Risco de decínio funcional e cognitivo no idoso hospitalizado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Conde, Rita Correia do Poço
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/16811
Resumo: Dado o crescente envelhecimento da população, o cuidado do doente idoso deve ser uma preocupação da sociedade em geral e dos profissionais de saúde em particular. Pelas suas características, são indivíduos particularmente frágeis, em que a instalação de doença aguda e hospitalização pode ser perturbadora do equilíbrio, causando novas incapacidades ou agravamento das pré-existentes. A melhoria clínica durante o internamento não é muitas vezes acompanhada de melhoria em termos funcionais e cognitivos, resultando frequentemente em indivíduos mais dependentes, com consequentes custos humanos e económicos. Assim, a avaliação e acompanhamento do desempenho funcional e cognitivo do idoso deve ser uma preocupação, além da procura da melhoria das condições clínicas. Com esta revisão procurou-se determinar quais os factores associados ao declínio funcional e cognitivo do idoso hospitalizado; que instrumentos podem ser utilizados para predizer e estratificar o risco de cada individuo para virem a desenvolver situações de maior incapacidade; e quais são as estratégias de acompanhamento que permitem assegurar um melhor e mais rápido retorno às capacidades prévias. Diversos factores se associam à perda de independência do idoso perante a doença aguda e consequente hospitalização. Estes incluem as características do doente, como a idade ou o desempenho funcional e cognitivo prévio, a própria doença e condições clínicas co-existentes, e as características do cuidado prestado em meio hospitalar. Quatro instrumentos de avaliação foram encontrados: Hospital Admission Risk Profile (HARP), Identification of Seniors At Risk (ISAR), COMplexity PRediction Instrument (COMPRI) e Score Hospitalier d’Evaluation du Risque de Perte d’Autonomie (SHERPA). Todos eles se baseiam em factores reconhecidamente associados a resultados adversos incluindo situações de maior incapacidade, e apresentam um desempenho moderado. O cuidado hospitalar pode ser adaptado ao doente idoso, através da adaptação das instituições ao cuidado geriátrico e da prevenção e minimização de alguns factores de risco. Estas estratégias podem basear-se em unidades especialmente desenhadas para o cuidado geriátrico, ou adequação dos recursos convencionais existentes. A imobilização forçada ou o uso de fármacos psicotrópicos são exemplos de recursos a evitar no doente idoso devendo-se por outro lado estimular a sua independência o mais precocemente possível. É necessário enfatizar a importância do cuidado geriátrico na comunidade como nos hospitais de modo a melhorar o prognóstico funcional e cognitivo e consequentemente a qualidade de vida de uma parte cada vez mais significativa da população.
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