: Foram avaliados 130 indivíduos, dos quais 80,8% eram do género feminino. A média da idade foi de 85,3 anos ± 7,0 anos DP. A intervenção cirúrgica foi a opção terapêutica em 85,4% dos doentes. A mortalidade intra-hospitalar foi de 5,4%. A duração média do internamento foi de 11,5 dias ± 10,2 dias DP. A institucionalização dos doentes após a alta ocorreu em 50,8% dos casos. A percentagem de refratura no ano seguinte ao episódio analisado foi de 3,8%. Um ano após a fratura, 34,6% dos doentes tinham falecido e, destes, 35,6% morreram nos três meses seguintes à fratura. A capacidade de marcha em casa e no exterior piorou em 57,6% e 58,8% dos casos, respetivamente. A variação do grau de dependência foi nula em 63,5% dos casos. Globalmente, a capacidade funcional degradou, em média, uma unidade nas escalas definidas para o efeito. Conclusão: As FEPF de baixo impacto representam uma causa importante de internamentos em Ortopedia nesta região. O risco de fratura aumenta com a idade e é mais marcado nas mulheres. Existe uma elevada mortalidade intra-hospitalar associada a este tipo de fraturas. A percentagem de refratura nestes doentes é alta e a institucionalização é o destino da maioria. A influência negativa destas fraturas é comprovada por uma elevada mortalidade e uma perda funcional significativa no ano seguinte à fratura.
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Materiais e Métodos: Estudo analítico, retrospetivo e longitudinal dos indivíduos com diagnóstico de FEPF osteoporótica e idade ≥65 anos, internados no serviço de Ortopedia do Hospital Sousa Martins entre agosto de 2011 e janeiro de 2012. A recolha dos dados foi feita mediante consulta de processos clínicos e aplicação de questionário. A análise estatística inferencial foi efetuada através dos testes estatísticos: teste exato de Fisher, teste de Log rank, curva de Kaplan Meier, teste de Mann-Whitney, teste de Kruskal-Wallis, teste LSD de Fisher e teste de Wilcoxon para amostras emparelhadas. Resultados: Foram avaliados 130 indivíduos, dos quais 80,8% eram do género feminino. A média da idade foi de 85,3 anos ± 7,0 anos DP. A intervenção cirúrgica foi a opção terapêutica em 85,4% dos doentes. A mortalidade intra-hospitalar foi de 5,4%. A duração média do internamento foi de 11,5 dias ± 10,2 dias DP. A institucionalização dos doentes após a alta ocorreu em 50,8% dos casos. A percentagem de refratura no ano seguinte ao episódio analisado foi de 3,8%. Um ano após a fratura, 34,6% dos doentes tinham falecido e, destes, 35,6% morreram nos três meses seguintes à fratura. A capacidade de marcha em casa e no exterior piorou em 57,6% e 58,8% dos casos, respetivamente. A variação do grau de dependência foi nula em 63,5% dos casos. Globalmente, a capacidade funcional degradou, em média, uma unidade nas escalas definidas para o efeito. Conclusão: As FEPF de baixo impacto representam uma causa importante de internamentos em Ortopedia nesta região. O risco de fratura aumenta com a idade e é mais marcado nas mulheres. Existe uma elevada mortalidade intra-hospitalar associada a este tipo de fraturas. A percentagem de refratura nestes doentes é alta e a institucionalização é o destino da maioria. A influência negativa destas fraturas é comprovada por uma elevada mortalidade e uma perda funcional significativa no ano seguinte à fratura.Introduction: Hip fractures (HF) following low-impact trauma are one of the most serious complications of osteoporosis in the elderly. Associated with high rates of morbidity and mortality this type of fracture presents a serious problem for public health. Nationwide, there is a lack of studies that study the repercussions of HF. Therefore, we decided to examine the extent of this problem in the district of Guarda, evaluating mortality and the functional outcome in patients who have suffered osteoporotic HF one year after the fracture. Material and Methods: Analytical, retrospective and longitudinal study of patients with HF and age ≥65 years, hospitalized in the Orthopedics unit of Sousa Martins Hospital between August 2011 and January 2012. Data was collected through clinical archives and questionnaires. Statistical analysis was completed using statistical tests: Fisher's test, Log rank test, Kaplan-Meier plot, Mann-Whitney test, Kruskal-Wallis test, LSD Fisher’s test and Wilcoxon test for paired samples. Results: A total of 130 individuals (80.8% were female). The average age was 85.3 years ± 7.0 years SD. Surgery was a treatment choice for 85.4% of the patients. The in-hospital mortality was 5.4%. The average hospitalization was 11.5 days ± 10.2 days SD. 50.8% of patients ended institutionalized after. Subsequent fractures during the following year represent 3.8% of cases. A year after the fracture, 34.6% of patients had died and of these, 35.6% died within three months following the fracture. The ability to walk at home and outside worsened in 57.6% and 58.8% of cases, respectively. The dependence degree variation was null in 63.5% of cases. Overall, the functional capacity degraded on average a unit range established for this purpose. Conclusion: Hip fractures represent a major cause of Orthopedics hospitalization in this region. The fracture risk increases with age and is more pronounced among women. There is a high in-hospital mortality associated with this type of fracture. The percentage of subsequent fracture in these patients is high and institutionalization is the fate of most. The negative influence of these fractures was proved through the high mortality and the significant functional loss during the year following the fracture.Universidade da Beira InteriorMacedo, Susana AbreuPires, José João GarciauBibliorumCaldas, Palmira Mourão2013-10-15T13:53:52Z2013-042013-04-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1416porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:58Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1416Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:14.270798Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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