Resistência a antibióticos em staphylococcus pseudintermedius de isolados cutâneos de cães com piodermite superficial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Devesa, Joana Sofia Pinto
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/6798
Resumo: Staphylococcus pseudintermedius é uma bactéria comensal da pele e mucosa do cão, sendo o principal agente etiológico de piodermite bacteriana superficial e uma das principais causas para prescrição antibiótica em clínica de pequenos animais. O presente estudo teve como objetivo a determinação do perfil de resistência aos antibióticos recomendados pelas linhas de orientação da International Society for Companion Animal Infectious Disease (ISCAID), num grupo de isolados de S. pseudintermedius suscetíveis e resistentes à meticilina, provenientes de cães com piodermite superficial. Avaliou-se, igualmente, a incidência de multirresistência e a aplicabilidade das linhas de orientação da ISCAID neste grupo de isolados. Este constitui um estudo prospetivo, tendo sido utilizados 55 isolados de S. pseudintermedius, testados para a suscetibilidade à oxacilina pela técnica de Kirby-Bauer e, posteriormente, divididos em dois grupos: S. pseudintermedius resistente à meticilina (MRSP, 25/55, 45%) e S. pseudintermedius suscetível à meticilina (MSSP, 30/55, 55%). No grupo MRSP, foi observado 96% de resistência a ambas clindamicina e eritromicina; 92% à amoxicilina-ácido clavulânico, trimetoprim-sulfametoxazol e pradofloxacina; 88% à cefalotina, enrofloxacina e gentamicina; 80% à tetraciclina; 40% à minociclina; 12% ao cloranfenicol e rifampicina; e 8% à amicacina. No grupo MSSP, verificou-se 70% de resistência à tetraciclina; 67% à minociclina; 47% à eritromicina; 43% à clindamicina; 27% ao trimetoprim-sulfametoxazol; 23% ao cloranfenicol; 10% à gentamicina; 7% a ambas enrofloxacina e pradofloxacina; 3% à rifampicina e amicacina; e 0% de resistência à amoxicilina-ácido clavulânico e cefalotina. Foi possível, ainda, verificar que 66% dos isolados demonstraram-se multirresistentes, sendo que 67% eram MRSP e 33% MSSP; 33% demonstraram-se não multirresistentes, dos quais 95% eram MSSP e apenas 5% MRSP. Verifica-se, assim, a existência de níveis elevados de resistência a antibióticos de primeira escolha, muitas vezes utilizados de forma empírica e sem realização de antibiograma prévio. Este facto limita a sua utilização por parte do Médico Veterinário em isolados MRSP, apesar de no grupo MSSP ainda se detetar evidentes suscetibilidades. O número de isolados multirresistentes é, também, alarmante, diminuindo o número de alternativas antibióticas disponíveis em casos cujas opções antibióticas são limitadas, o que ocorre frequentemente em clínica de referência.
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Avaliou-se, igualmente, a incidência de multirresistência e a aplicabilidade das linhas de orientação da ISCAID neste grupo de isolados. Este constitui um estudo prospetivo, tendo sido utilizados 55 isolados de S. pseudintermedius, testados para a suscetibilidade à oxacilina pela técnica de Kirby-Bauer e, posteriormente, divididos em dois grupos: S. pseudintermedius resistente à meticilina (MRSP, 25/55, 45%) e S. pseudintermedius suscetível à meticilina (MSSP, 30/55, 55%). No grupo MRSP, foi observado 96% de resistência a ambas clindamicina e eritromicina; 92% à amoxicilina-ácido clavulânico, trimetoprim-sulfametoxazol e pradofloxacina; 88% à cefalotina, enrofloxacina e gentamicina; 80% à tetraciclina; 40% à minociclina; 12% ao cloranfenicol e rifampicina; e 8% à amicacina. No grupo MSSP, verificou-se 70% de resistência à tetraciclina; 67% à minociclina; 47% à eritromicina; 43% à clindamicina; 27% ao trimetoprim-sulfametoxazol; 23% ao cloranfenicol; 10% à gentamicina; 7% a ambas enrofloxacina e pradofloxacina; 3% à rifampicina e amicacina; e 0% de resistência à amoxicilina-ácido clavulânico e cefalotina. Foi possível, ainda, verificar que 66% dos isolados demonstraram-se multirresistentes, sendo que 67% eram MRSP e 33% MSSP; 33% demonstraram-se não multirresistentes, dos quais 95% eram MSSP e apenas 5% MRSP. Verifica-se, assim, a existência de níveis elevados de resistência a antibióticos de primeira escolha, muitas vezes utilizados de forma empírica e sem realização de antibiograma prévio. Este facto limita a sua utilização por parte do Médico Veterinário em isolados MRSP, apesar de no grupo MSSP ainda se detetar evidentes suscetibilidades. O número de isolados multirresistentes é, também, alarmante, diminuindo o número de alternativas antibióticas disponíveis em casos cujas opções antibióticas são limitadas, o que ocorre frequentemente em clínica de referência.Staphylococcus pseudintermedius is part of the normal microbiota of canine skin and mucosa. It is also the main etiological pathogen of canine superficial pyoderma, in addition to being a major cause for antimicrobial prescription in small animal practice. This study aimed to determine the resistance of the antibiotics recommended by the guidelines of the International Society for Companion Animal Infectious Disease (ISCAID) guidelines, in a group of S. pseudintermedius isolates susceptible and resistant to methicillin, from dogs with superficial pyoderma. The incidence of multidrug resistance and the applicability of the ISCAID guidelines in this group of isolates was also evaluated. This was a prospective study, where 55 isolates of S. pseudintermedius were tested for oxacillin susceptibility by the Kirby-Bauer technique and, then, divided into two groups: methicillin resistant S. pseudintermedius (MRSP, 25/55, 45%) and methicillin susceptible S. pseudintermedius (MSSP, 30/55, 55%). In the MRSP group, 96% of the isolates evidenced resistance to both clindamycin and erythromycin; 92% to amoxicillin-clavulanic acid, trimethoprim-sulfamethoxazole and pradofloxacin; 88% to cephalothin, enrofloxacin and gentamicin; 80% to tetracycline; 40% to minocicline; 12% to chloramphenicol and rifampicin; and 8% to amikacin. In the MSSP group, 70% of the isolates showed resistance to tetracycline; 67% to minocicline; 47% to erythromycin; 43% to clindamycin; 27% to trimethoprim-sulfamethoxazole; 23% to chloramphenicol; 10% to gentamicina; 7% to both enrofloxacine and pradofloxacin; 3% to rifampicin and 3% to amikacin; and 0% to amoxicillin-clavulanic acid and cephalothin. It was also determined that 66% of the isolates were multiresistant, in which 67% were MRSP and 33% MSSP; 33% were non multiresistant, with 95% of the isolates being MSSP and only 5% MRSP. The results reveal the existence of high levels of resistance to first tier antibiotics, often used empirically and without previous susceptibility testing. This limits their use by the Veterinarian in MRSP isolates, although there are still obvious susceptibilities in the MSSP group. The number of multiresistant isolates is also alarming, decreasing the number of antibiotic alternatives available in cases whose options are limited, which often occurs in reference practice.2016-01-14T13:36:55Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/6798porDevesa, Joana Sofia Pintoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:11:22Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/6798Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:17:56.173130Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Devesa, Joana Sofia Pinto
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